O Partido Socialista acusou este sábado a coligação de querer “desviar as atenções do seu próprio radicalismo” em relação à Segurança Social, considerando que o PSD e o CDS-PP têm a “obrigação de desde já apresentar as contas da sua proposta”.

As declarações à agência Lusa do deputado do PS João Galamba surgem na sequência da conferência de imprensa deste sábado da deputada do CDS-PP Cecília Meireles, na qual quis “repor a verdade” sobre as diferenças das propostas de reforma da Segurança Social apresentadas pela coligação e pelo PS, considerando a dos socialistas radical e perigosa.

“O CDS e coligação querem desviar as atenções do seu próprio radicalismo porque se há alguma proposta radical e aventureira é a da coligação que se propõe iniciar o caminho da privatização na saúde e na educação e privatizar parcialmente a Segurança Social”, começou por afirmar João Galamba.

Segundo o deputado socialista, “a proposta do PS é de investimento no atual modelo para garantir a sustentabilidade das pensões”, enquanto “o CDS e o PSD fazem o oposto e propõem o abandono deste modelo e a privatização de serviços públicos, começando pela Segurança Social”.

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“A Segurança Social é um assunto da maior importância. O PS foi totalmente transparente nas suas propostas, as suas propostas conhecidas, as suas contas são conhecidas, o impacto na dívida e no défice são conhecidos. Não conhecemos nada da coligação”, criticou.

João Galamba foi peremtório: “Se a coligação quer ter um debate sério e transparente sobre essa matéria tem o dever e a obrigação de desde já apresentar as contas da sua proposta”.

“As contas conhecidas semelhantes a esta da privatização da segurança social feita pelo PSD e pelo CDS implicavam o custo máximo anual de dois mil milhões de euros e o custo acumulado em todo o período de transição – que são cerca de 40 anos – de 80 mil milhões de euros. Os portugueses têm o direito de saber se é essa a proposta da coligação ou se é diferente. Até agora não sabemos”, enfatizou.

O deputado do PS considera por isso que o CDS, “depois ter escrito uma carta aos militantes a explicar porque defendia um enorme aumento de impostos, deve agora escrever não apenas aos seus militantes mas a todos os portugueses a dizer por que razão decide apresentar uma proposta de rutura com o modelo social existente”.

“Se o CDS quer de facto apresentar-se como o partido dos contribuintes – coisa que já não tem muita legitimidade para o fazer – tem agora a obrigação de explicar detalhadamente em que consiste esta proposta e porque é que um partido alegadamente democrata-cristão avança rápido e em força para a privatização generalizada dos serviços públicos”, defendeu.