Depois de intensos confrontos entre o exército sírio e os militantes do Estado Islâmico, as forças de Bashar al-Assad conseguiram recuperar o controlo do norte da cidade histórica de Palmira, cujas ruínas são classificadas como Património da Humanidade pela Unesco. No sábado, parte do norte da cidade tinha sido tomado pela organização terrorista mas a ameaça parece, para já, afastada.
De acordo com o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), desde o início da ofensiva do Estado Islâmico contra a cidade de Palmira (ou Tadmor) morreram quase 300 pessoas. No entanto, e a apesar das evidentes dificuldades em evitar o avanço da organização terrorista, a decisão do Governo sírio de enviar reforços acabou por ser importante.
Talal Barazi, governador de Homs, confirmou à Agence France-Presse que o “ataque do Estado Islâmico foi abortado e os jihadistas foram expulsos da periferia norte e leste de Tadmor”. Ainda assim, os combates continuam nos arredores da cidade onde o Estado Islâmico domina várias localidades e uma exploração de gás. Entre os mortos da ofensiva, iniciada na quarta-feira, estão 123 soldados e milícias leais ao regime sírio, 115 combatentes do Estado Islâmico e 57 civis, a maioria deles executados à medida que a organização terrorista avançava no terreno.
Palmira constitui-se como uma cidade muito importante para o regime de Bashar al-Assad: tem depósitos de armas, um aeroporto e uma prisão militar. É também a primeira linha defensiva contra ataques do Estado Islâmico a partir do leste da Síria, por onde o grupo terrorista costuma atacar. Palmira é também um ponto defensivo para os campos de gás e petróleo, incluindo o de Shaer, a principal fonte de gás do regime.
Para o Estado Islâmico, a conquista da cidade reveste-se de grande importância estratégica porque se abre sobre o grande deserto sírio, junto à província iraquiana de Al-Anbar, em grande parte controlada pelo grupo ultrarradical sunita.