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A autobiografia do Papa Francisco vai ser publicada em janeiro do próximo ano, mas já vão sendo conhecidos alguns dos episódios que são relatados pelo pontífice. Numa passagem destacada pela imprensa italiana, Francisco recorda a visita ao Iraque, em março de 2021, e revela pela primeira vez que escapou a dois ataques.
“Quase todos me aconselharam a não fazer esta viagem, que teria sido a primeira de um pontífice no Oriente Médio devastado pela violência extremista e pelas profanações jihadistas”, começa por escrever o Papa, citado pelo jornal Corrielle dela Sera.
Segundo o Papa, a Gendarmerie foi avisada pelos serviços secretos que uma jovem mulher com explosivos estava a dirigir-se a Mosul para se explodir durante a visita papal. No mesmo dia uma carrinha seguia também a “toda a velocidade” com o mesmo objetivo, descreve.
O Papa explica ainda que perguntou às autoridades o que se sabia sobre os dois atacantes, tendo o comandante respondido: “Já não estão aqui”. “A polícia iraquiana tinha conseguido intercetá-los e explodiu-os. Isso atingiu-me profundamente. Era também o fruto envenenado da guerra”, escreve na autobiografia.
A autobiografia “Hope” (“Esperança”) será publicado em 80 países no dia 14 de janeiro de 2025. Conta a história de vida do Papa Francisco, desde as suas raízes italianas e a emigração dos seus familiares para a América do Sul, passando pela sua infância e adolescência, escolha de vocação, vida adulta e pontificado.
É a primeira vez que se publica um livro de memórias de um pontífice em funções. Inicialmente, a ideia era que o livro só fosse divulgado depois da morte do líder máximo da Igreja Católica, mas Francisco quis alterar os planos e aproveitar a celebração do Jubileu. A obra, “Hope”, está a ser escrita há seis anos e será publicada daqui a três meses, anunciou a editora Penguin Random House.