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É uma crítica recorrente à Justiça portuguesa: é lenta, muito lenta. Uma censura social que existe essencialmente nos processos mediáticos da criminalidade económico-financeira em que os arguidos com maior poder económico conseguem contratar os melhores advogados do país — conhecedores como poucos dos meandros da lei penal. Ex-ministro-adjunto do primeiro-ministro António Guterres e ex-ministro da Juventude e do Desporto, assim como ex-administrador da Caixa Geral de Depósitos e do Banco Comercial Português, Armando Vara teve ao seu dispor uma defesa a cargo do advogado Tiago Rodrigues Bastos, que fez tudo o que estava ao seu alcance para ilibar o seu cliente durante as diferentes fases processuais.
A questão que se coloca é simples: 11 anos, o tempo que demorou a investigar, acusar, pronunciar, julgar, condenar e decretar o trânsito em julgado de uma pena de cinco anos por três crimes de tráfico de influência para Vara é um tempo comum em casos como o Face Oculta? Ou é um tempo excessivo?
A resposta é simples: sim, é um tempo comum em processos com a complexidade do caso que deve o seu nome a José Sócrates — que nunca chegou a ser formalmente investigado pelo Ministério Público no Face Oculta por decisão do ex-procurador-geral Pinto Monteiro. Aliás, pode mesmo dizer-se que é um padrão temporal de referência da Justiça portuguesa para processos mediáticos como este. Essa é a conclusão que se retira de uma comparação do caso que levou Armando Vara (e vai levar José Penedos, o seu filho Paulo, Domingos Paiva Nunes, entre outros) à cadeia com outros processos igualmente complexos. Comecemos por analisar o processo Face Oculta.
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