A exatamente duas semanas de os norte-americanos se dirigirem às urnas, as sondagens mostram uma inversão das tendências de voto dos últimos três meses. A democrata Kamala Harris ainda leva 1,9 pontos percentuais de vantagem no total nacional, mas a corrida nos Estados decisivos é agora liderada pelo republicano Donald Trump.

O ex-Presidente está à frente nas sondagens relativas aos Estados da Pensilvânia, Carolina do Norte, Geórgia e Arizona, enquanto a vitória é atribuída à vice-Presidente no Michigan, Nevada e Wisconsin, segundo os dados do projeto FiveThirtyEight, que reúne a média de sondagens por todo o país. Se estes resultados se traduzirem em votos, Trump conseguirá 281 delegados no Colégio Eleitoral — são precisos 270 para ganhar — e um novo bilhete de quatro anos para a Casa Branca.

Na Pensilvânia, o republicano reúne 47,8% das intenções de voto, uma diferença curta de 0,3 pontos percentuais para Harris, que se mantinha à frente das sondagens desde o início de agosto, poucos dias depois de Joe Biden ter desistido da corrida presidencial. A inversão dos resultados deu-se este fim de semana, na mesma altura em que Donald Trump esteve numa ação de campanha em Filadélfia. Entre os Estados decisivos, que tanto votam vermelho como azul, a Pensilvânia é o que tem mais peso no Colégio Eleitoral, com 19 delegados.

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Apesar de ter perdido a Pensilvânia, Harris mantém-se à frente no Wisconsin, Michigan e Nevada, ainda que com margens muito curtas. No Wisconsin, onde chegou a ter 3,8 pontos de vantagem, leva apenas 0,5 e no Michigan, onde a liderança chegou aos 3,4 pontos, tem apenas 0,3 pontos percentuais sobre Trump, o mesmo valor que mantém no Nevada. Neste Estado, do outro lado do país, a corrida continua renhida, com os dois candidatos a alternarem na liderança, mas sem nunca conseguirem descolar do seu adversário.

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Outros dois Estados em que as intenções de voto se mantêm próximas são a Carolina do Norte e o Arizona. No primeiro, Trump lidera agora com 48,1% das respostas dos eleitores e 0,8 pontos sobre Harris, uma vantagem que conquistou no início de outubro e tem conseguido manter. Já no Arizona, reúne 48,6% das intenção de voto e uma vantagem de 1,9 pontos percentuais. Neste Estado, Trump conseguiu descolar de Harris em meados de setembro e tem vindo a ganhar terreno desde aí.

Na Geórgia, 48,5% dos inquiridos revelaram uma preferência por Donald Trump, uma diferença de 1,5 pontos para Kamala Harris. Durante este fim de semana, a vantagem chegou mesmo a alcançar os dois pontos percentuais.

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Kamala Harris passou o verão a consolidar vantagens nas sondagens, depois da desistência do Presidente Biden, mesmo perante as afirmações repetidas dos republicanos que se tratava de uma “lua de mel” e essa vantagem ia chegar ao fim — os resultados atuais parecem dar-lhes razão. Apesar de a maior parte dos cidadãos continuar a preferir a vice-Presidente, o desenho do sistema eleitoral norte-americano permite que a vitória de Trump nos Estados decisivos seja suficiente para chegar novamente à Casa Branca, exatamente como aconteceu em 2016.