Francisco Assis apoia António José Seguro se o antigo líder socialista avançar com uma candidatura presidencial, “sejam quem forem os outros candidatos”. Na noite desta quinta-feira, Seguro admitiu a hipótese de uma candidatura a Belém, numa entrevista à TVI e à CNN Portugal.
É o primeiro apoio socialista a avançar e foi revelado esta manhã, no programa Explicador da rádio Observador, de forma clara: “Se António José Seguro entender candidatar-se terá o meu apoio“. Mas Assis foi mais longe e disse mesmo que espera que “a direção do PS o apoie”. O socialista revelou que depois da entrevista recebeu “centenas de mensagens de militantes” e que “parece haver no PS um grande contentamento” com esta disponibilidade agora manifestada pelo antigo líder socialista.
Também avisa o partido, que já se dividiu em eleições Presidenciais anteriores: “O PS só ficou dividido quando verdadeiramente não tinha nenhum candidato”. Desta vez, reforçou, o líder já disse que o partido apoiará um candidato. Mas nos últimos anos, “o PS desvalorizou claramente a Presidência da República” e isso aconteceu “porque achou que era conveniente”:, notou o eurodeputado socialista.
Seguro admite candidatura presidencial: “Está tudo em aberto. Estou a ponderar”
Quanto ao seu apoio, Assis diz que o faz “por convicção”, recordando que já estiveram em lados opostos no PS. Em 2011, depois da saída de José Sócrates da liderança, Francisco Assis candidatou-se contra António José Seguro, mas mais tarde, em 2014, foi ele o escolhido pela direção de Seguro para encabeçar a lista das Europeias ao Parlamento Europeu, recorda agora.
“Temos uma relação de amizade companheirismo”. Para Francisco Assis, Seguro “tem as características adequadas para o exercício da função de Presidente” e está mesmo “convencido de que é um fortíssimo candidato não só à esquerda, mas com grande capacidade de penetração eleitoral”.
“É um homem ponderado, moderado, com conhecimento profundo da realidade nacional e internacional e uma capacidade de diálogo muito grande”, traçou ainda Assis como perfil do antigo líder socialista. Revelou que falou com ele no último verão, sobre vários assuntos, e justificou o silêncio a que o antigo líder se remeteu nos últimos dez anos com a “crise política” de 2014 quando “das eleições ao Parlamento Europeu no PS acharam por bem afastar António José Seguro” — nesta altura foi António Costa que desafiou a liderança socialista.