Paulo Portas avisou Pedro Passos Coelho logo na formação do Governo em outubro que só ficaria dois anos no Executivo. Foi o próprio líder do CDS que o revelou na reunião da comissão política do partido, segunda-feira à noite, no Largo do Caldas, confirmou o Observador.

O presidente do partido, que anunciou nessa reunião que já não vai recandidatar-se a novo mandato, explicou que, ao fim de 16 anos como líder partidário, achava natural sair de cena em breve e que isso mesmo foi transmitido em devido tempo ao parceiro de coligação. O Governo Passos/Portas saído das eleições legislativas de 4 de outubro foi, contudo, breve. Não chegou a durar um mês, caindo com uma moção de rejeição ao programa do Governo, aprovada na Assembleia por todos os partidos de esquerda. Portas foi novamente vice-primeiro-ministro durante 27 dias.

Com a queda desse Governo, Portas decidiu então que o momento para a sua saída devia ser antecipada. Havendo congresso ordinário em abril, não fazia sentido candidatar-se neste novo ciclo. E avisou também disso Passos Coelho. A conversa foi tida antes do Natal e mantida em segredo num partido e no outro.

Mas o presidente do CDS deixou claro, nessa conversa, que o seu partido entende que o regresso ao poder só deverá ser feito pela soma com o PSD, ou seja, a direita em bloco. Isso não significa que tenha que haver coligações pré-eleitorais, mas antes a soma dos votos dos dois partidos. À saída da reunião da comissão política, pelas 3h da manhã, o próprio Portas declarou acreditar no “regresso do centro direita ao poder”.

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