O Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) da Andaluzia ganhou as eleições autonómicas naquela região, com 35,4% dos votos, elegendo 47 deputados mas sem conseguir maioria absoluta. Os partidos emergentes Podemos e Ciudadanos, entraram com forte representação no parlamento andaluz, elegendo respetivamente 15 e 9 deputados. Como escreveu o El Mundo, “Susana Díaz resistiu ao efeito Podemos“.

O PSOE, com Susana Díaz como cabeça de lista, igualou o número de deputados eleitos nas passadas eleições em 2012 (47 deputados). Mas, em 2012 o PSOE ficara em segundo lugar nas eleições autonómicas da Andaluzia, atrás do Partido Popular (PP), o vencedor com 50 deputados.

Nas eleições deste domingo, foi o Partido Popular (PP) o segundo, com 26,8% dos votos. Já o ‘novo’ Podemos de Pablo Iglesias ficou em terceiro lugar com 14,8% dos votos. E os Ciudadanos (Cs) e a Izquierda Unida (IU) tiveram respetivamente 9,3% e 6,9% dos votos, de acordo com o The Spain Report.

Apesar de ter sido segundo, o PP andaluz (com Juan Manuel Moreno à frente da lista) acabou por ser o derrotado da noite, uma vez que conseguiu apenas 33 deputados, perdendo 17 assentos face aos 50 das eleições de 2012. Mesmo tendo os “populares” apostado forte na campanha, com cinco presenças do presidente do Governo, Mariano Rajoy, em comícios na Andaluzia. O PP perdeu votos para todos os partidos, sobretudo para o emergente Ciudadanos (o mais recente dos partidos espanhóis e que tem origem na Catalunha, bem longe da Andaluzia que foi a votos).

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Em relação ao Podemos, o partido de Pablo Iglesias, com Teresa Rodríguez à frente na Andaluzia, elegeu 15 deputados. Relevante mas bastante abaixo dos 19 a 22 deputados que lhe davam as sondagens, incluindo as que se realizaram à boca das urnas. E uma relativa desilusão para um partido que, numa região que tradicionalmente vota à esquerda e lhe seria mais favorável, acaba por ficar bastante longe do segundo partido, o PP.

Ou seja, o bipartidarismo aguentou melhor na Andaluzia do que se previa, pelo que o tom da reação de Pablo Iglesias foi cuidadoso:

Já o Ciudadanos de Albert Rivera (com Juan Marín como cabeça de lista na Andaluzia) teve uma votação que lhe dá 9 deputados no parlamento regional andaluz. O resultado é significativo uma vez que a Andaluzia é uma região conservadora, nacionalista e tradicionalmente de esquerda (o PSOE ganha desde 1982) e o Ciudadanos é um partido de origem catalã e de centro-direita. Este resultado do Ciudadanos é contudo mais relevante uma vez que lhe permite ser “partido charneira” do PSOE, ainda que as alianças para formar governo tenham sido descartadas já por Susana Díaz.

A Izquierda Unida (comunista) confirmou os maus resultados que as sondagens apontavam e elegeu 5 deputados, menos de metade dos 12 assentos obtidos em 2012. A queda abrupta terá favorecido sobretudo o Podemos, que se situa na mesma área política.

Ainda que tenha sido apenas terceiro, o Podemos confirmou as boas indicações das sondagens nacionais e regionais, naquela que é a primeira vez que vai a votos para órgãos de soberania em Espanha (só tinha participado nas Europeias).