Com a aproximação da data de realização as eleições legislativas na Grécia, agendadas para 25 de janeiro, crescem as declarações de líderes políticos que contêm alertas ao futuro Governo de Atenas. Numa entrevista ao Financial Times, foi a vez de o primeiro-ministro finlandês avisar que o país que lidera responderá com um “sonante não” a qualquer proposta que tenha por objetivo um perdão de dívida pública à Grécia ou a extensão do programa de ajuda externa que termina em fevereiro e que já envolveu 172 mil milhões de euros.

As declarações de Alex Stubb são dirigidas ao partido Syriza e ao respetivo líder, Alexis Tsipras, identificados com a esquerda radical e que lideram atualmente as sondagens. Uma recolha efetuada pelo Wall Street Journal sobre os inquéritos de opinião mais recentes revela que o Syriza poderá vencer o ato eleitoral com uma vantagem que se situa num intervalo entre 2,7 e oito pontos percentuais, com a maioria dos estudos a apontar para um avanço médio de três pontos percentuais sobre a Nova Democracia, do atual primeiro-ministro, Antonis Samaras.

Uma das medidas que tem animado Tsipras é, precisamente, a de conseguir uma redução da dívida pública junto dos parceiros europeus, indicador que se aproxima de 180% do produto interno bruto da Grécia. O primeiro-ministro finlandês afirmou não pretender influenciar os resultados das eleições gregas, mas acrescentou ser justo que finlandeses e gregos digam “alto e em bom som” que alguns dos planos que estão em debate na campanha eleitoral em curso na Grécia são “simplesmente inaceitáveis” para a Finlândia. Stubb referia-se às propostas de Tsipras de suavização das condições do resgate da Grécia, cujo primeiro passo aconteceu em maio de 2010, assim como uma nova reestruturação da dívida, a segunda desde o começo da ajuda externa na Grécia.

“Continuaremos a demonstrar solidariedade”, mas ninguém pode ter ilusões de que a Finlândia poderá perdoar dívida ou travar o atual programa, afirmou o líder do executivo de Helsínquia. “Isso é, simplesmente, impossível, neste momento, do ponto de vista político e económico, para um país como a Finlândia, que está também a lutar” contra dificuldades. O país terá eleições legislativas em breve, previstas para 19 de abril, e o desempenho da economia nórdica tem sido fraco, em contração nos três últimos anos.

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