Aos 17 anos, Alexis Tsipras tomou de assalto o liceu que frequentava. O candidato a presidente da Comissão Europeia encabeçou a ocupação do edifício e viveu lá durante alguns meses como medida de protesto contra as reformas na educação, participando nas negociações entre os estudantes e o governo da altura. Foi no partido Synaspismos que se notabilizou politicamente, subindo nas fileiras desta organização pró-comunista, e chegou a ser eleito vereador em Atenas. Em 2008, torna-se presidente do partido e, no ano seguinte, é eleito deputado e líder parlamentar do Syriza – força política que agregou vários partidos da esquerda radical. Em 2012, o Syriza foi o segundo partido mais votado nas eleições legislativas, fazendo de Tsipras o líder da oposição.
Um dos maiores apoios à candidatura de Alexis Tsipras foi o Bloco de Esquerda. Em 2012, Francisco Louçã foi um interveniente ativo nas ações de campanha do partido grego e, em 2013, Tsipras passou o 25 de Abril em Portugal. Este ano voltou a repetir a dose, encontrando-se com Mário Soares. Marisa Matias, cabeça de lista do BE às europeias, é vice-presidente do Partido da Esquerda Europeia (PEE).
Foi eleito em Madrid no IV Congresso do Partido da Esquerda Europeia.
Teve uma ascensão meteórica na política grega e é percecionado como um herói da luta dos países do Sul. O discurso anti-austeridade pode resultar a seu favor em países com maiores dificuldades no ajustamento e ajudar, assim, a ganhar votos para os partidos nacionais filiados no PEE. Defendeu a permanência da Grécia no euro com unhas e dentes e tem um discurso europeísta.
O seu envolvimento e possível incitamento a manifestações violentas, assim como o discurso anti-Merkel, podem afastar eleitores desta esquerda radical.
Tem 39 anos, nasceu em Atenas, na Grécia.
Licenciado em Engenharia Civil pela Universidade Nacional Técnica de Atenas.
Vive em união de facto com Peristera Batziana e tem dois filhos.
Ateu.
Nasceu quatro dias depois da Revolução grega. É um adepto fervoroso do Panathinaikos. Raramente usa fato e desloca-se de mota. Conheceu a companheira em 1987, no liceu, quando ambos eram membros da Juventude do Partido Comunista grego. Em 2013, Tsipras passou férias na ilha grega de Antipaksous com a família. Ficou em casa de um amigo, conduziu um barco à volta da ilha e a presença de guarda-costas foi discreta.
Com os atuais níveis de desemprego jovem, Tsipras diz que a Europa está a “assinar a sua carta de suicídio”. Para este candidato, os empregos a criar na UE têm de ser sustentáveis e financiados pelos fundos comunitários.
A política fiscal europeia em vigor, que obriga à apresentação de orçamentos equilibrados, é “uma ideia perigosa”, segundo Tsipras. O candidato quer suspender a legislação europeia nesta área e instaurar uma política mais flexível consoante a situação económica dos países.
Para resolver a crise das dívidas soberanas dentro da União Europeia, Tsipras quer organizar uma Convenção da Dívida Europeia. O político grego considera que o Acordo de Londres no pós-segunda-guerra Mundial (que perdoou parcialmente a dívida alemã e suavizou o pagamento dos juros) é o modelo a seguir na resolução deste problema.
Sim. Tsipras considera que a Europa precisa de um sistema mais parecido com aquele que vigora nos Estados Unidos da América e estruturas federais para manter a sua coesão.