Chega esta quinta-feira às livrarias o volume Três Histórias Desenhadas, que reúne os contos “Era Uma Vez”, “O Sonho de Pechalim” e a “A Menina Serpente”, escritos e ilustrados por José de Almada Negreiros para o Sempre Fixe, um semanário de 1926. A maioria dos desenhos originais podem ser atualmente vistos na exposição José de Almada Negreiros: Uma maneira de ser moderno, patente na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, até 5 de junho.

O livro chega às livrarias a 2 de março e custa 15,50 euros. O prefácio é de Sara Afonso Ferreira

Em comunicado, a Assírio & Alvim explica que “estes desenhos não só ilustram as histórias, como também as contam, apelando à colaboração do leitor”. Em “O Sonho de Pechalim”, por exemplo, o autor deixou propositadamente várias linhas em branco — que a presente edição procurou reproduzir — para serem preenchidas pelos leitores, que se veem assim obrigados a recorrer à sua própria imaginação para completar o conto.

Esta é uma de várias obras de Almada Negreiros que a Assírio & Alvim planeia publicar durante este ano. Para abril e maio, está programado o lançamento de um volume de entrevistas e um livro de teatro, no âmbito da coleção Almada Breve. Este será a primeira obra da editora dedicada ao teatro do modernista.

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Os olhos de Almada não eram dele, eram da Modernidade

José de Almada Negreiros nasceu em São Tomé em 1893. Artista multifacetado, foi pintor, poeta, ensaísta, romancista e dramaturgo. Fez parte do grupo do Orpheu, revista fundada por Mário de Sá-Carneiro e Fernando Pessoa, e lançou a publicação Sudoeste, um individualista que levou a cabo em 1935. Escreveu vários manifestos provocatórios — do qual é exemplo o mais do que famoso Manifesto Anti-Dantas — , participou e fomentou muitas das manifestações culturais realizadas no seu tempo em Portugal. Morreu em 1970, em Lisboa.