A origem do avião que caiu com o candidato brasileiro à presidência, Eduardo Campos, tem levantado suspeitas em torno do Partido Socialista Brasileiro (PSB) e o possível uso de dinheiro não declarado na campanha.

Eduardo Campos, ex-governador do Recife e candidato à presidência do Brasil pelo PSB, morreu no dia 13 deste mês, num acidente com o jato que usava para sua campanha. Outras seis pessoas morreram na queda do avião, na cidade de Santos, em São Paulo.

Na terça-feira à noite, uma reportagem exibida pelo Jornal Nacional, principal noticiário da emissora Globo, levantou a suspeita de que as empresas que aparecem como doadoras do dinheiro usado para quitar parte do financiamento da aeronave podem ser “empresas-fantasma”.

A operadora da aeronave, AF Empreendimentos, revelou ter recebido um total de 1,7 milhão de reais (570 mil euros), com origem em seis firmas diferentes.

Na reportagem, no entanto, o que se viu no suposto endereço das companhias indicadas foram salas comerciais e casas vazias, e até uma casa numa favela no Recife, capital do estado onde Campos foi governador por dois mandatos consecutivos.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

As empresas teriam feito empréstimos ao empresário João Carlos Lyra Pessoa de Mello Filho, ligado a Campos, que assume ser o comprador do jato. Segundo ele, os pagamentos foram feitos em troca do uso do avião, enquanto a compra era oficialmente concluída.

A Polícia Federal suspeita de que o empresário foi usado para ocultar a compra da aeronave pelo próprio partido, fazendo uso de dinheiro do “saco azul”.

Num comunicado, o partido disse que o empresário autorizou o uso do jato durante toda a campanha de Campos e que a prestação de contas ao Tribunal Superior Eleitora (TSE) seria feita após a disputa, conforme a legislação a respeito.

Após a morte de Eduardo Campos, a sua ‘vice’, a ambientalista Marina Silva assumiu a candidatura, alterando o cenário da disputa. Segundo as últimas pesquisas, Marina aparece como a segunda colocada, com 29 por cento das intenções de voto.