O Banco Central Europeu (BCE) não pode deixar a inflação muito baixa durante um longo período, declarou hoje o seu economista-chefe, Peter Praet, numa entrevista ao semanário alemão Die Zeit, lembrando que a instituição pode adotar diferentes medidas.

“Não devemos deixar a inflação ficar muito baixa durante demasiado tempo”, declarou Praet, numa entrevista que será publicada na quinta-feira.

Segundo o economista, essa situação poderá levar as empresas e os consumidores a adiarem os gastos, na esperança de verem os preços caírem ainda mais, sintomas de que se pode resvalar para a deflação.

A subida de preços na zona euro foi de 0,7% em abril, depois de 0,5% em março, ou seja, longe dos objetivos do BCE de manter a inflação ligeiramente abaixo dos 2%.

O BCE prevê que a inflação registe uma subida progressiva, atingindo 1,6% em 2016. No entanto, nos últimos meses “tem sido mais baixa do que o esperado”, indicou Praet.

Face à situação, o BCE está pronto a adotar uma medida ou um “conjunto de medidas”, disse Praet, repetindo o que o presidente do BCE, Mario Draghi, disse na semana passada.

O BCE pode conceder um novo empréstimo a um prazo bastante longo aos bancos para encorajar o crédito ou baixar as taxas de juro.

A taxa diretora do BCE está atualmente no mínimo histórico de 0,25%, uma combinação de diferentes medidas de política monetária também pode ser ponderada, admitiu.

Na semana passada, Draghi deu a entender que o BCE pode agir já na próxima reunião, em junho, depois de conhecidas as suas previsões para a inflação e o crescimento.

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