Foi no passado dia 25 de setembro – data em que se comemora o Dia Nacional da Sustentabilidade – que a Bel Portugal apresentou o seu novo projeto sustentável. O evento reuniu na fábrica do Queijo Limiano, em Vale de Cambra, colaboradores, parceiros e convidados, que ficaram a conhecer a mais recente iniciativa, integrada na estratégia de descarbonização do grupo.
Depois de uma breve apresentação do projeto, que contou, ainda, com a intervenção do Presidente da Câmara de Vale de Cambra, José Pinheiro, foi descerrada a placa, cortada a fita e oficialmente inaugurada a nova unidade de osmose inversa no Edifício de Secagem da Bel Portugal.
Inserido no âmbito das comemorações dos 20 anos do grupo no nosso país e no mote “Pioneiros de um Novo Amanhã”, este projeto representa um investimento de 1,5 milhões de euros e vai permitir reduzir o consumo de energia e de água e as emissões de CO2. Sendo o primeiro projeto do género do grupo, incluindo a nível internacional, a operação de Vale de Cambra vai servir como teste e como referência para que, mais tarde, a mesma iniciativa venha a ser implementada nas outras unidades da Bel.
Menos consumo energético, menos emissões de CO2 e menos água
Chama-se “Eficiência Energética: 3 em 1” porque permite, precisamente, reduzir os consumos em três frentes. Com este projeto, a Bel espera emitir menos 30% de CO2, o que representa perto de 1.900 toneladas de carbono por ano, e reduzir entre 10% e 15% o consumo de água, o que equivale a cerca de 20 mil metros cúbicos anuais, refere Tiago Serrano, Diretor Industrial da Bel Portugal. Além disso, também se espera que haja uma redução de 29% no consumo de gás.
Tudo isto só é possível graças à otimização que a unidade de osmose inversa traz à produção. Mas, afinal, o que é que esta unidade faz? Como explica Tiago Serrano, um dos excedentes que resulta da produção de queijo – o principal negócio da Bel – é o soro. Este soro é, mais tarde, transformado em soro em pó e comercializado. Até aqui, para fazer essa transformação era necessário gastar gás. Agora, com a unidade de osmose inversa, o soro é concentrado utilizando eletricidade verde e desse processo ainda é aproveitada a água que é extraída do soro inicial. Esta água é, depois, tratada para ser utilizada na limpeza das linhas de produção, na torre de arrefecimento e no próprio processo de osmose inversa.
Sustentabilidade e rentabilidade andam de mãos dadas
O modelo de negócio da Bel incorpora, desde sempre, iniciativas que visam incentivar ao desenvolvimento sustentável no setor dos laticínios. Por isso, não é de admirar que o grupo tente fazer sempre mais e melhor no que à sustentabilidade diz respeito. Prova disso é o reconhecimento estatutário da missão do grupo: fornecer produtos sustentáveis para todos. Até porque, como afirma José Miguel Brandão, Diretor de Impacto, “os consumidores e os nossos parceiros são cada vez mais exigentes quanto aos produtos que querem consumir. Portanto, temos de continuar a evoluir para entregar produtos cada vez mais sustentáveis”.
Nesse sentido, a aposta da Bel Portugal em projetos e iniciativas que têm como foco o desenvolvimento sustentável tem sido constante: o Programa Leite de Vacas Felizes, o projeto pioneiro de agricultura regenerativa em São Miguel, a utilização de gasóleo verde ou até a criação de embalagens de plástico 100% reciclável são alguns deles.
Mas, ainda que a sustentabilidade tenha um papel central na missão do grupo, há que manter o foco, também, na rentabilidade. “Sustentabilidade e rentabilidade têm efetivamente o mesmo peso. Isto é, em todas as decisões preocupamo-nos com o impacto que temos, quer na rentabilidade, quer na sustentabilidade. São as nossas duas pernas”, explica José Miguel Brandão.
O novo projeto de eficiência energética, que esteve dois anos em desenvolvimento, está “totalmente alinhado com a visão da Bel” e vai ajudar a alcançar o objetivo de descarbonizar a fábrica de Vale de Cambra nos próximos anos. “Este é um dos projetos que mostra claramente o equilíbrio entre a sustentabilidade e a rentabilidade. Fizemos um investimento, mas vamos ter ganhos de produtividade e ganhos de sustentabilidade”, acrescenta o Diretor de Impacto.
De olhos postos no futuro
A ambição da Bel é, até 2050, tornar-se neutra em carbono. “A nossa principal prioridade é ir reduzindo a nossa pegada ambiental, quer com grandes projetos, quer com outros mais pequenos”, diz Tiago Serrano. O Diretor Industrial adianta que para a fábrica de Vale de Cambra estão pensados e já a ser trabalhados outros projetos que vão permitir continuar a reduzir as emissões de CO2, principalmente através da redução no consumo de gás. “Para o ano vamos ter mais dois ou três projetos que visam exatamente essa redução do consumo de gás”, conclui Tiago Serrano.