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A história de "Só", o álbum clássico de Jorge Palma

Gravou-o sozinho ao piano porque o orçamento era curto. Tornou-se num dos álbuns mais importantes da música portuguesa. 25 anos depois celebra-o ao vivo. Esta é a história de um disco único.

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Havia no estúdio uma luz ténue que lembrava a penumbra de um bar. Ao centro, um enorme Steinway de concerto e cinco microfones. Mais nada. Apenas silêncio. A majestosa sala de acústica irrepreensível e pé direito respeitável fora usada em tempos pelas grandes orquestras dos filmes do cinema português dos anos 40. Por ali haviam passado os maiores nomes da música nacional. Mas naquela semana do outono de 1991, as portas do mítico estúdio antigo da Valentim de Carvalho abriram-se pela última vez para um único homem e o seu piano.

A honra coube a Jorge Palma que ali gravou aquele que viria a tornar-se um dos mais importantes álbuns da sua carreira: . Vinte e cinco anos depois, tornou-se um LP de referência na carreira do músico, reunindo muitos dos seus melhores temas, como “Bairro do Amor”, “Frágil”, “Só, “Jeremias, o fora da lei”, “Estrela do mar” e “Na terra dos sonhos”, entre outros. Quando saiu não vendeu milhares de discos, mas venceu o Se7e de ouro. Em 2014, foi a vez de o Blitz o considerar um dos 30 melhores álbuns de sempre em Portugal.

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A capa do álbum, com foto de João Tabarra

Só foi um trabalho intimista desde o primeiro instante. Nunca antes do meio da tarde, Palma saía de Lisboa no seu Mini azul escuro e guiava até Paço d’Arcos sem horas para regressar. “Toda a gente sabe que eu tenho sempre tendência para me atrasar. Não havia rigidez…”, lembra Jorge Palma ao Observador. Tanto mais que, dessa vez, estava mesmo entre amigos. Por escolha sua, iria trabalhar apenas com duas pessoas: o engenheiro de som José Manuel Fortes e o produtor Francis, ex-guitarrista dos Xutos & Pontapés. Conheciam-se todos há vários anos: Fortes do tempo em que Palma era músico de estúdio e fazia arranjos para vários artistas, e Francis da época em que tocava nos Xutos.

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Eram três amigos com uma missão para cumprir em poucos dias, fingindo que não havia pressa. Jorge Palma gravara Bairro do Amor dois anos antes e chegara a altura de voltar a estúdio. O momento, no entanto, era delicado: “O Jorge ainda não era grande vendedor de discos, tinha um público fiel, mas não chegava logo a disco de ouro. Antes do ‘Só’, estávamos numa encruzilhada: não sabíamos o que fazer com ele”, recorda Tozé Brito, então diretor de Artistas e Repertório da Polygram.

A juntar a tudo isso, lembra o responsável, “não havia muito orçamento para o novo álbum.” Perante essa dificuldade, Tozé Brito propôs uma uma solução. “Não posso mandar-te para estúdio com uma orquestra. Porque é que não gravas um álbum com as tuas grandes canções só contigo ao piano como se fosse um recital?”, sugeriu Tozé Brito. A ideia agradou a Palma, sempre disposto a experimentar projetos arrojados.

Palma e o Bentley dos pianos

Passados tantos anos, o músico não tem memória dos constrangimentos orçamentais que estiveram na origem de Só, mas lembra-se bem do enorme desafio de gravar piano e voz a solo em simultâneo. “Não se tratava apenas de tocar as notas certas, a interpretação precisava de ter alma, nuances”, lembra ao Observador. E também por isso um trabalho deste tipo não poderia ser gravado com um piano qualquer. “O Jorge exigiu um piano excelente e não havia muitos em Lisboa”, recorda Tozé Brito. A editora alugou-lhe um Steinway de concerto, um dos melhores pianos do mundo.

Habituado aos instrumentos mais modestos existentes no Conservatório, Palma lembra-se bem da sensação de tocar pela primeira vez num piano daquela qualidade. “Quando se chega ao pé daquele bicho é como se fôssemos um condutor que gosta de guiar e está habituado a um Volkswagen, a quem dão a possibilidade de conduzir um Ferrari ou um Bentley. No Conservatório, não havia nada daquilo e eu, que não sou um concertista, nunca tinha tocado num bicho daquela envergadura”, lembra.

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Palma e o Steinway, em estúdio

No dia em que entrou na Valentim de Carvalho, Jorge Palma já escolhera as 15 canções que iria gravar. Percorrera os primeiros álbuns que gravara em busca dos seus melhores temas para apresentar uma pré-seleção a Tozé Brito. “Ele sabia exatamente quais eram as músicas mais fortes que tinha e quais as que melhor se adaptavam ao piano”, lembra o então diretor da Polygram. Todas elas resistiam a um teste infalível que Tozé Brito sempre usou para identificar músicas que perduram: “Uma grande canção não deixa de o ser se for tocada apenas ao piano ou com uma guitarra. E as dele passavam todas essa prova.”

Fecharam juntos a lista sem qualquer dificuldade e Palma preparou-se para a empreitada. As peças de Liszt, Bach e outros compositores que estudara no Curso Superior de Piano permitiam-lhe estar em grande forma, e ser capaz de interpretar sem erros alguns dos complexos arranjos que ele próprio compusera anteriormente. “Eu sabia que não podia enganar-me. Detesto repetir muito, sou incapaz de estudar oito horas por dia, por exemplo. Ao fim de três começo a não render, não tenho pachorra e perco a espontaneidade”, explica. E o objetivo passava por fazer um disco autêntico, mesmo que isso significasse preservar uma ou outra imperfeição.

Três homens no estúdio

Quando Palma chegava, trocava sempre dois dedos de conversa com Francis e Fortes. Depois, descontraidamente, sentava-se ao piano, quase sempre sem partituras. “Sugeri que gravássemos tudo à uma. Ele disse que seria difícil não dar uma nota ao lado, mas que iríamos tentar”, lembra Francis. Jorge Palma confiava no produtor que convidara: anos antes, Francis pedira para assistir às gravações de O lado errado da noite e, por duas ou três vezes, dera dicas fundamentais para resolver impasses que foram surgindo.

“Uma vez levei o Francis e o José Manuel Fortes a comer marisco ao [restaurante] Arcos, em Paço d’Arcos. Paguei eu. O dinheiro tem dado para tudo, para levar uma vida ótima. Tenho uma grande sorte”

A contribuição valeu-lhe um convite para ser o produtor executivo do LP Bairro do Amor, gravado com vários músicos, incluindo um naipe de quatro cordas da Gulbenkian. Quando chegou a vez de , foi chamado de novo. “O Jorge sempre soube perfeitamente o que queria. Creio que ainda ponderou fazer algumas faixas só à guitarra, mas depois optou por cantar tudo ao piano.”

Palma fez arranjos especiais para adaptar várias músicas apenas àquele instrumento. “Eu tinha tocado o ‘Jeremias’ [o fora da lei] sempre à guitarra e ali atirei-me para o ambiente do ragtime, com aquela rapidez toda”, explica Palma. “A ‘Estrela do mar’ também começou por ser composta à guitarra, numa altura em que eu tinha acabado de recomeçar os meus estudos de música. E depois fiz um belo arranjo para piano que sugere as ondas do mar. Safei-me bem.”

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Jorge Palma em 1991

Nalguns temas, para reduzir ao mínimo a hipótese de se enganar, escreveu partituras que ficaram guardadas lá em casa durante anos e foram agora resgatadas ao mofo para a preparação dos concertos de Lisboa e Porto.

Quando Jorge Palma entrou em estúdio, José Manuel Fortes nem sabia o que é que o músico ia gravar. “Houve uma altura em que eu, antes de começar um trabalho, gostava de conversar com os artistas sobre o que eles iam fazer. Depois deixei-me disso porque passei a gravar apenas com músicos de quem gostava”, lembra aquele que é considerado um dos melhores engenheiros de som da sua geração.

Fortes conhecia bem o trabalho de Palma, tinham estado juntos em estúdio, sabia bem os seus hábitos e manias. “O Jorge nunca falha, mas é sempre no tempo dele. Como não precisa, não trabalha no tempo dos outros. Tem uma personalidade forte, robusta e firme e isso tem razão de ser. Quem quiser aceita, quem não quiser não aceita”, diz ao Observador. Vira-o algumas vezes em ação, não apenas em nome próprio, mas também a trabalhar para outros artistas: “Nunca esquecerei os arranjos que ele fez para a Tonicha, por exemplo.” E, além disso, José Manuel Fortes tinha noção de que o público ainda não lhe dava o devido valor.

Na altura, o convite para a gravação deixara-o particularmente grato: “Eu tinha ficado sem o Angel Studio porque um sócio meu fez umas vigarices. Deu-me papéis para eu assinar e eu não vi. Isso deixou-me desequilibrado e foi muito bom o Jorge Palma lembrar-se de mim”, conta. “O ‘Só’ foi, de facto, um marco.”

https://www.youtube.com/watch?v=1qqvgiH_Slw

Em estúdio, mais do que limitar-se a gravar um cantor ao piano, Fortes tinha outro objetivo: “No início da gravação tivemos uma conversa muito simples, não precisei de grandes explicações. Percebi que o meu trabalho são seria apenas captar som, mas sim emoções, que por acaso nos chegavam através do som da voz e do piano.”

Aquilo que para José Manuel Fortes era uma mais-valia — captar voz e piano em simultâneo —, representava para Francis uma preocupação: “Costumamos dizer que com microfones de estúdio até se ouvem as unhas crescer. O piano tem uma pressão acústica enorme, tínhamos quatro microfones apontados para ele e um de ambiente. E depois havia o de voz, com o problema de ter o som do piano entrar por ali… O desafio técnico consistia em fazer as coisas conviver.”

“Nessa altura, eu não estava abstémio, mas devia beber de forma muito moderada porque tinha as aulas do Conservatório e estava a estudar aquelas peças e a perceber como é que os grandes pianistas resolviam aquilo”

Nada disso preocupava Fortes, a quem agradava essa mistura. “Gravar tudo junto deu emoção ao álbum. Não gravámos uma coisa num dia em que o Jorge estava bem e outra num momento em que não estava. A verdadeira dificuldade foi outra, ao nível da escuta técnica: agradava-me o som que eu ouvia, mas o que ficava registado na fita era completamente diferente.” Feitos os ajustes, ficou tudo nas mãos de Palma, literalmente.

Jorge, recorda Fortes, enchia o estúdio de boa disposição. “Nem ele, nem eu nascemos para sofrer”, diz. Costumava trazer três ou quatro canções para gravar por dia, sem regras rígidas. Se o trabalho corria bem, gravavam sem interrupções. Se Palma encalhasse três ou quatro vezes na mesma música, paravam para arejar, fumar um cigarro, beber uma cerveja ou até para jantar.

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O músico em palco

“Uma vez levei o Francis e o José Manuel Fortes a comer marisco ao [restaurante] Arcos, em Paço d’Arcos. Paguei eu. O dinheiro tem dado para tudo, para levar uma vida ótima. Tenho uma grande sorte”, reconhece Palma. A maior parte das vezes, porém, optavam por soluções mais económicas e é possível que tenha havido dias em que nem saíram para comer.

Certo é que o trabalho seguia sempre madrugada fora. “Aquilo prolongava-se até às quinhentas, na calma. Às vezes aparecia lá a minha mulher. Eu ficava ali a tocar com pouca luz, como se aquilo fosse um bar, eu ao piano virado para eles os dois, do outro lado da vitrine”, recorda.

A chegada de Carlos Maria Trindade

Foi num desses serões que Jorge Palma recebeu a primeira visita de Carlos Maria Trindade, o novo diretor de Artistas e Repertório, que substituiu Tozé Brito durante a gravação do disco. “Quando cheguei à editora, perguntei quem é que estava a gravar nessa semana. Era ele e mais dois artistas. Como conhecia o Jorge, dei preferência e fui ter com ele ao estúdio”, recorda.

Se a memória não o atraiçoa, Palma estaria a meio do “Bairro do Amor” e as coisas não estavam a correr como ele queria. “Olhei para o estúdio, vi-o a tocar num piano de cauda, com uma luz baixinha e uma garrafa de uísque ao pé. Riu-se muito quando me viu”, lembra. Mesmo sabendo que Palma tinha o curso de piano, Carlos estava ciente de que “gravar takes a solo era uma responsabilidade acrescida e Jorge dizia que não sabia se conseguiria. É um perfeccionista.”

Palma mantém bem viva a recordação dessas visitas. “Desde o momento em que entrou para aquele lugar, foi lá todos os dias. Eu associava-o ao rock dos Heróis do Mar e o ambiente deste disco era muito clássico. Ele não interferiu em nada e gostou muito”, lembra. “Nessa altura, eu não estava abstémio, mas devia beber de forma muito moderada porque tinha as aulas do Conservatório e estava a estudar aquelas peças e a perceber como é que os grandes pianistas resolviam aquilo”, acrescenta.

A presença de Carlos Maria Trindade em nada alterou o ritual daquele trio. Palma tocava e juntava-se a Francis e Fortes para ouvir cada take. Nem sempre tinha uma noção correta da qualidade da sua interpretação. “Às vezes dizia: ‘Não sei se isto está bem…’ E eu respondia: ‘Acho que está fantástico. Queres ouvir?’ Depois lá escutava e aceitava: ‘OK, acho que está bem.’ Ele não tinha erros para corrigir, era só aperfeiçoar. Ali tratava-se de escolher o melhor do melhor e isso era muito complicado”, explica Francis ao Observador.

Por outro lado, a ausência total de falhas nunca agradou a Jorge Palma. “Uma vez, estava o Rui Veloso a preparar-se para gravar o ‘Ar de Rock’ e eu acabei de tocar uma música no Angel Studio e disse: ‘Está bom.’ E ele: ‘Está bom? Isso está cheio de pregos!’ E eu: ‘Está bom, está espontâneo, se tem alma e flui, prefiro que fique assim’”, conta. Em Só, fez exatamente a mesma coisa.

“Achávamos que o Jorge devia manter aquele anarca, na onda do Serge Gainsbourg, com ar de quem não dormia. E, sem nos afastarmos da imagem dele, decidimos ir comprar-lhe um fato ao José António Tenente, que era português e um dos melhores”, diz Carlos Maria Trindade.

Ao fim de uma semana, a gravação estava pronta e tanto Francis como José Manuel Fortes perceberam que o resultado era especial. “Foi uma coisa tão simples, tão espontânea e sem pretensiosismos, que resultou numa obra simples e sem confusão. Quando o disco ficou pronto, abracei-o e agradeci-lhe”, diz o engenheiro de som. O produtor foi mais longe: “Disse ao Jorge: ‘Ó Palma, ainda te vais surpreender porque este vai ser um dos teus principais trabalhos.”

Por ironia, a fita original onde foi gravado o álbum já não existe: “O José Manuel Fortes contou-me que o mandaram apagar tudo e gravar por cima. Também não temos fotos, nem making of, nada”, diz Palma. Ficaram apenas memórias.

Ao vivo, no Alcântara Café

Com o álbum gravado, faltava promovê-lo. O nome surgiu como uma consequência lógica do conceito do disco e a fotografia da capa, de João Tabarra, feita numa seara, a preto e branco, servia bem o título. Faltava uma parte importante: cuidar da imagem de Palma para a apresentação do disco. Coube a Carlos Maria Trindade tratar disso.

A passagem pelos Heróis do Mar dera-lhe acesso a uma vasta rede de contactos no mundo da moda lisboeta dessa época, a quem decidiu recorrer. “Achávamos que o Jorge devia manter aquele anarca, na onda do Serge Gainsbourg, com ar de quem não dormia. E, sem nos afastarmos da imagem dele, decidimos ir comprar-lhe um fato ao José António Tenente, que era português e um dos melhores”, diz Carlos Maria.

Palma aceitou ir com ele ao Bairro Alto provar a roupa que usaria na estreia: um fato azul escuro clássico que ainda tem em casa. “Ele é a pessoa mais irónica que eu conheço. Lembro-me de dizer a rir: ‘Olha que em mim o fato não vai adiantar nada, que eu sou mesmo assim”, acrescenta. A verdade é que o fato ainda lhe serve, de tal maneira que Palma poderia usá-lo nos próximos concertos. Desta vez, no entanto, optou outra hipótese: foi com a mulher e André [Sebastião] ao Corte Inglés comprar um blazer.

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A apresentação do disco, no Alcântara Café

Na noite da apresentação de Só, o Alcântara Café estava composto. Jorge Palma entrou vestido a rigor, mas tirou o casaco ainda antes de se sentar ao piano — um Yamaha de meia cauda — para mostrar a uma certa elite cultural de Lisboa o disco que gravara nos longos serões de Paço d’Arcos.

O sucesso do álbum não foi imediato. Sobreviveu e cresceu com o tempo, passou de geração em geração e hoje continua a ser ouvido. “Isso só aconteceu porque o que lá está, está bem feito. Sente-se que há amor ali, há entrega”, arrisca o músico. Sabe que Só “é considerado uma pérola” e isso reconforta-o. “Muita gente vem ter comigo para dizer: ‘É o seu melhor álbum’”. Carlos Maria Trindade não tem dúvidas de que é “o ex-libris da carreira dele.”

Há algumas semanas, Jorge Palma foi remexer nos arquivos à procura das partituras originais de para preparar os concertos. Em tempos, teve tudo arrumado em pastas, mas, muitas mudanças depois, o caos tomou conta dos armários e das gavetas. Encontrou muito daquilo que procurava, mas teve de ouvir e escrever de novo a partitura de “Jeremias, o fora da lei”.

O repertório dos espetáculos está escolhido e ensaiado. Para além dos 15 temas de Só, levará ao Centro Cultural de Belém e à Casa da Música canções que escreveu antes e depois, e é provável que toque Paul Simon, Bob Dylan e Jacques Brel. Isto além dos três andamentos de Beethoven que estudou em miúdo quando as mãos ainda eram curtas para intervalos tão grandes entre notas. “São 17 ou 18 minutos. O pessoal que se aguente”, diz, bem-humorado. Uma coisa é certa: quando a luz incidir sobre a figura despenteada de Palma debruçada sobre o piano, Jorge estará “nervoso, como sempre”.

Os concertos de comemoração dos 25 anos de “Só” acontecem dias 28 e 29 de novembro no CCB, em Lisboa, e a 1 e 3 de dezembro na Casa da Música, no Porto.

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