Esta é uma época em que muitos renovam os seus equipamentos por modelos mais modernos, outros recebem-nos pela primeira vez. Num caso e no outro, e apesar do cuidado com que geralmente se tratam os “brinquedos novos”, nem todos os fazem com a devida cautela. E há também quem exagere.
Tenha consciência que transporta consigo equipamentos de alta tecnologia que, apesar de resistentes, precisam de alguma atenção para manter a integridade e o bom estado de funcionamento. Aqui ficam algumas dicas sobre como cuidar do seu novo smartphone ou tablet.
Proteção
Estes equipamentos são feitos em diversos materiais, sobretudo em plástico e ligas metálicas. Estão preparados para suportar a pressão, a queda, o pó e a água, apresentam alguma resistência aos riscos e alguns até às dedadas. Outros são peças de design que não apetece esconder, mas comprar uma capa é geralmente uma boa ideia. Existem milhares de opções no mercado, mas tenha em atenção que nem todas têm por principal função proteger o equipamento.
Se o quer apenas esconder ou embelezar, aí a imaginação é o limite, mas para o proteger tenha em consideração o uso que lhe quer dar e em função disso, o material de que é feito. Por exemplo, se pretende usar o smartphone no tablier do carro como navegador GPS, a melhor opção será uma capa feita de silicone, porque escorrega menos. Se não se quer preocupar em o atirar para dentro da mala, talvez não seja má ideia optar por uma capa integral.
As películas transparentes para os ecrãs são um acessório muito popular, mas muitas vezes a sua aplicação não se justifica. Se o seu novo equipamento tiver um ecrã feito do resistente Gorilla Glass, o uso da película pode ser dispensado. Tenha apenas o cuidado de não usar o smartphone no mesmo bolso onde coloca as chaves, ou de o colocar de qualquer maneira para dentro da mala — neste caso, use a bolsa para o efeito.
Segurança
No campo da segurança todo o cuidado é pouco. É cada vez mais importante proteger os seus dados pessoais e as últimas versões dos principais sistemas operativos móveis vieram tornar isso relativamente simples. Impeça que estranhos acedam ao seu sistema configurando um código de segurança nas definições do aparelho. Um código (ou PIN de segurança do sistema) é um conjunto de quatro algarismos que devem ser do seu exclusivo conhecimento. Alguns sistemas oferecem outras alternativas, como definir um padrão, uma palavra-passe mais extensa e, caso tenha um sensor biométrico integrado, poderá definir o desbloqueio através da sua impressão digital, por exemplo.
Pode optar também por ativar os serviços de localização do seu aparelho para que, caso o perca, o possa localizar de imediato, bloquear o ecrã, solicitar o toque, entre outras funcionalidades. Em iPhone este serviço chama-se Find my iPhone. Basta manter os serviços de localização GPS ativados e ter o telemóvel associado a uma Apple ID (identificação da Apple, composta por um endereço de e-mail e uma palavra-passe). Para informação adicional, a Apple tem uma página dedicada ao assunto. No caso dos dispositivos Android, a configuração tem de ser feita manualmente. Descarregue a aplicação Gestor de Dispositivos Android e entre com a conta Google associada ao dispositivo. Na aplicação, configurar o seu telemóvel para que o possa localizar, bloquear ou mesmo formatar remotamente no caso de roubo ou perda.
Se quiser ir ainda mais além, poderá encriptar os seus dados pessoais. A encriptação do aparelho — e do cartão de memória, caso tenha um — é configurada nas definições do aparelho, tanto em dispositivos Android como em iPhone. Lembre-se apenas de que terá de aguardar alguns minutos até que o processo esteja completo e que é muito importante escolher uma palavra-passe que consiga memorizar. É que terá de a introduzir sempre que iniciar o telemóvel e, caso a perca, perderá também todos os dados pessoais guardados nele. Além disso, sempre que iniciar o smartphone terá de aguardar alguns minutos até que a desencriptação esteja completa.
Limpeza
Mantenha o seu novo smartphone ou tablet sempre limpo. Um ecrã cheio de dedadas pode não responder bem ao toque, o pó e os filamentos de tecido da roupa ou acessórios entra nos encaixes do carregador ou dos auscultadores, por isso limpe o equipamento com regularidade. Use um pano macio levemente humedecido com água e nunca soluções abrasivas, tais como o álcool ou a acetona. O tradicional “embaciar e limpar” com um pano para as lentes dos óculos é geralmente o suficiente para manter o exterior limpo, em particular o ecrã. Para retirar cotão ou filamentos das ranhuras de carregamento ou do terminal dos auscultadores, use uma pinça mas tenha cuidado para evitar tocar nos pontos metálicos de contacto.
Bateria
As baterias de iões de lítio que equipam os smartphones e tablets atuais suportam centenas de carregamentos sem perder capacidade de carga. Existe a crença generalizada de que o ideal é fazer ciclos completos de carregamento (deixar o equipamento desligar-se e depois carregar na totalidade) mas não é necessário fazê-lo sempre. Nem convém: estas baterias são mais eficientes se mantidas com energia, por isso não se preocupe em conservar o carregamento entre os 20% e os 80%. Uma vez por mês, ou quando notar que o smartphone se desliga ainda com 5 ou 10% de indicação de carga, aí sim, faça um ciclo completo para recalibrar o chip que controla a memória da bateria. Se notar outras alterações na bateria, como por exemplo o descarregamento repentino ou o aquecimento anormal, contacte a assistência e/ou troque de bateria, caso o seu smartphone o permita.
Atenção que alguns comportamentos anormais acontecem depois de atualizações de software e não estão relacionados com a bateria propriamente dita. Consulte as páginas da internet do fabricante ou os fóruns dos sites especializados. E já agora, uma nota sobre os carregadores: tenha cuidado no seu manuseamento e, sobretudo, proteja-os de quedas. E ligue-os primeiro à tomada e só depois ao equipamento.
Calor e água
O calor é um dos grandes inimigos dos equipamentos eletrónicos domésticos. Os revestimentos até podem resistir a temperaturas superiores a 50 graus, mas os componentes eletrónicos não. Por isso evite deixar o smartphone no porta-luvas do carro num dia de verão, ou pousado demasiado tempo na mesa da esplanada. O calor intenso e a luz direta do Sol podem danificar o ecrã e os componentes internos.
Algumas marcas publicitam a impermeabilidade como uma das novas características de resistência, mas parta do princípio de que estes equipamentos estão preparados para resistir a salpicos e acidentes de praia ou piscina (e à queda no lava-loiça ou na sanita) e não para ser usados como câmara de mergulho. Leia atentamente o manual de instruções antes de arriscar aventuras radicais sem uma caixa estaque.
Transporte
A maioria das pessoas usa os bolsos das calças e dos casacos para guardar e transportar os smartphones. Parece óbvio, mas evite sujeitar o equipamento a pressões desnecessárias, como sentar-se com o telemóvel no bolso, pois pode-o deformar ou partir.
A maioria das malas e das mochilas incluem um compartimento apropriado, não hesite em usá-lo, até porque os telemóveis são emissores de rádio e devem manter-se afastados do corpo em pelo menos um centímetro. Se usa pacemaker opte por um bolso o mais afastado possível do dispositivo (ou seja, do lado direito do corpo) ou, por exemplo, utilize uma bolsa de cinto.
Auricular
Os smartphones são muito mais do que dispositivos para fazer chamadas e trocar mensagens. São centros de multimédia que armazenam e dão acesso a grandes quantidades de conteúdos, como músicas e vídeos. Por isso os auscultadores são um acessório que acompanha praticamente todos os novos telemóveis e são usados para falar e para ouvir música. Tenha também atenção ao volume demasiado alto. Especialistas afirmam que os auscultadores são um dos grandes responsáveis por casos de perda de audição, em especial nas camadas mais jovens.
Além disso, os auriculares in ear, que tapam completamente o canal auditivo, isolam também o som ambiente, expondo o utilizador a riscos. A sua utilização deve ser ponderada em situações como a circulação em via pública ou mesmo a condução. E não se esqueça de limpar os auriculares com regularidade, para evitar a acumulação de bactérias que podem causar otites e outras infeções.
Artigo atualizado a 24 de dezembro de 2015.