Jeffrey Epstein, o milionário norte-americano suspeito de controlar um esquema de tráfico sexual, suicidou-se na prisão onde estava detido desde 6 de julho, segundo informação avançada pela ABC News. O milionário aguardava julgamento por abuso e tráfico de menores.

De acordo com o The New York Times, que refere as autoridades no local, está confirmado que Jeffrey Epstein se enforcou.

Segundo o jornal The New York Times, que cita responsáveis que pediram anonimato, o corpo do magnata Jeffrey Epstein, de 66 anos de idade, foi encontrado este sábado sem vida na sua cela da prisão de Nova Iorque, pelas 7h30 locais (11h30 hora de Lisboa).

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De acordo com as autoridades federais, citadas pela agência de notícias Associated Press (AP), o FBI está a investigar o “aparente suicídio” do magnata Jeffrey Epstein, que estava em prisão preventiva a aguardar julgamento por alegados abusos sexuais de menores de idade.

O procurador-geral dos EUA, William Barr, disse ter ficado “chocado” com a notícia de que Jeffrey Epstein tinha sido encontrado morto, na sequência de um provável suicídio. “A morte do senhor Epstein levanta questões muito sérias que têm de ter resposta”, disse, acrescentando ainda que além do FBI, o inspetor-geral dos EUA também vai investigar o caso.

O milionário já tinha sido encontrado em julho, no chão, quase inconsciente, com marcas no pescoço e em “posição fetal” por um guarda na prisão de Nova Iorque. Já na altura se suspeitava que o milionário norte-americano, tivesse tentado o suicídio. O canal CNBC informou na altura que antes do incidente ocorrido da sua cela, com a suspeita de tentativa de suicídio, Epstein tinha recebido documentos legais nos quais uma adolescente de 15 anos denunciava ter sido violada pelo magnata na sua mansão. Dias antes, o juiz tinha negado o pedido de Epstein para ser colocado em prisão domiciliária até ao início do julgamento.

Jeffrey Epstein encontrado com marcas no pescoço na prisão de Nova Iorque

A 31 de julho, quando compareceu perante o juiz pela primeira vez desde que tinha sido encontrado semi-inconsciente, vários órgãos de comunicação de Nova Iorque noticiavam que o julgamento de Jeffrey Epstein deveria iniciar-se entre junho e setembro de 2020.

De acordo com a procuradoria do distrito sul de Manhattan, Epstein criou, há mais de uma década, uma rede para abusar de dezenas de meninas na sua mansão de Nova Iorque, e numa outra situada na Florida. Epstein já tinha sido acusado de abuso sexual em 2008, mas alcançou um acordo extra oficial com a procuradoria para o fim da investigação, tendo cumprido 13 meses de prisão e alcançado um acordo económico com as vítimas.

O acordo foi supervisionado pelo então procurador de Miami, Alexander Acosta, que foi posteriormente nomeado secretário do Trabalho pelo Presidente dos EUA Donald Trump, e que foi forçado a renunciar do cargo devido às críticas emitidas na sequência da nova detenção de Epstein.

O multimilionário norte-americano foi detido em Nova Jersey no dia 6 de julho, e a polícia encontrou diversas fotos de raparigas nuas na sua mansão em Nova Iorque. Se tivesse sido condenado, poderia atingir até 45 anos de pena de prisão por abuso e tráfico sexual de menores, além de pornografia infantil.

O milionário tinha tentado previamente um pagamento de 100 milhões de dólares (89,9 milhões de euros) como fiança, além de ter acordado com a utilização de um sistema de monitorização para que não saísse dos Estados Unidos. Os procuradores recusaram o acordo, apresentando entretanto provas de que o multimilionário poderia sair do país, já que tinham apreendido um montante elevado de dinheiro em notas e um passaporte australiano com pseudónimo no cofre da sua mansão em Nova Iorque.