O CDS questionou o Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE), que tutela o Instituto Camões, em Londres, “em que contexto e por decisão de quem” foram “aprovadas e implementadas” nas aulas de Português para alunos dos 6 aos 11 anos, conteúdos relacionados com aquilo que o partido considera ser ideologia de género.
A notícia é avançada pelo Diário de Notícias e as questões do partido democrata-cristão têm origem num artigo de opinião publicado no Observador por Duarte Hipólito Carreira, especialista em marketing, que trabalha e vive em Londres.
“A nossa filha mais velha, com apenas 10 anos, frequenta as aulas de Português promovidas pelo Instituto Camões em Londres. Recentemente, fruto de um acaso, descobrimos que crianças da turma dela – que inclui alunos de idades tão díspares como 6 e 11 anos – foram obrigadas a trabalhar um livro que introduz conceitos relacionados com ideologia de género”, escreveu o colunista.
Segundo Duarte Hipólito Carreira, “sem qualquer aviso ou preparação aos pais, as crianças foram confrontadas com frases do livro ‘Menino, Menina’, de Joana Estrela”. Dá, depois, vários exemplos das frases do livro: “Precisas de saber se és rapariga ou rapaz? Só olhando nem sempre és capaz” ou a “Resposta [à pergunta] não está debaixo da roupa”.
Perante a descoberta, o português a trabalhar no Reino Unido diz ter trocado emails “com respostas evasivas” por parte da instituição de ensino. Refere que tendo em conta a “gravidade que este assunto representa, o silêncio deixou de ser opção”, daí ter utilizado a coluna de opinião como meio de divulgação da questão.
O CDS quer que o ministério tutelado por Paulo Rangel explique “qual o enquadramento, os objetivos, e metodologia pedagógica das atividades mencionadas, nomeadamente no que diz respeito à introdução de conteúdos relacionados com a chamada ideologia de género” e ainda “que medidas estão a ser tomadas para rever e , se necessário, reorientar as atividades do Instituto Camões”.