Está dado o primeiro passo no sentido de estender as sanções económicas à Rússia. Os chefes de Estado e de Governo da União Europeia, tal como já era esperado, concordaram, esta quinta-feira, que as sanções económicas contra a Rússia têm de ser mantidas até que as medidas previstas no acordo de Minsk estejam completamente cumpridas.

“A nossa intenção [do Conselho Europeu] é muito, muito clara”, disse Donald Tusk, o presidente do Conselho Europeu, em conferência de imprensa, no fim do primeiro dia de Conselho Europeu, em Bruxelas. “Nós temos que manter as sanções até que o acordo de Minsk esteja totalmente implementado”, afirmou Tusk.

No comunicado oficial do Conselho Europeu pode-se ler que os líderes concordaram que a duração das sanções, aprovadas a 31 de julho de 2014 e reforçadas a 8 de setembro do mesmo ano, devem estar “claramente relacionadas com a implementação completa dos acordos de Minsk”, que estarão apenas totalmente cumpridos a 31 de dezembro deste ano. Como tal, “as decisões necessárias serão tomadas nos próximos meses”, sendo que “o Conselho Europeu está disposto a tomar novas medidas, se necessário”. Isto é, se a Rússia não cumprir com o acordo de cessar-fogo, e a violação dos acordos de Minsk continuar a acontecer no Leste da Ucrânia, as sanções serão mesmo estendidas para lá de agosto.

As sanções da UE incluem, entre outras medidas, um embargo de armas à Rússia, bem como a proibição de venda de sofisticado equipamento de perfuração de petróleo ao país, uma medida que pretende degradar a capacidade do setor de energia da Rússia. Há também limitações de crédito nos mercados financeiros europeus por parte dos maiores bancos russos.

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Mais passos para a criação da União Energética

Os 28 líderes europeus acordaram ainda, esta quinta-feira, dar mais passos para a criação da União Energética, como o reforço dos projetos de interligações de eletricidade e gás, que inclui um grupo de trabalho constituído por Portugal, Espanha e França para garantir a aplicação das metas decididas na Cimeira de Madrid.

O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, voltou a apontar o projeto de interligações acordado entre Portugal, Espanha e França como uma boa iniciativa para garantir uma “livre circulação de energia”, defendendo que deve ser seguido noutras regiões.