O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, anunciou esta quinta-feira um “plano” para reduzir a imigração, com requisitos mais rigorosos para a contratação de trabalhadores estrangeiros e sanções mais severas para as empresas que infrinjam a legislação em matéria de vistos.

Numa conferência de imprensa em Downing Street, a sede do executivo, o primeiro-ministro trabalhista atacou o “fracasso” do anterior governo conservador, que prometeu “recuperar o controlo” da imigração graças ao ‘Brexit’ (saída britânica do bloco europeu), e defendeu uma “nova abordagem”, seja na atribuição de vistos de trabalho ou na gestão do sistema de asilo.

O tema da imigração, tanto legal como ilegal, é sensível para o Governo britânico trabalhista, que fez da redução da migração uma das suas prioridades, prometendo fazer melhor do que os seus antecessores conservadores nesta área, o que ajudou à sua ascensão ao poder em julho.

O primeiro-ministro fez este anúncio no mesmo dia em que a ministra do Interior, Yvette Cooper, anunciou um “pacto” com o Iraque para reduzir a migração ilegal, incluindo uma maior cooperação para combater as redes de tráfico de seres humanos.

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Keir Starmer referiu que os pormenores deste “plano de redução da imigração” serão conhecidos num futuro próximo, recusando-se neste momento a “dar um número arbitrário” de imigrantes que o Reino Unido aceitará em cada ano.

Em particular, o plano tenciona visar os vistos de trabalho, a principal causa de imigração para o Reino Unido, entre junho de 2023 e junho de 2024, de acordo com os últimos dados publicados esta quinta-feira pelo Office for National Statistics (ONS).

Keir Starmer apresentou esta quinta-feira um esboço deste futuro plano, que reforçará as condições exigidas às empresas para contratarem trabalhadores estrangeiros, nomeadamente em termos de “formação dos trabalhadores no Reino Unido”.

Nas mesmas declarações, o primeiro-ministro britânico advertiu que os empregadores que não cumprirem as regras relativas aos vistos ou aos salários mínimos serão proibidos de contratar trabalhadores estrangeiros durante dois anos.

O anterior Governo conservador liderado por Rishi Sunak proibiu a reunificação familiar para determinados estudantes e para os trabalhadores estrangeiros empregados no setor da saúde, e aumentou também o salário mínimo necessário para a obtenção de um visto de trabalho.

De acordo com números publicados esta quinta-feira pelo instituto nacional de estatísticas britânico (ONS), a imigração líquida (os que entraram menos os que saíram) caiu 20% num ano no Reino Unido, uma consequência das políticas restritivas do executivo anterior.

Londres já assinou acordos de cooperação com outros países para combater a imigração ilegal, nomeadamente com a Albânia em 2022, e, mais recentemente, com países de trânsito da Europa de Leste, como a Sérvia, o Kosovo e a Macedónia do Norte.

No total, 1,2 milhões de pessoas entraram no território entre junho de 2023 e junho de 2024, e 479 mil saíram no mesmo período, elevando o número líquido de imigração para 728 mil pessoas.

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