Uma instalação artística simbolizando os principais problemas no uso da água vai esta terça-feira ser colocada junto do Ministério do Ambiente e Energia pela associação ambientalista Zero, numa ação a que deu o nome “Água que desune”.

A iniciativa tem como objetivo apelar ao Governo para que promova uma gestão responsável e sustentável da água e o nome inspirou-se na iniciativa do Governo “Água que une”, uma estratégia para a água que está a ser preparada e que deve ser apresentada este mês.

A ação, durante a manhã, será representada por uma instalação chamada “Bicho de Sete Cabeças“, para ilustrar o que a Zero considera os “sete pecados capitais resultantes das atuais políticas de gestão da água”.

O “bicho” é feito com materiais ligados à gestão ou consumo de água, como tubos ou mangueiras, e cada cabeça simboliza problemas como o uso excessivo de água na agricultura intensiva ou a degradação das massas de água, diz a Zero num comunicado sobre a iniciativa.

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No final da ação a associação ambientalista pretende entregar a instalação à ministra mas também o que chama o “Cabaz das Políticas com Futuro”, com objetos simbólicos (como um redutor de caudal) para destacar os princípios essenciais para uma política hídrica “eficaz, assente na eficiência, na justiça e na sustentabilidade”.

“Com esta iniciativa, a Zero pretende reforçar que cuidar da água é garantir o futuro, exigindo um compromisso sério do Governo para proteger este recurso vital e promover a sua gestão integrada e responsável”, diz a associação no comunicado.

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No final de dezembro a Zero já tinha pedido que a estratégia para a água a ser apresentada em breve não responda apenas às reivindicações do setor agrícola e resolva as lacunas na gestão hídrica.

“Água que une” pode ser uma “oportunidade estratégica para abordar as lacunas na gestão hídrica em Portugal”, disse, alertando que uma estratégia para a água não pode ficar-se pela resposta às revindicações do setor agrícola e deve ter também em conta os impactos socioambientais e alternativas diversas, e evitar soluções de curto prazo e insustentáveis.