A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) decidiu nesta sexta-feira registar a oferta pública de aquisição (OPA) lançada pela Fidelidade sobre a Espírito Santo (ES) Saúde e prorrogar o período da operação até 10 de outubro. A CMVM adiantou que o apuramento dos resultados das OPA lançadas será efetuado em sessão especial de bolsa da Euronext Lisboa, “previsivelmente no dia 13 de outubro de 2014”.
A Fidelidade, detida maioritariamente pelo grupo chinês Fosun, controlado por sua vez por Guo Guangchang, oferece um preço de 4,82 euros por ação, dez cêntimos acima do mencionado no seu anúncio preliminar de OPA. O novo preço, pelos cálculos da oferente, excede em 50,63% o da oferta inicial de distribuição das ações, em fevereiro último, e em 29,63% e 34,20%, respetivamente, o preço médio ponderado destes títulos na Euronext Lisboa nos três e seis meses anteriores ao anúncio da oferta do grupo mexicano Ángeles.
Ao usar como referência a data do anúncio preliminar da Fidelidade, estes prémios são respetivamente de 16,08% e 20,97%. Em relação ao preço de fecho na data do anúncio preliminar da OPA da Ángeles, o prémio é de 22,24%. Em relação ao preço da oferta do grupo mexicano, o valor agora oferecido pela Fidelidade supera-o em 7,11%.
Tal como o Ángeles, a Fidelidade impõe como condição para concretizar a operação a obtenção de um mínimo de 50,01% do capital da empresa. A Fidelidade tem 1.504 ações da ES Saúde, o que corresponde a 0,0016% do capital. Na quinta-feira, o Grupo Mello anunciou que “se viu obrigado” a retirar a OPA sobre a Espírito Santo Saúde, garantindo que mantém a determinação na aquisição da empresa.
A ES Saúde é detida maioritariamente pela Rioforte, empresa do Grupo Espírito Santo (GES), e é dona, entre outros ativos, do Hospital da Luz, em Lisboa, e gere, em regime de Parceria Público-Privada, o Hospital de Loures. No final de maio, a ES Saúde anunciou que o seu lucro quase duplicou em termos homólogos no primeiro trimestre do ano, para 4,6 milhões de euros.