O défice orçamental caiu mais de 1400 milhões de euros de julho para agosto devido a um crescimento considerável da receita do Estado, em especial da receita com IVA, baixando para menos de quatro mil milhões de euros. Segundo as contas do Estado até agosto, publicadas nesta sexta-feira pela Direção-Geral do Orçamento, a despesa total subiu 0,9% face aos primeiros oito meses de 2014, ou seja, mais 470,1 milhões de euros.

No entanto, este crescimento da despesa é mais do que compensado pelo acréscimo de receita que as administrações públicas conseguem no mesmo período, com uma subida de 2,43% face aos primeiros dois terços do ano passado, ou seja, mais 1173 milhões de euros de receita conseguida.

A maior fatia chega, mais uma vez, pela via da receita fiscal. Nestes primeiros oito meses, a máquina fiscal arrecadou mais 1300 milhões de euros do que no mesmo período do ano passado.

A dimensão do aumento da receita fiscal é de tal ordem que o próprio Ministério das Finanças, num comunicado enviado às redações, diz que no mês passado a receita cresceu 330 milhões de euros só comparando com agosto do ano passado, o que equivale “à maior receita fiscal alguma vez cobrada num mês de agosto”.

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Só a receita com IVA está a crescer 819 milhões de euros face ao registado no mesmo período do ano passado, um salto de quase 200 milhões face ao aumento que se verificava nos primeiros sete meses do ano, que a DGO justifica com a recuperação da economia, o combate à fraude e evasão fiscal, na qual diz estar incluído o menor volume de reembolsos de IVA que estão a ser feitos.

A DGO diz que este valor de reembolsos do IVA continua abaixo do praticado no ano passado em quase 260 milhões de euros.

Outro dos impostos cuja receita está a aumentar mais é o IRC, com uma subida de quase 310 milhões de euros face aos oito primeiros meses do ano passado (12,4%) e o imposto sobre veículos, cuja receita está a subir 77,7 milhões de euros, ou 24,4%.

Do lado da despesa da Administração Central, o que sobe mais é o investimento. Segundo as contas da DGO, o investimento estará a subir quase 40%, um aumento de 421,7 milhões de euros face ao registado há um ano. Segue-se os encargos com juros, que estão a subir 8,8%, ou mais 403,5 milhões de euros, e a despesa com aquisição de bens e serviços subiu 3,7%, ou mais 235,6 milhões de euros.