A China e a Índia concordaram esta quarta feira em trabalhar numa solução para resolver a longa disputa fronteiriça referente aos Himalaias, após um impasse originado por um confronto, que resultou em várias mortes em 2020.
Em outubro foi concluído um acordo sobre patrulhas fronteiriças, que finalmente quebrou um impasse iniciado com o confronto na região de Ladakh, o primeiro a provocar mortes desde 1975.
Após conversações entre os representantes especiais sobre questões fronteiriças dos dois países, que decorreram esta quarta feira, o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês informou que iriam ser procuradas soluções “justas e razoáveis”, além de definido um roteiro com os primeiros passos a dar neste dossiê. Posteriormente, as medidas mais difíceis serão abordadas, de acordo com a mesma fonte.
A reunião de quarta feira juntou o chefe da diplomacia chinesa, Wang Yi, e o conselheiro de Segurança Nacional da Índia, Ajit Doval.
Os dois representantes exortaram à continuação da implementação do acordo de patrulha fronteiriça, acrescentando que os dois países fortaleceriam os intercâmbios, incluindo as viagens de peregrinos indianos ao Tibete, segundo o comunicado de Pequim.
Dias depois do pacto fronteiriço de outubro ocorreu uma reunião entre o líder chinês Xi Jinping e o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi.
Há dois dias, a China tinha anunciado que iriam decorrer esta semana conversações de alto nível com a Índia sobre diferendos fronteiriços, a primeira reunião deste género em cinco anos.
A última reunião tinha ocorrido em dezembro de 2019, segundo a imprensa indiana.
As conversações tinham parado em 2020, depois de um confronto mortal entre soldados na fronteira entre o Tibete chinês e a região indiana de Ladakh, que causou pelo menos 20 mortos do lado indiano e quatro entre os militares chineses.
Os dois gigantes asiáticos partilham uma fronteira de 3.500 quilómetros, que continua a ser uma fonte constante de tensão, com registo de confrontos esporádicos.
Pequim e Nova Deli acusam-se regularmente entre si de tentar apoderar-se do território ao longo da sua linha de demarcação não oficial a grande altitude.