Neste Natal não haverá uma estrela guia no céu noturno, mas uma chuva delas. Ou duas. Ou três. Se mesmo assim não lhe chegar, pode sempre aproveitar a passagem do cometa Catalina. Ou, em alternativa, uma Lua cheia no dia 25. Tudo bons motivos para passar o mês de dezembro a olhar para o céu, mas não se esqueça dos agasalhos porque o inverno está à porta – oficialmente dia 22 de dezembro, às 4h48 (hora de Lisboa).
Catalina, o cometa C/2013 US10, ainda está muito brilhante e é praticamente visível a olho nu, embora seja mais fácil com binóculos, refere o Observatório Astronómico da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa. “O cometa aparecerá no horizonte, a sudeste, pelas 5 horas na constelação da Virgem, deslocando-se no final do mês para a constelação do Boieiro, onde será visível cada vez mais cedo, a partir das 2 horas.”
Este mês vão cruzar os céus três grupos de chuvas de meteoros: as Taúridas do Norte, as Gemínidas e as Úrsidas. As Gemínidas, que parecem sair da constelação de Gémeos, são a chuva de estrelas mais notável das três. À medida que a Terra cruza a órbita do asteroide Faetonte, entre 4 e 17 de dezembro, o enxame será visível. O pico acontece dia 14, poucos dias depois da Lua nova, e podem ser vistas até 120 meteoros cadentes por hora.
Quase na véspera de Natal, dia 23, há o pico da Úrsidas, que parecem sair da constelação da Ursa Menor. A chuva de meteoros resultante da passagem da Terra pela órbita do cometa Tuttle, dura de 17 a 26 de dezembro. Serão difíceis de ver porque terá no máximo 10 meteoros por hora e porque está já muito próxima da Lua cheia. Quanto às Taúridas do Norte serão ainda mais difíceis de ver, pois o pico de atividade foi em novembro e terminam dia 10 de dezembro.
Guia básico para a chuva de meteoros: afaste-se das cidades e das zonas com poluição luminosa, escolha um local com o horizonte desimpedido e evite noites nubladas. Conselho extra: as chuvas de estrelas não são um “chuveiro”, mas não desanime e aproveite para ver as restantes estrelas no céu. E os planetas também. Todos os planetas visíveis a olho nu podem ser observados durante a noite.
A partir de dia 5 de dezembro pode ver Mercúrio ao crepúsculo, no final do dia, a oeste na constelação de Sagitário. A este, na constelação de Leão, estará Júpiter toda a noite. Vénus e Marte aparecem de madrugada, a sudeste, na constelação de Virgem. Com binóculos ou telescópios também conseguirá ver Úrano na constelação de Peixes e Neptuno em Aquário. Este mês só não conseguirá ver Saturno.