O Banco Espírito Santo (BES) anunciou hoje que teve prejuízos de quase 3,6 mil milhões de euros nos primeiros seis meses do ano, dos quais 3,5 mil milhões de euros dizem respeito apenas aos três meses entre abril e junho.

O custo com imparidades e contingências fez disparar os prejuízos para um nível histórico, e só estas duas rubricas atingiram os 4.253,5 milhões de euros, anunciou o banco ao mercado.

“O Conselho de Administração acredita que o reforço realizado fortalece o balanço, cria condições para a recuperação económica do Grupo e mitigará os futuros impactos do AQR (Asset Quality Review) em curso”, lê-se no comunicado divulgado esta quarta-feira pelo BES.

Para a contabilização dos prejuízos de 3.577,3 milhões de euros, contribuíram os “fatores de natureza excecional ocorridos durante o corrente exercício”.

O crédito a clientes aumentou 280 milhões de euros e os depósitos caíram 310 milhões de euros, no segundo trimestre, com o rácio entre o crédito líquido e os depósitos a situar-se em 126%. Em março, tinha-se fixado em 129%.

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O crédito vencido há mais de 90 dias também subiu: mais 233 milhões de euros no segundo trimestre, com o rácio de sinistralidade a fixar-se em 6,4%, mais 0,4% do que tinha sido registado em março. O crédito em risco atingiu, no final do segundo trimestre, 5.920 milhões de euros.

O rácio de cobertura do crédito total por provisões atingiu 10,5%, mais 3,3% do que no final do primeiro trimestre e o do crédito vencido há mais de 90 dias subiu para 164%, mais 45% do que em março.

“O produto bancário comercial teve uma queda de 23,8% face ao semestre homólogo, determinado pelos ajustamentos contabilísticos realizados no Banco Espírito Santo Angola; sem este efeito teria um aumento de 2,2%”, lê-se no comunicado.

O aumento de capital de 1045 milhões de euros que o banco realizou em junho fez elevar o capital social do BES para 6.085 milhões de euros.