(Em atualização)
O supertufão Man-yi, nas Filipinas conhecido como ‘Pepito’, começou a perder força na madrugada desta segunda-feira, já início da noite em Lisboa. O boletim mais recente da agência meteorológica, divulgado às 2 horas locais, 18 horas em Lisboa, nota que ainda assim é espera chuva intensa e vento severo devido ao tufão.
As escolas não vão funcionar esta segunda-feira em algumas ilhas e o trabalho nos órgãos governamentais estará suspenso entre as 8 da manhã e o meio-dia em Baguio.
O Man-yi fez a segunda chegada a terra (landfall) este domingo em Dipaculao, Aurora, por volta das 15h20 locais (7h20 em Lisboa). De acordo com o jornal Philstar, o Man-yi está a deslocar-se para a província de Quirino, com ventos intensos e chuva torrencial.
O boletim mais recente emitido este domingo pela PAGASA, a agência governamental meteorológica, prevê chuva intensa a torrencial (mais de 200 milímetros de chuva) para as zonas de Aurora, Quirino, Nueva Vizcaya, Ifugao e Pangasinan. Nestes pontos das Filipinas são esperados incidentes como “inundações extremas e deslizamento de terras”.
Já noutros pontos, como a área metropolitana de Manila, a capital, é esperada chuva moderada a forte, entre 50 a 100 milímetros de precipitação. As autoridades alertam que, em zonas que já foram fustigadas por chuva intensa, o impacto do supertufão pode “ser significativamente agravado”.
O Man-yi atingiu este sábado a ilha de Luzon, a mais populosa das Filipinas e o motor económico do país, destruindo casas, provocando inundações e a fuga em massa da população. Segundo a imprensa filipina, mais de 1,2 milhões de pessoas tiveram de abandonar as respetivas habitações e procurar refúgio em abrigos. Devido aos estragos em algumas habitações, há 800 mil desalojados.
Supertufão Man-yi atinge província filipina com ventos de 200 km/h
O supertufão destruiu casas, provocou grandes marés e obrigou centenas de milhares de pessoas a fugir para abrigos de emergência, ao atravessar o norte das Filipinas, naquela que é a sexta grande tempestade a atingir o país em menos de um mês.
O Man-yi continuava a registar rajadas de 185 km/h quando atingiu pela segunda vez o arquipélago, no município de Dipaculao, na província de Aurora, na ilha de Luzon, disse à AFP o meteorologista Junie Ruiz.
No sábado à noite, tufão Man-yi atingiu a província de Catanduanes, na ilha oriental, com ventos de até 195 quilómetros por hora e rajadas de até 240 quilómetros por hora.
Mais de 250 mil pessoas retiradas nas Filipinas à aproximação do supertufão Man-yi
A agência meteorológica do país alertou para uma “situação potencialmente catastrófica e de risco de vida, com “ameaça de inundações, deslizamentos de terras e ondas gigantes”.
Não há notícia imediata de vítimas do tufão, que se prevê que sopre para noroeste, atravessando o norte de Luzon, a região mais populosa do arquipélago.
A região metropolitana de Manila, a capital, seria provavelmente poupada a um impacto direto, mas foi colocada, juntamente com as regiões periféricas, sob alerta de tempestade e avisada de perigosas ondas de tempestade costeiras.
Toda a província de Catanduanes ficou sem eletricidade depois de o tufão ter derrubado árvores e postes de eletricidade, e as equipas de resposta a catástrofes estavam a verificar quantas mais casas tinham sido danificadas, para além das afetadas pelas tempestades anteriores. Na página de Facebook, o presidente da autarquia de Catanduanes, Cesar Robles, partilhou um vídeo com imagens da destruição causada pelo ‘Pepito’.
Citado pelo Philstar, o autarca avançou que o ‘Pepito’ foi extremamente forte. “Nunca passei por um tufão tão forte”, disse. “É ainda um pouco inseguro, ainda há fortes rajadas de vento e muitos destroços.”
Cerca de metade dos 80 mil habitantes da província insular estavam a ser acolhidos em centros de evacuação.
O receio pela aproximação do tufão era tão grande, que as autoridades de Catanduanes chegaram a ameaçar os aldeões em zonas mais vulneráveis com prisão se não seguissem as ordens de evacuação para locais mais seguros.
Mais de 750 mil pessoas refugiaram-se em abrigos de emergência, incluindo igrejas e um centro comercial, devido ao Man-yi e a duas tempestades anteriores, maioritariamente no norte das Filipinas, informou o secretário-adjunto Cesar Idio, do Departamento de Defesa Civil, e outras autoridades provinciais.
O raro número de tempestades e tufões consecutivos que assolaram Luzon em apenas três semanas causou a morte de mais de 160 pessoas, afetou 9 milhões de pessoas e provocou danos tão consideráveis nas comunidades residenciais, nas infraestruturas e nas terras agrícolas que as Filipinas poderão ter de importar mais arroz, um alimento básico para a maioria dos filipinos.
Numa reunião de emergência realizada à medida que o Man-yi se aproximava, o Presidente Ferdinand Marcos Jr. pediu ao seu gabinete e aos funcionários das províncias que se preparassem para “o pior cenário possível”.
De acordo com a Autoridade da Aviação Civil das Filipinas e a Guarda Costeira, pelo menos 26 aeroportos nacionais e dois aeroportos internacionais foram encerrados provisoriamente e os serviços de ferry e de transporte de mercadorias entre ilhas foram suspensos devido ao mar agitado, deixando milhares de passageiros e utentes retidos.
Os Estados Unidos, aliados de Manila, juntamente com Singapura, Malásia, Indonésia e Brunei, forneceram aviões de carga e outros meios de ajuda contra a tempestade para reforçar as agências governamentais de resposta a catástrofes, que se encontram sobrecarregadas.
No mês passado, a primeira grande tempestade, Trami, causou a morte de várias pessoas, depois de ter feito chover em 24 horas o equivalente a um ou dois meses de chuva em várias cidades.
Número de mortos sobe para 87 nas Filipinas à passagem da tempestade Trami
As Filipinas são fustigadas por cerca de 20 tufões e tempestades por ano, são frequentemente atingidas por terramotos e têm mais de uma dúzia de vulcões ativos, o que as torna um dos países mais propensos a catástrofes do mundo.