As entidades norte-americanas já lançaram operações de apoio a desastres e as empresas energéticas estão a trabalhar para repor e energia mas a verdade é que 6,5 milhões de casas estão sem energia na Flórida (cerca de dois terços do estado).
O então furacão Irma atingiu as ilhas das Florida Keys com a intensidade de um ciclone tropical de categoria 4 – a segunda mais alta – antes de entrar no continente norte-americano e começar a perder intensidade até se tornar uma depressão tropical na quinta-feira.
O National Hurricane Center – entidade que monitoriza e decreta alertas para furacões – admitiu que o descer de categoria não salvaguardava a iminente possibilidade de intensa precipitação e cheias até a tempestade se dissipar. Pelo menos quatro mortes foram diretamente relacionadas com o furacão na Florida e outras 37 foram já contabilizadas nas ilhas das Caraíbas.
Um representante do departamento de segurança interna norte-americano citado pela BBC garantiu que os habitantes das Floridas Keys – uma série de ilhas e ilhéus densamente habitados – poderão ter que esperar “semanas” até regressarem a casa. As Keys estão separadas do continente e as cerca de 40 pontes que as ligam ao estado estão ainda a ser alvo de peritagem no que à resistência diz respeito. A BBC explica ainda que pelo menos 10 mil pessoas ficaram nas Floridas Keys.
É agora tempo de dar resposta aos danos e às populações. Apesar de a Florida e de Miami não terem aguentado o pior da tempestade como as ilhas das Caraíbas (que foram atingidos pelo furacão quando este ainda era de categoria 5) grandes partes da cidade de Miami estão submersas. Os ventos na ordem dos 290 quilómetros por hora derrubaram os cabos de eletricidade e 72% das habitações estão sem energia.
O presidente norte-americano Donald Trump já decretou estado de catástrofe, o que desbloqueia todos os fundos federais e nacionais de ajuda à Flórida. Os aeroportos foram encerrados e foi instaurado um recolher obrigatório de forma a impedir assaltos e pilhagens.
Contudo, antes de atingir os Estados Unidos, o Irma deixou um rasto de destruição por toda a região:
Barbuda: a ilha ficou praticamente inabitável, com a confirmação do primeiro-ministro que dava conta de que 95% dos edifícios ficaram destruídos. Pelo menos uma pessoa morreu;
Anguila ficou extensamente destruída e confirma uma morte pela passagem do furacão;
Ilhas Virgens Britânicas: pelo menos cinco mortes contabilizadas;
Ilhas Virgens Americanas: quatro mortes confirmadas;
São Martinho e São Bartolomeu: seis em cada 10 casas ficaram destruídas em São Martinho. 13 pessoas morreram e outras sete desapareceram. Em São Bartolomeu, apesar da devastação da ilha que uma habitante portuguesa relata ao Observador, a vida retoma a normalidade, aos poucos, com alguns estabelecimentos e farmácias a abrirem durante algumas horas do dia;
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Cuba: 10 pessoas morreram e três quartos da população está sem energia;
52 portugueses já foram retirados das ilhas pela Força Aérea.
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Naquela que é já a mais poderosa tempestade do Atlântico em décadas, os danos já provocados podem custam 300 mil milhões de dólares (qualquer coisa como o equivalente ao Produto Interno Bruto de Portugal). Em causa está a Flórida e o impacto que esta tempestade pode ter nos preço dentro e fora dos Estados Unidos. Nos EUA, a Flórida é o segundo maior produtor de frutas e vegetais. No mundo, é o segundo maior produtor de sumo de laranja. Por exemplo, uma laranjeira leva alguns anos até começar a dar frutos. Desta forma, os efeitos do Irma podem ser catastróficos e poderão influenciar os preços nos próximos anos.
Quem avança com este valor é Barrie Cornes, um analista da Panmure Gordon, citado pelo Guardian. Cornes acredita que as seguradoras irão cobrar entre 100 mil e 150 mil milhões dos custos.