Um ataque concertado esta sexta-feira a duas mesquitas em Christchurch, na Nova Zelândia, fez pelo menos 49 mortos e 48 feridos, 20 deles em estado grave. O ataque terrorista é o mais mortífero da história daquele país e terá começado às 13:40 (00:40 em Lisboa), num momento em que vários pessoas estavam no momento de oração. A polícia deteve quatro pessoas e uma delas será um supremacista branco australiano de 28 anos.
Confira o que sabe e o que falta saber sobre o atentado de Christchurch.
[Vídeo: Como aconteceu o atentado mais mortífero da Nova Zelândia?]
https://www.youtube.com/watch?v=ZfgO74SKGYs&feature=youtu.be
O que se sabe
- O ataque às duas mesquitas provocou pelo menos 49 mortos em Christchurch, a terceira maior cidade da Nova Zelândia. Quarenta e uma pessoas foram mortas na mesquita de Al Noor, perto de Hagley Park, outras sete na mesquita de Linwood e uma outra morreu já no hospital de Christchurch.
- Os atacantes entraram a disparar indiscriminadamente nas mesquitas com armas automáticas.
- Na sequência dos mesmos ataques há pelo menos 48 feridos, incluindo crianças, por ferimentos de bala. Há pelo menos 20 feridos em estado grave.
- A polícia, segundo confirmou o comandante Mike Bush, já deteve quatro suspeitos do ataque: três homens e uma mulher. A polícia confirmou igualmente que já este sábado um dos suspeitos, um homem com “mais de 20 anos”, será presente a tribunal para responder por homicídio, mas não confirma que se trata de Brenton Tarrant.
- Brenton Tarrant, um australiano de 28 anos, é apontado como um dos autores dos disparos. Brenton Tarrant transmitiu o momento do assassínio em massa em direto no Facebook. O primeiro-ministro australiano, Scott Morrison, confirmou que um dos detidos é um cidadão australiano que descreve como um “terrorista da extrema-direita violenta”.
- Entre os quatro detidos, além de Tarrant, há mais dois atacantes que foram capturados com armas próximos dos locais do ataque. Quanto à quarta pessoa detida, a polícia admite que possa não ter nada a ver com o atentado.
- Os atacantes eram desconhecidos da polícia, que fala num “ataque muito bem planeado“.
- A primeira-ministra neozelandesa classificou este ataque como um “ato terrorista“, num dos dias “mais negros” da história da Nova Zelândia. Antecipou que a maior parte das vítimas são imigrantes. E que fazem parte da Nova Zelândia: “Eles são nós”.
- O suspeito já identificado fez um manifesto de 74 páginas intitulado The Great Replacement” (em português, “A Grande Substituição”), onde promove várias ideias neofascistas e revela a proximidade com outros atacantes, como Anders Breivik, terrorista que matou 77 pessoas, na maioria jovens, num atentado na Noruega em 2011.
- A seleção nacional de críquete do Bangladesh escapou por três minutos ao massacre. A equipa estava a chegar à mesquita de autocarro quando viu pessoas saírem ensanguentadas da mesquita e recuou.
- A cidade de Christchurch permanece em alerta máximo e as pessoas foram aconselhadas a não sair das suas casas.
O que falta saber
- As motivações do ataque estão ainda por apurar, embora tudo indique que têm por base a defesa do ódio e da violência contra imigrantes.
- Estão por identificar pelo menos dois atacantes capturados com armas após o ataque.
- A polícia ainda não garantiu se o ataque já terminou, desconhecendo se há mais suspeitos ou mais ataques preparados.
- Desconhece-se ainda a identidade das vítimas.
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