A auditoria forense ao Banco Espírito Santo (BES) só estará pronta dentro de três a quatro semanas, indicou o Banco de Portugal em carta de resposta aos deputados. A instituição liderada por Carlos Costa indicou, também, que a decisão de dar acesso ao documento aos deputados, ou não, dependerá da avaliação do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), sabe o Observador.

Os deputados podem mesmo não vir a receber o documento, se o DCIAP entender que as matérias entram em conflito com as investigações em curso.

Na quarta-feira, o Banco de Portugal tinha indicado que “o trabalho dos auditores encontra-se numa fase já muito avançada mas não está ainda concluído“.

Também na quarta-feira, a reunião dos coordenadores da comissão de inquérito ao BES acabou com Fernando Negrão, deputado do PSD, a afirmar que nesta quinta-feira de manhã iria ligar para o Banco de Portugal, de modo a apurar quando é que os deputados vão ter acesso ao relatório da auditoria forense que está a investigar a queda do banco. Seja como for, a audição de Carlos Costa, governador do Banco de Portugal (BdP) e a primeira pessoa a ser ouvida nesta comissão de inquérito, mantém-se para segunda-feira.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

A auditoria quer “aprofundar a análise de diversas situações identificadas pelos reguladores, até 31 de julho de 2014, no âmbito da supervisão ao Grupo BES.

O Banco de Portugal explicou na quarta-feira que a auditoria quer “aprofundar a análise de diversas situações identificadas pelos reguladores, até 31 de julho de 2014, no âmbito da supervisão ao Grupo BES, de modo a recolher e, até onde for possível no contexto da auditoria, documentar a existência de indícios de eventuais práticas ilícitas levadas a cabo pelo Grupo BES e/ou pelos membros dos seus órgãos sociais”.

Uma vez entregues aos reguladores, acrescentou o Banco de Portugal, “os relatórios finais da auditoria e respetivos documentos de suporte passarão a integrar os processos sancionatórios já instaurados ou a instaurar, no âmbito dos quais, salvaguardadas todas as garantias de defesa dos visados, se fará o apuramento de eventuais responsabilidades contraordenacionais, designadamente de responsabilidades individuais”.

Contudo, se daqueles relatórios finais indícios de factos relevantes do ponto de vista criminal, os reguladores não deixarão de, como é seu dever, fazer a respetiva comunicação ao Ministério Público para que, também a esse nível, possam ser apuradas todas as responsabilidades”, adiantou o Banco de Portugal na nota de esclarecimento publicada na quarta-feira, explicando que, “por esta razão, os relatórios finais da auditoria não serão alvo de divulgação pública”.