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AFP/Getty Images

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Berlim, o Muro e a RDA: os livros indispensáveis

Tomando Berlim Leste e a RDA como ponto de partida, António Araújo preparou uma bibliografia indispensável que vai muito além da Ostalgie. Até ficamos a saber o que pensava Saramago deste "socialismo"

[Este artigo foi publicado originalmente a 9 de novembro de 2014 e é republicado a propósito dos 30 anos da queda do Muro de Berlim.]

A bibliografia sobre a Alemanha de Leste é interminável. Uma parte substancial dos livros sobre Berlim encontra-se em alemão e cobre todos os aspectos do passado da RDA, podendo encontrar livros sobre a arquitectura e o design, os brinquedos e os principais edifícios, a paisagem urbana e humana, até sobre a vida sexual dos alemães de Leste. A par disso, existem obras históricas que vão desde livros de divulgação a tratados académicos de centenas de páginas. Muitos deles, ou quase todos, estão à venda na livraria da Prisão de Hohenschönhausen.

Em língua inglesa recomenda-se, muito em particular, Stasiland. Stories From Behind the Berlin Wall, de Anna Funder (Granta Books, 2003). Se houvesse que escolher apenas um livro para acompanhar uma viagem pelo passado da RDA, este seria o eleito.

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Recentemente, foi publicado em inglês Red Love. The Story of An East German Family, de Maxim Leo (Pushkin Press, 2014). Como o próprio nome indica, concentra-se na história da família do autor, onde se mesclam reminiscências dos tempos do 3º Reich e dos tempos do comunismo.

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Sobre o Muro de Berlim, existem alguns livros em português. O melhor de todos é, sem dúvida, O Muro de Berlim. 13 de Agosto de 1961 – 9 de Novembro de 1989, de Frederick Taylor (Tinta-da-China, 2007). Mais resumido, e centrado nos momentos terminais do regime, A Queda do Muro, de Olive Guez e Jean-Marc Gonin (ed. Oceanos, 2009). Quem não ficar saciado com as quase 600 páginas do livro de Frederick Taylor pode ler The Wall: The People’s History, de Christopher Hilton (The History Press, 2011).

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Existem obras mais antigas, apenas acessíveis em alfarrabistas, que valem apenas como curiosidade histórica; o inenarrável romance O Muro da Vergonha, de Alecanstre Telo (Editorial Organizações, s.d.), ou o livro Berlim, Cidade Refém, de John Mander (Ulisseia, s.d.). É sempre deliciosa a fértil propaganda da RDA, alguma dela em português; destaca-se A RDA Apresenta-se, das edições Panorama, de 1978, obra que, com abundantes fotografias a cores, nos fornece uma visão radiosa do quotidiano na Alemanha de Leste.

A República Democrática Alemã enriqueceu o poder expressivo da palavra «possível». Por outras palavras, levou ao limite aquilo que julgávamos possível, entre o que o homem julgava ser realizável e o que apenas algumas utopias admitem como possível.
José Saramago, aquando dos 30 anos da RDA

Sobre o Checkpoint Charlie (mas não só), a obra amplamente ilustrada, em versão trilingue (alemão, inglês, francês), The Wall. It Happened at Checkpoint Charlie, da autoria de Alexandra Hildebrandt, viúva de Rainer Hildebrandt, o fundador do Museu do Checkpoint Charlie. Vende-se nesse local a segunda edição do livro, bastante ampliada, e datada de 2012.

Por sua vez, no Museu da RDA é possível adquirir um livrinho que serve de guia à exposição permanente. Editado por Robert Rückel, GDR-Guide – A Journey to a Bygone State é uma introdução muito didáctica à República Democrática Alemã. Com dezenas de imagens e, sobretudo, com quadros e gráficos que apresentam estatísticas impressionantes, o livro percorre todos os aspectos da existência da RDA, desde as suas origens ao aparelho de Estado, passando pela economia e cultura, hábitos de consumo, etc.

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Publicados por entidades oficiais, existem três livros merecedores de atenção:

– da autoria de Jens Gieseke, The GDR State Security. Shield and Sword of the Party, editado pela comissão oficial encarregada de velar pelos arquivos da polícia política da RDA. Trata-se de uma obra marcadamente descritiva, cuja segunda edição data de 2006, abundantemente ilustrada com fotografias e reproduções de documentos, que em 120 páginas fornece um retrato bastante informativo da acção da Stasi;

– igualmente publicado por aquela comissão, The Dissenter is the Enemy catálogo de uma exposição patente no edifício da Stasi, bastante didáctico ainda que pouco aprofundado, com uma explicação sumária sobre as origens do Ministério da Segurança do Estado, a sua organização, rede de informadores, espiões e vítimas.

– de Peter Erler e Hubertus Knabe, The Prohibited District. The Stasi Restrictred Area Berlin-Hohenschönhausen (ed. Jaron Verlag, 2008). Trata-se, por assim dizer, do «catálogo» da Prisão de Hohenschönhausen ou, melhor, de toda a zona circundante, das suas origens e evolução, desde a presença dos soviéticos à sua transferência para a tutela do aparelho repressivo da RDA. Na página 62 podemos ver a impressionante fotografia de uma das «celas de borracha» existentes na nova ala da Prisão de Hohenschönhausen.

Sobre a Stasi existem vários livros, alguns de pendor sensacionalista e qualidade duvidosa. O mais conhecido é da autoria de John O. Koehler, Stasi. The Untold History of the East German Police (Basic Books, 2000). Refira-se igualmente, da autoria de David Childs e Richard Popplewell, The Stasi. The East German Intelligence and Security Service (Palgrave Macmillan, 1999).

Em língua italiana, uma obra interessante, de Gianluca Falanga,  Il Ministerio della Paranoia. Storia della Stasi (Carocci Editore, 2012).

O livro de Timothy Garton Ash acerca da sua experiência pessoal é apaixonante e lê-se como um policial mas não fornece uma descrição da história da Stasi ou da sua estrutura e métodos de acção; existe tradução portuguesa: O Dossier. Uma História Pessoal (Editorial Notícias, 1999).

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Absolutamente hilariante é um livro de Simon Menner, saído o ano passado.

Top Secret: Pictures from the Archives of the East German, em edição bilingue inglesa/alemã, é uma peça de colecção. O autor fez uma escolha apuradíssima de fotografias do arquivo da polícia política, mostrando em especial os disfarces dos agentes, com métodos que surpreendem pelos resultados absolutamente desconcertantes e ridículos.

Esta é uma das vias de apresentação da RDA, centrada em evidenciar o seu lado mais kitsch e, num certo sentido, até «ingénuo». A par dela, há quem saliente os aspectos sombrios e opressivos, que estão presentes, por exemplo, no modo absolutamente gélido como Markus Wolf descreve a sua acção na célebre autobiografia Man Without a Face (PublicAffairs, 1999).

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Depois, há livros mais vocacionados para turistas, não muito volumosos mas bastante informativos e, sobretudo, recheados de fotografias e imagens. Neste género, estão sempre a sair coisas novas, nas mais variadas línguas. Um deles só tem praticamente fotografias (e um breve texto no final), sendo editado em versão bilingue (alemão e inglês). Chama-se Als Noch Osten War / When East Still Existed, e é composto por dezenas de fotografias a preto e branco tiradas pelo fotógrafo Udo Hesse, retratando o quotidiano nas zonas de Berlin-Mitte, Prenzlauer Berg e Köpenick. Existe uma versão ampliada, de 2013, editada pela Berlin History Verlag, que custa 14,95€.

Quem preferir as imagens coloridas que realçam os aspectos mais naïf do dia-a-dia dos habitantes de Berlim-Leste pode comprar um livro com fotografias de Klaus Morgenstern, captadas entre 1960-1989. Não estamos perante um álbum cartonado e luxuoso, pelo contrário. Trata-se de uma obra claramente vocacionada para turistas, sendo também publicada pela Berlin History Verlag, numa edição multilingue: alemão, inglês, francês, italiano, neerlandês e castelhano. Preço: 9,80€.

Nos quiosques ou nas lojas para turistas, mas também em alguns museus, existem dezenas de livros sobre o Muro, igualmente numa aproximação light, com textos descritivos breves e muitas fotografias. Por exemplo, The Wall, publicado pela Schikuss, ou Berlin in the Cold War. The Battle for the Divided City, de Thomas Fleming, com edições em várias línguas. O preço anda à volta dos 10€. Em alguns lugares pode até adquirir um mapa cronológico que ilustra a história do Muro, e a sua evolução entre 1961 e 1983. Trata-se de um desdobrável que contém três cartas, em edição bilingue alemã/inglesa. Alguma graça, mas valendo mais pelo grafismo (aliás, não tem outra pretensão, é um mapa histórico).

Doutro quilate é o livro Ost-Berlin. Leben vor dem Mauerfall / Life Before the Wall fell, da autoria de Harald Hauswald e Lutz Rathenow. Editado pela Jason Verlag em edição bilingue alemã/inglesa, possui várias e impressionantes fotografias, mas também um texto mais desenvolvido e menos comercial do que as obras que referi atrás. À venda em museus e lugares congéneres, convém comprar a edição mais recente, de 2014, substancialmente ampliada (o aviso é importante pois continua a vender-se a edição anterior, menos desenvolvida). Continuamos no domínio dos livros de massas, a preços acessíveis (este custa cerca de 15€).

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Bastante mais caro, incomparavelmente mais caro, e só para quem goste mesmo de cartazes políticos, DDR Posters. The Art of East German Propaganda, de David Heather, em edição bilingue alemã/inglesa, com a prestigiada chancela da Prestel.

Bibliografia em lingua alemã

Em língua alemã, existe bibliografia quilométrica sobre o dia-a-dia no Leste. Convém destacar aqueles livros que dão primazia esmagadora às imagens, sendo o texto relativamente secundário ou mesmo muito escasso. Por isso, mesmo quem não estiver familiarizado com o alemão pode deleitar-se com a iconografia da DDR. Existem obras sobre todas as coisas, e é constante o aparecimento de novos títulos.

Sem quaisquer pretensões de exaustividade, citam-se apenas alguns exemplos de livros que se vendem em vários locais, mas sobretudo no Museu da RDA e/ou na Prisão de Hohenschönhausen.

Há um pequeno álbum com muitas dezenas de imagens sobre os jogos e brinquedos infantis da RDA, da autoria de Bernd Havenstein: DDR Spielzeug, publicado pela Komet Verlag. A mesma editora deu à estampa outro livro de formato semelhante, já não centrado nos brinquedos de crianças mas no design de objectos do quotidiano: DDR Design. Arbeit / Freizeit / Ferien, de Günther Höhne.

Num registo muito mais sério, e até sisudo, um volumoso catálogo intitulado Alltag: DDR. Geschichten / Fotos / Objeckte. Editada pela Ch. Links Verlag, é uma obra em que predomina o texto sobre a imagem, e possui um forte cunho oficial, ligada ao Dokumentationszentrum Alltagskultur der DDR. Mais de 300 páginas compactas, preço a condizer.

A meio caminho entre a abordagem mais frívola aos jogos infantis e ao design da RDA e o último livro de que falei, existem muitos álbuns de arquitectura e decoração de interiores. O mais saboroso de todos fixa-se justamente nos interiores das residências leste-alemãs. Plattenbau Privat. 60 Interieurs, de Susanne Hopf e Natalja Meier, publicado pela Nicolaische Verlag em 2004 (e sucessivamente reeditado), é um livro para todos, mesmo que não dominem a língua alemã. O livro compõe-se praticamente só de fotografias – e são dezenas delas, cada uma mais fascinante do que a outra. Se houvesse um livro sobre estas temáticas a trazer de Berlim, para consumo próprio ou para oferta a amigos, este será talvez a opção mais sensata (de um ponto de vista lúdico e fun, obviamente).

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No domínio da arquitectura, e já com outra seriedade e pretensão, Plattenbauen in Berlin, organizado por Roland Enke e Ulrich Giersch. Um bom compromisso entre imagem e texto, mas, insiste-se, é uma obra especializada em arquitectura. Quem quiser imagens, há muito por onde escolher. Apenas sobre os gigantescos blocos de apartamentos e áreas envolventes, fotografias fabulosas em Wohnungen für Alle. Vom Leben im Plattenbau, de Günther Höhne. Chancela da Komet Verlag, naturalmente. Da mesma editora, álbuns com dezenas ou mesmo centenas de fotografias de alemães comuns: Alltag in der DDR: So Haben wir Gelebt, imagens de Manfred Beier, organização de Nils Beier. Trabalho, família, lazer, actividades cívicas, uma reconstrução iconográfica dificilmente igualável. A par dele, existe outro livro, este mais pesado, volumoso e ambicioso (e mais caro…), intitulado Farbe für die Republik. Fotoreportagen aus dem Alltagsleben der DDR, da Quadriga Verlag. Trata-se de uma publicação ligada ao Deutschen Historischen Museum, da autoria de Martin Schmidt e Kurt Schwarzer.

Em suma, quem quiser ler um bom livro sobre o quotidiano opressivo na RDA, recomenda-se Stasiland, de Anna Funder. Os que pretenderem só imagens e rir à larga com a estética leste-alemã dificilmente encontrarão melhor do que Plattenbau Privat. 60 Interieurs, de Susanne Hopf e Natlaja Meier.

Sobre Berlim e a Alemanha

Para conhecer a fundo a história da cidade de Berlim, desde tempos bem mais recuados, a obra de referência em língua inglesa é o monumental Faust’s Metropolis. A History of Berlin, de Alexandra Richie (datada de 1999, a edição em paperback, da HarperCollins, tem 1168 páginas…). Igualmente esmagador, Berlin, de David Clay Large, percorre a história da cidade em 700 páginas, desde Bismarck aos nossos dias (Basic Books, 2001). Num registo próximo, Ghosts of Berlin. Confronting German History in the Urban Landscape, de Brian Ladd (The University of Chicago Press, 1997).

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Poderíamos prosseguir sem limites, pois a bibliografia sobre Berlim é inabarcável, mesmo que contemos só os livros saídos mais recentemente e em língua inglesa. Em português, não sobre os tempos do comunismo mas essencial para compreender o que aconteceu depois, A Queda de Berlim, 1945, de Anthony Beevor (Bertrand Editora, 2011).

Divided Memory. The Nazi Past in the Two Germanys, de Jeffrey Herf, publicado pela Harvard University Press em 1997, é um livro essencial para compreender até que ponto o Muro dividiu a cultura – e a política – da memória a Oeste e a Leste. Com outro objecto, mas também de teor académico, aconselha-se vivamente o recente livro Architecture, Politics, and Identity in Divided Berlin, de Emily Pugh (University of Pittsburgh Press, 2014).

Existem obras menos densas, mas muitíssimo apelativas devido ao seu cunho marcadamente pessoal e autobiográfico ou ao estilo de reportagem em que são escritas. Por exemplo, The Wall Jumper: A Berlin History, de Peter Schneider (The University of Chicago Press, 1998). Ou After the Wall: Confessions from an East German Childhood and the Life that Came Next, de Jana Hensel (PublicAffairs, 2008). E ainda, recentemente saído em inglês, o premiado In Times of Fading Light, de Eugen Ruge (Faber and Faber, 2014).

Muito recente, e já aclamado como um relato sensacional, The Race Against the Stasi, de Herbie Sykes (Aurum Press, 2014), que descreve como Dieter Wiedemann, um ídolo do ciclismo na RDA, conseguiu escapar das garras do Ministério da Segurança da Alemanha oriental.

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Eis, portanto, alguns livros num tom muito próximo de Stasiland ou de Red Love.

Por fim, há diversos guias turísticos, compreensivelmente generalistas e de alcance muito distinto. Por exemplo, o da Wallpaper centra-se quase em exclusivo em aspectos lúdicos e no consumo de luxo, ou seja, em duas realidades bastante ausentes do dia-a-dia da RDA.

Um pormenor importante: nos sites dos diversos lugares turísticos que indiquei existe quase sempre a possibilidade de descarregar, em formato PDF, brochuras em várias línguas, com explicações sumárias e informações práticas. Muito úteis para preparar a sua viagem aos que resta de um mundo extinto em Novembro de 1989.

Para a História ficam as palavras de José Saramago, deixadas num livro publicado por ocasião do trigésimo aniversário da República Democrática Alemã. Na edição em língua francesa, Impressions. Naissance et devenir de la R.D.A., recolha de depoimentos de intelectuais de todo o mundo, que abre com uma fotografia de Erich Honecker, escreveu o Nobel português:

A República Democrática Alemã enriqueceu o poder expressivo da palavra «possível». Por outras palavras, levou ao limite aquilo que julgávamos possível, entre o que o homem julgava ser realizável e o que apenas algumas utopias admitem como possível. Propositadamente, não me refiro aos benefícios de uma melhor qualidade de vida, nem às novas realizações culturais, Refiro-me essencialmente àquela dimensão do trabalho colectivo que não podemos caracterizar com uma palavra. Ousaria falar de uma renovação do homem, entendida esta como o homem novo na novidade que ele próprio escolheu.

Saramago tinha razão: a República Democrática Alemã levou ao limite aquilo que julgávamos possível. Em quarenta anos de existência, a RDA prendeu cerca de 250.000 pessoas por motivos políticos. Felizmente, acabou. Há 30 anos.

Este artigo integra-se numa série sobre a Ostalgie, que nos levou a conhecer o que resta hoje da Berlim que, antes da queda do Muro de Berlim a 9 de Novembro de 1989, era a “do lado de lá”. Eis as ligações para os outros artigos da série:

Berlim. Roteiro da Ostalgie

Berlim. Mais lugares da Ostalgie

Roteiro da Ostalgie: dormir e comer, o que comprar

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