Acusado de homicídio em primeiro e segundo grau no caso da morte do CEO da UnitedHealthcare, Brian Thompson, Luigi Mangione contratou os serviços de uma advogada de topo para o defender. Karen Friedman Agnifilo, que já participou em vários casos relevantes, é casada com o advogado que representa Sean “Diddy” Combs face as múltiplas acusações de crimes sexuais que enfrenta. Na mesma casa, possivelmente os dois casos com maior atenção mediática nos últimos tempos.
Se Marc Agnifilo defende o conhecido rapper, que está preso preventivamente há cerca de três meses, das acusações de crimes de tráfico sexual, abusos sexuais e extorsão, Karen Friedman Agnifilo trabalhou para “o outro lado” até 2021, ocupando a posição de chefia do departamento de crimes sexuais e sendo a “segunda no comando” da procuradoria-geral de Manhattan até se ter demitido para integrar a sociedade privada do seu marido, Agnifilo Intrater LLP, segundo o New York Post.
“Tem tanta experiência como qualquer ser humano, especialmente num tribunal estadual. [Friedman-Agnifilo] conhece todos os corredores, todos os juízes e trabalhadores no tribunal”, afirma um procurador de Nova Iorque, citado pela CNN Internacional.
Ao longo dos anos, foram vários os casos de conflito de interesses entre o seu cargo e o seu casamento com Marc Agnifilo, que já representou várias figuras públicas acusadas de crimes sexuais, como é o caso do realizador Harvey Weinstein e, agora, o rapper P. Diddy. No reportório de Karen Friedman Agnifilo, apesar de não existirem nomes tão notórios na esfera mediática, destaca-se o desempenho de funções na coordenação de justiça penal na Câmara da Cidade de Nova Iorque, durante o mandato do autarca Michael Bloomberg. Adicionalmente, Karen é a co-anfitriã de um podcast semanal, onde discute variados temas relacionados com Direito — “MissTrial“.
Enquanto Luigi aguarda a inevitável extradição de volta para o local onde Thompson morreu, o advogado Thomas Dickey representa o jovem de 26 anos no estado da Pensilvânia, onde enfrenta acusações de porte de arma não registada e falsificação de documentos. Esta “arma fantasma”, desenhada e montada numa impressora 3D, que se encontrava na posse de Luigi na hora da sua detenção num McDonald’s na manhã da passada segunda-feira, foi um dos principais elos de ligação ao crime à porta do hotel Hilton de Manhattan.
A CNN Internacional questionou tanto Dickey como Friedman-Agnifilo sobre quem estará a pagar as despesas legais do suspeito — se a sua família ou mesmo “apoiantes” da causa defendida por Luigi Mangione —, mas nenhum dos representantes respondeu.
Luigi Mangione e o assassinato do CEO da UnitedHealthcare em cinco pontos