O Banco de Portugal enviará para o Ministério Público o resultado da auditoria ao Banco Espírito – que está a ser feita pelo banco central, pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliário (CMVM) e pela consultora Deloitte – se “daqueles relatórios finais constarem indícios de factos relevantes do ponto de vista criminal“. Daí que a auditoria, cuja elaboração está “numa fase muito avançada mas não está ainda concluída”, não será alvo de divulgação pública.

A informação é prestada nesta quarta-feira pela instituição liderada por Carlos Costa numa nota de esclarecimento, em resposta às notícias recentes de que a auditoria estaria pronta e que não tinha encontrado rasto aos milhões tirados nos últimos dias de Ricardo Salgado.

A auditoria quer “aprofundar a análise de diversas situações identificadas pelos reguladores, até 31 de julho de 2014, no âmbito da supervisão ao Grupo BES, de modo a recolher e, até onde for possível no contexto da auditoria, documentar a existência de indícios de eventuais práticas ilícitas levadas a cabo pelo Grupo BES e/ou pelos membros dos seus órgãos sociais”, explica o Banco de Portugal. “O trabalho dos auditores encontra-se numa fase já muito avançada mas não está ainda concluído“, garante a instituição.

Uma vez entregues aos reguladores, acrescenta o Banco de Portugal, “os relatórios finais da auditoria e respetivos documentos de suporte passarão a integrar os processos sancionatórios já instaurados ou a instaurar, no âmbito dos quais, salvaguardadas todas as garantias de defesa dos visados, se fará o apuramento de eventuais responsabilidades contraordenacionais, designadamente de responsabilidades individuais”.

Contudo, se daqueles relatórios finais indícios de factos relevantes do ponto de vista criminal, os reguladores não deixarão de, como é seu dever, fazer a respetiva comunicação ao Ministério Público para que, também a esse nível, possam ser apuradas todas as responsabilidades”, adianta o Banco de Portugal, explicando que, “por esta razão, os relatórios finais da auditoria não serão alvo de divulgação pública“.

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