Foi o momento mais quente do debate quinzenal. A porta-voz do Bloco de Esquerda, Catarina Martins acusou Passos Coelho de ter feito uma “venda de favor” do BPN a Angola e o primeiro-ministro não gostou, pedindo mesmo a defesa da honra, dizendo que não faz “favores a ninguém”.

Tudo começou com a primeira intervenção da porta-voz do Bloco de Esquerda que fez a comparação entre a atuação do Governo no caso BPN e no caso BS. Comparando os dois casos, Catarina Martins disse que no caso BPN, Passos Coelho fez “uma venda a favor a capitais angolanos” e que agora, no BES, não interveio junto do governo angolano para assegurar a garantia dada ao BES Angola que, segundo a deputada, “deu um empurrão” ao fim do BES.

A expressão usada pela deputada não foi do agrado do primeiro-ministro que pediu uma “defesa da honra”. Disse Passos Coelho que Catarina Martins

“não pode insistir que o Governo fez uma venda de favor a capitais angolanos. A venda do BPN é uma venda que está clara. Os senhores podem auditá-la como fizeram. Nem eu faço favores a ninguém, nem peço favores a ninguém. Nunca o fiz na minha vida”.

Antes, Passos Coelho tinha admitido que na altura da venda do BPN ao BIC por 40 milhões de euros falou com o ministro da presidência angolano porque estava em causa a reprivatização de um “banco público” e que no caso do BES a competência era do Banco de Portugal porque é um banco privado.

A justificação não agradou a Catarina Martins que refutou tanto as justificações do primeiro-ministro como a defesa da honra: “Se não sabe o que é um favor, eu explico. Vendeu o BPN por 40 milhões de euros, por tostões ao BIC e ficou com todo o crédito mal parado no Estado. É provavelmente o único banco do mundo sem crédito mal-parado porque são os contribuintes que o estão a pagar. Foi uma venda de favor”, rematou. A bloquista frisou ainda que o Governo “deixou que o BIC despedisse os trabalhadores do BPN”.

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