Portugal deverá conhecer esta quarta-feira a possível multa a pagar por falhar as metas orçamentais impostas pela União Europeia (UE), num anúncio esperado para o início da tarde após a última reunião dos comissários europeus antes das férias de verão.
Desde maio, que Portugal e Espanha aguardam pelo desfecho do processo por terem ficado acima de um défice de 3% do Produto Interno Bruto (PIB), esperando-se que hoje seja anunciado quer a multa, que pode ir até aos 0,2% do PIB, quer novos prolongamentos para cumprir objetivos.
Na conferência de imprensa diária, em Bruxelas, de terça-feira, Margaritis Schinas, porta-voz do executivo comunitário, informou que o colégio de comissários vai “considerar passos que se tornaram necessários, na sequência da decisão do Conselho que nenhum dos países realizou ações efetivas para corrigir os seus défices excessivos”.
Assim, o executivo comunitário vai propor qual a sanção, pertencendo ao Conselho de ministros europeus das Finanças (Ecofin) – que a 12 de julho concluiu que os países ibéricos tinham falhado nas metas — aprovar esta decisão.
Adiada até setembro está a decisão sobre a suspensão de fundos estruturais, por ainda estar agendado um “diálogo estruturado” entre a Comissão Europeia e o Parlamento Europeu (PE).
O aprofundamento do procedimento por défice excessivo pressupõe uma proposta da Comissão sobre a suspensão de parte dos compromissos dos Fundos Estruturais e de Investimentos, que pode ir até 0,5% do PIB ou até 50% dos compromissos assumidos.
O primeiro-ministro português, António Costa, tem insistido que “não há qualquer justificação, nem base legal, e que seria aliás contraproducente a aplicação de sanções por um resultado não alcançado em 2015” e quando se está num ano “em que, felizmente a própria Comissão Europeia reconhece que se irá conseguir cumprir este objetivo”.