O antigo Presidente francês Nicolas Sarkozy foi esta quarta-feira condenado a um ano de prisão, seis meses de pena suspensa e seis de pena efetiva, depois de ter sido condenado a um ano de prisão em primeira instância, avança o Le Monde. Em causa está o alegado financiamento ilegal da sua campanha presidencial, que perdeu, em 2012.

Conhecido como “caso Bygmalion”, este financiamento ilegal está aliado à violação dos máximos estabelecidos pela lei da campanha eleitoral. Em França, as candidaturas têm 22,5 milhões de euros como teto máximo, contudo, em 2012, quando acabaria por perder a eleição para François Hollande, a equipa de Sarkozy gastou 42,8 milhões de euros, praticamente o dobro do que é permitido por lei. Para ocultar os gastos, a equipa do antigo presidente contratou a empresa de comunicação Bygmalion, que usou um esquema de faturas falsas.

“O tribunal regressou ao quantum [da pena] requerido em primeira instância”, afirmou esta quarta-feira o tribunal da Relação de Paris. O Ministério Público francês tinha solicitado, para este segundo julgamento, uma pena de prisão suspensa de um ano.

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Em setembro de 2021, o tribunal considerou o antigo Presidente culpado de ter excedido significativamente o limite legal de despesas e condenou-o a um ano de prisão por financiamento ilegal de campanha. O tribunal, no entanto, solicitou que esta sentença fosse ajustada para prisão domiciliária.

Nicolas Sarkozy condenado por financiamento ilegal de campanha de 2012

Sarkozy, 68 anos, já foi condenado duas vezes, por tráfico de influências e corrupção ativa pelo financiamento ilegal da campanha presidencial de 2007, de cujas sentenças recorreu. No processo conhecido como “Bismuth”, Sarkozy era acusado de ter formado um “pacto de corrupção” com o seu advogado de longa data, Thierry Herzog, e um magistrado judicial, Gilbert Azibert, para obter informação sobre uma investigação judicial ao financiamento da sua campanha presidencial de 2007, em troca de uma “ajuda” para um cargo no Mónaco para o magistrado.

O dirigente de direita tem outro julgamento pendente no início de 2025, pelo financiamento da campanha de 2007 com dinheiro líbio, de acordo com a agência espanhola EFE.

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