O PCP considerou que a recapitalização do BES anunciada pelo governador do Banco de Portugal vai ser feita com dinheiro público, e critica o Governo por este se estar a esconder atrás do supervisor.

“É uma enorme mentira que os mais de 4 mil milhões, por aquilo que disse o governador do Banco de Portugal, cerca de 4,7 mil milhões de euros do empréstimo da `troika´, irão tapar o buraco do BES e GES. E é mentira que isto não seja dinheiro público”, defendeu Agostinho Lopes, em declarações à agência Lusa.

Para o dirigente comunista, “os portugueses estão a pagar duramente esse empréstimo em desemprego, em cortes de salários e de pensões, na degradação dos serviços de saúde e do ensino e no pagamento de um insuportável volume de juros”, acrescentando que “é mesmo vergonhoso que nesta operação o governo se esconda por trás do Banco de Portugal, não dando a cara neste anúncio.

Agostinho Lopes acrescenta que a solução hoje tornada pública por Carlos Costa “é uma operação de chantagem e um desastre para salvaguardar património e ativos dos acionistas do Grupo e do Banco Espírito Santo”.

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Segundo o dirigente comunista, o Banco de Portugal e o Governo PSD/CDS vão continuar a fazer pagar aos trabalhadores e ao povo português “as negociatas dos principais grupos financeiros”.

O Banco de Portugal anunciou na note de domingo um plano de capitalização do Banco Espírito Santo (BES) de 4.900 milhões de euros e a separação dos ativos tóxicos (´bad bank’) dos restantes que ficam numa nova instituição, o Novo Banco.

Na conferência de imprensa em que anunciou o plano de capitalização do BES e a separação dos ativos tóxicos num ´bad bank’, Carlos Costa garantiu que “a medida de resolução agora decidida pelo Banco de Portugal, e em contraste com outras soluções que foram adotadas no passado, não terá qualquer custo para o erário público e nem para os contribuintes”.

O governador garantiu também que o Novo Banco vai continuar a “assegurar a atividade até aqui desenvolvida pelo BES e pelas suas filiais, em Portugal e no estrangeiro, protegendo assim os seus clientes e depositantes”, reiterando que “fica completamente e inequivocamente afastada qualquer hipótese de poder haver perdas para os depositantes”.