O BES anunciou hoje que a sua exposição ao Espírito Santo Financial Group aumentou em junho 120 milhões de euros devido a operações não autorizadas, e apesar de ter indicações para não o fazer.

Nos resultados trimestrais apresentados hoje ao mercado, o BES explica que “em junho de 2014, a exposição do BES à ESFG e respetivas subsidiárias agravou-se em 120 milhões de euros, em consequência de algumas operações realizadas entre o Banco e estas entidades, as quais não foram, no entanto, objeto de aprovação prévia pela Comissão de Partes Relacionadas nem pelos órgãos do Banco com competência para aprovar este tipo de operações”.

O BES adianta que está “em curso uma análise relativa às condições em que o mesmo ocorreu”, em relação a este aumento de exposição.

O banco explica que a partir do início de maio, “e em função de uma determinação da Comissão de Partes Relacionadas, ratificada em Conselho de Administração, foi decidido e aceite pela ESFG que a exposição não colateralizada deveria ser reduzida para um montante máximo de 400M€ até 30 de Junho de 2014 e que quaisquer novos créditos deveriam implicar a constituição de colaterais”.

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Ora, esta exposição não foi reduzida para este valor e o BES diz ainda que “no quadro dessa nova política, foram aprovadas novas operações no valor de 200 milhões de euros”.

A agravar a situação, os “os compromissos assumidos por parte da ESFG e suas subsidiárias relativamente à redução de exposição não colateralizada e à constituição de colaterais em favor do BES não foram, até à presente data, integralmente cumpridos, podendo alguns deles ter ficado prejudicados pelo pedido de proteção de credores solicitado pela ESFG”.

Ou seja, não só foram feitas operações não autorizadas como o banco ainda se arrisca a ter perdas com essas mesmas operações devido ao pedido de gestão controlada feito pelo ESFG no Luxemburgo, aceite ainda esta terça-feira.