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O Supremo Tribunal francês rejeitou esta quarta-feira os recursos interpostos pelo ex-Presidente francês Nicolas Sarkozy e tornou definitiva a condenação do antigo chefe de Estado a três anos de prisão — ficando sujeito a pena efetiva, com pulseira eletrónica durante um ano –, pelos crimes de corrupção e tráfico de influências, avança o jornal francês Le Monde.

O advogado de Sarkozy, Patrice Spinosi, avançou à AFP que o antigo Presidente francês “cumprirá obviamente a sanção pronunciada”, mas que vai “nas próximas semanas” recorrer ao Tribunal Europeu dos Direitos do Homem “para obter a garantia dos direitos que os juízes franceses lhe negaram”. Porém, a chegada do caso ao Tribunal Europeu dos Direitos do Homem não irá impedir o cumprimento da pena.

Tribunal da Relação de Paris confirma condenação de ex-Presidente francês Nicolas Sarkozy a três anos de prisão

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A decisão neste caso, que ficou conhecido como “Bismuth”, centra-se num alegado “pacto de corrupção” entre Thierry Herzog, advogado de longa data de Sarkozy, e Gilbert Azibert, magistrado judicial. Enquanto Sarkozy recebia informação sobre uma investigação judicial ao financiamento da campanha presidencial de 2007, o magistrado recebia uma “ajuda” para um cargo no Mónaco.

Esta decisão é conhecida a menos de três semanas do início do julgamento de outro caso que envolve Sarkozy, devido a suspeitas de financiamento vindo da Líbia à campanha presidencial de 2007.

Sarkozy, de 69 anos, foi Presidente de França entre 2007 e 2012. O político usou a rede social X para reagir à condenação, numa longa mensagem em que nega conhecer o magistrado Azibert. “Assim, acabo de ser condenado por um chamado “pacto de corrupção” com alguém – o juiz Azibert – com quem não falei, sem qualquer compensação, seja financeira ou de qualquer espécie”, escreve.

O político denuncia o “assédio legal” que enfrenta nos últimos 12 anos. “(…) Assumirei as minhas responsabilidades e enfrentarei todas as suas consequências. Não é de forma alguma minha intenção queixar-me. Tenho plena consciência de ter sido favorecido na vida de muitas maneiras”, continua.

“Mas não estou decidido a aceitar a profunda injustiça que me foi feita”, sublinha. Refere que a chegada do caso ao Tribunal Europeu dos Direitos do Homem “poderá, infelizmente, levar à condenação de França” e que “isto poderia ter sido evitado se tivesse beneficiado de uma análise jurídica calma”.

Sarkozy reitera a “inocência”. “A minha determinação é total nesta questão como nas outras. A verdade acabará por triunfar. Nessa altura, todos terão de prestar contas aos franceses”, remata.