O antigo presidente Nicolas Sarkozy foi, esta sexta-feira, indiciado por alegada “ocultação de testemunho” e eventual “participação em associação criminosa com vista a cometer o crime de fraude num processo de quadrilha organizada”, na sequência da investigação sobre financiamento da campanha eleitoral, depois do empresário Ziad Takieddine ter retirado a denúncia que tinha feito de que dinheiro líbio tinha entrado no processo, avança o Le Monde.

Sarkozy, acusado de financiamento ilegal de campanha eleitoral, depois de, alegadamente, ter recebido dinheiro do líder líbio Muammar Kaddafi para a sua campanha eleitoral, em 2007, é agora suspeito de se servir de manobras fraudulentas para se ilibar dessa mesma acusação. Manobras que podem estar relacionadas com Takieddine, acusado de atuar como mensageiro entre o ex-presidente e o ditador líbio.

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Além disso, Sarkozy foi colocado sob o estatuto de testemunha na investigação sobre alegada “participação numa associação criminosa com vista à prática do crime de corrupção ativa de pessoal judiciário estrangeiro” no Líbano, de acordo com uma fonte judicial partilhada pelo jornal francês.

Nove outras pessoas foram indiciadas neste caso, incluindo Michèle Marchand, suspeita de ter orquestrado a retratação pública de Ziad Takieddine que tinha, inicialmente, divulgado um alegado pagamento de 50 milhões de euros.

Para além de alegado financiamento ilegal de campanha eleitoral, o antigo chefe de Estado francês já estava acusado de eventualmente receber fundos públicos desviados, e ainda de corrupção passiva e associação criminosa.