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Em julho de 2024, o embaixador norte-americano em Luanda aceitou participar na FILDA, a Feira Internacional de Luanda. Quando o carro que levava Tulinabo S. Mushingi chegou ao porto de Luanda, ocorreu uma cena impensável até há alguns anos num país marcado por uma guerra civil onde os Estados Unidos apoiaram a fação derrotada: os estivadores que faziam fila para entrar ao trabalho receberam entusiasticamente o embaixador de Washington. “Nós amamos os americanos!”, disseram alguns, como contou o correspondente do Financial Times no local.
Era um sinal de como os tempos de desconfiança entre uma Angola liderada pelo MPLA e os EUA estão a ficar para trás. Prova disso foi a chegada a Luanda, na tarde desta segunda-feira, do próprio Presidente Joe Biden. É a primeira vez que um chefe de Estado norte-americano visita Angola — e Biden aterrou para logo ser recebido por um cartaz com o seu rosto impresso, acompanhado das frases “Bem-vindo a Angola — Welcome to Angola”. O momento é histórico.
Menos claro é que impacto real pode ter uma visita de um Presidente norte-americano em fim de mandato. Angola não foi escolhida por acaso como único destino em África desta presidência Biden: para os especialistas ouvidos pelo Observador, há um interesse claro dos norte-americanos em contrariar o domínio chinês na região. Prova disso é o grande projeto do Corredor do Lobito, uma ligação ferroviária de milhões que poderá alavancar a economia angolana, patrocinada pelos norte-americanos. Em privado, Biden deverá também abordar questões militares e de segurança: o armamento angolano é na maioria de origem soviética e a cooperação militar com Moscovo por enquanto mantém-se, razão pela qual Washington pode estar disposto a oferecer algo.
Paula Cristina Roque não tem dúvidas de que a relação entre Washington e Luanda mudou, em particular depois das presidenciais de 2022 que deram a vitória a João Lourenço. “A meu ver, houve um acordo transacional. ‘Nós, Estados Unidos, aceitamos o resultado das vossas eleições fraudulentas e vocês assinam os acordos todos que nós andamos há décadas para vocês assinarem’”, afirma ao Observador a especialista em política angolana, doutorada pela Universidade de Oxford.
Em concreto, diz, estão os acordos que podem dar aos norte-americano acesso a minérios (que o Corredor do Lobito facilitará), reforço de investimento na área do petróleo e ainda acordos de Defesa e segurança. Tudo isso, diz Roque, estará em cima da mesa. Mas estará garantido um alinhamento total de Angola com os interesses norte-americanos? Nem todos concordam. “Tudo está em aberto”, resume ao Observador Sérgio Calundungo, coordenador do Observatório Político Social de Angola
Agrado na nomenklatura, alegria para alguns e oportunidade de protestos para outros. Como os angolanos antecipam esta visita
Para já, dentro de Angola a visita de Biden está a ser vista “de forma heterogénea”, aponta o analista. “Há pessoas que estão entusiasmadas, com expectativa de que esta visita seja um sinal de aumento de envolvimento [dos EUA] em matéria de investimento económico”, nota. Por outro lado, aponta Sérgio Calundungo, há “ceticismo” por parte daqueles que temem que os EUA queiram apenas tomar o lugar da China na economia angolana: “Há alguma relutância por parte de grupos que pensam que estes investimentos geram uma prosperidade que nem sempre é partilhada por todos.”
Dentro do executivo, porém, o sentimento é de grande entusiasmo, garante Paula Roque. “A viagem está a ser recebida dentro da nomenklatura com muito agrado, porque o Presidente João Lourenço é um Presidente que está a ser combatido por dentro. Está com imensas divisões dentro do próprio MPLA e a vitória simbólica de ser o Presidente que recebe pela primeira vez um Presidente dos Estados Unidos em território angolano é importante. É muito significativo.”
Uma vitória que resume como “simbólica” acima de tudo e que tem também o potencial de animar parte da sociedade civil: “Ouvi comentários de gente que me disse ‘Quando vierem cá os americanos, vamos fazer manifestações e, com eles a ver, a polícia, a guarda presidencial e a PIR [Polícia de Intervenção Rápida] não vão estar a disparar contra os manifestantes. Porque os americanos estão a ver’.”
Agora estão formalmente “a ver”, mas não é que não estivessem já no país. Apesar do alinhamento histórico do MPLA com a União Soviética na Guerra Fria, há muito que norte-americanos e angolanos aprenderam a colaborar de forma pragmática. Não por acaso, este ano assinalaram-se os 70 anos da presença da petrolífera americana Chevron em Angola — com a empresa a anunciar que planeia alargar a sua exploração no país daqui para a frente.
Dentro da administração Biden parece haver clareza sobre o que esperar desta viagem: “Eles querem diversificar parceiros, certo? Não querem estar totalmente dependentes da China e, honestamente, também não querem estar totalmente dependentes de nós”, reconheceu um responsável do governo ao Washington Post, no início deste ano. “A nossa rivalidade com a China não define a nossa relação com África. Mas não está divorciada disso”, reconheceu o mesmo responsável.
A grande dúvida que se coloca agora e que não se colocava no início do ano é se, com a próxima administração norte-americana, o foco na relação se manterá o mesmo. Sérgio Calundungo prevê que com Donald Trump possa haver um possível “arrefecimento” das relações, não exclusivo dos EUA com Angola, mas com todo o continente africano.
Mas muitos consideram que esta é uma área onde, provavelmente, Washington não se irá desviar da linha que Biden estabelecer nesta visita: “O Corredor [do Lobito] será provavelmente visto pela administração Trump como um instrumento importante na competição com a China pelo domínio das novas tecnologias”, prevê ao Observador Ana Cristina Alves, professora na Universidade Mohammed VI e especialista em relações China-África.
Também Paula Roque — embora reconheça que “para os angolanos teria sido mais importante Biden ter vindo antes das eleições” — considera que não haverá grandes mudanças com o novo governo. “É uma política baseada em interesses e realpolitik, por isso não estou a ver o presidente Trump, quando começar o seu mandato, a alterar este cenário em relação à Angola”, decreta.
Corredor do Lobito, a “lança em África” do Ocidente para travar a China (e obter os minérios raros)
Mas o que é, afinal, o tão falado Corredor do Lobito e porque ocupa ele tanto espaço nas manchetes a propósito desta viagem? A resposta resume-se em três palavras: investimento, minérios e China.
Senão, vejamos. O projeto de construção de uma linha ferroviária de 1.300 quilómetros que atravessa Angola de leste a oeste gozou já de um investimento norte-americano de mais de 3 mil milhões de dólares e irá servir de motor económico para revigorar indústrias e regiões. A exploração do corredor foi atribuída ao consórcio Lobito Atlantic Railways, com ligações a Portugal: 45,5% pertencem à Trafigura — empresa angolana de importação de matérias-primas que em tempos contou com uma participação de peso do General “Dino”, próximo da família Dos Santos —, 45,5% à portuguesa Mota-Engil e 1% à belga Vecturis.
O Corredor é particularmente relevante porque traçará uma linha ferroviária que irá desde a Zâmbia até à ponta ocidental de Angola, passando pela República Democrática do Congo (RDC). Na prática, isto significa criar uma ligação direta entre as zonas de maior produção de minérios raros do mundo — como os que são essenciais para fabricar baterias de lítio — e o oceano Atlântico. “Há uma luta desenfreada pela procura de minerais raros, minerais que são considerados promissores nesta mudança de paradigma energético mundial”, nota Calundungo. “Portanto, é claro que estamos a assistir a uma corrida entre as grandes potências para se posicionarem nisto.”
Muitos afirmam que o principal interesse norte-americano em patrocinar este projeto é o de tentar criar uma alternativa ao programa Belt and Road Initiative (BRI) de Pequim (grandes investimentos noutros países, sobretudo em África, de forma a obter influência). Ana Cristina Alves diz que, independentemente do resto, os minérios são a questão mais relevante: “Num contexto em que a China controla 80% do processamento dos minerais críticos e detém uma posição de grande vantagem em setores chave das novas tecnologias, nomeadamente veículos elétricos, este Corredor representa verdadeiramente ‘Uma lança em África’ para os EUA e a Europa”, alerta. Alves explica que o objetivo é recorrer aos minérios da Zâmbia e da RDC, mas considera que o Ocidente está a “entrar no jogo muito tarde”.
“As empresas chinesas dominam a exploração do cobre e cobalto nas regiões a montante deste Corredor (a RDC e a Zâmbia). Para além de que, no início deste ano, a China anunciou um pacote de mil milhões de dólares para reabilitar o caminho de ferro que une o cinturão do cobre na Zâmbia ao porto de Dar Es Salam, na Tanzânia. Não seria difícil a China bloquear a sua produção de cobre na RDC e na Zâmbia para fazer o transporte apenas nesta linha e com destino à China…”, avisa a autora do livro China and Angola: A Marriage of Convenience?. Na prática, Pequim poderá escoar esses mesmos minérios pelo Oceano Índico, concorrendo com o Corredor do Lobito que se dirige ao Atlântico. Isto significa que o Ocidente terá de investir em muito “no nível de processamento dos minérios” para “obter o favoritismo destes governos”, resume Ana Cristina Alves.
Mas há outros benefícios a retirar pelos Estados Unidos que vão além das pedras valiosas. O Corredor do Lobito pode ser uma ferramenta de soft power para tentar contrariar a influência chinesa em Angola. “Sem dúvida, é também fruto do imperativo de responder ao avanço do BRI no continente africano”, reconhece a especialista. “Não diria que a intenção dos EUA seja substituir [os chineses], mas sim competir de modo mais eficiente”, nota. Não só no acesso aos minérios, mas também de forma “normativa”, insistindo “numa narrativa que enfatiza a transparência e sustentabilidade, áreas em que os projetos de infraestrutura chineses têm sido bastante criticados”. Cameron Hudson, antigo responsável do governo norte-americano especialista em África, assumiu isto mesmo no início do ano: “Pequim devia sentir-se lisonjeada. Como se costuma dizer, a cópia é a forma mais elevada de elogio e o Corredor do Lobito é uma cópia clara da estratégia do BRI chinês”, afirmou ao South China Morning Post.
Atualmente, a China é o maior parceiro comercial de Angola, absorvendo mais de 40% das exportações do país africano, o correspondente a quase 22 mil milhões por ano. Já os EUA não foram além de 1,2 mil milhões de importações de bens angolanos em 2023. O chamado “Modelo Angolano” — compra de petróleo do país por parte da China em níveis elevados, ao mesmo tempo que Luanda se financia junto de Pequim — foi essencial para o regime de José Eduardo dos Santos sobreviver no pós-guerra civil, mas fez dos angolanos os maiores devedores à China em todo o mundo.
Foi fruto da necessidade e não uma estratégia pensada, na segunda economia menos diversificada do mundo (fica apenas atrás do Iraque), que assenta essencialmente no petróleo. “Quando a China chegou a Angola, foi depois de termos tentado fazer uma conferência de apoio à economia angolana a seguir à guerra e de termos falhado”, notou uma fonte do Ministério da Indústria numa entrevista concedida a um paper académico. “O investimento da China chegou quando não tínhamos outra hipótese, não tínhamos nenhuma porta aonde ir bater.”
Agora que a porta americana parece estar a abrir-se, Angola tenta entrar também por essa e marcar um discreto afastamento de Pequim. Depois de João Lourenço ter visitado a Casa Branca em 2023, este ano decidiu não comparecer no Fórum de Cooperação China-África (FOCAC) em setembro. “Não era isso que estava previsto e os chineses estão furiosos”, garantiu à altura uma fonte conhecedora do processo ao Jornal de Negócios.
Sérgio Calundungo não tem dúvidas em afirmar que esta foi uma ausência propositada: “Hoje estamos numa situação em que somos os maiores devedores da China. Claramente não é normal que o Presidente de Angola, o país que durante muito tempo foi o maior beneficiário do investimento chinês, não tenha comparecido.” O que não significa, diz, que venha a haver um corte definitivo com Pequim em benefício de Washington.
Armamento, formação militar e talvez uma base? Apoio na Defesa pode estar em cima da mesa para contrariar influência russa
Com um passivo tão grande face à China, é impossível para Angola afastar-se de vez e os norte-americanos têm noção disso. Por essa razão, Biden pode usar esta visita para colocar em cima da mesa outros acordos para além do Corredor do Lobito que agradem aos angolanos — e, ao mesmo tempo, avancem os interesses dos EUA em África.
Em 2023, aquando da visita de Lourenço a Washington, um responsável da administração Biden assumia claramente que é necessário “aprofundar a cooperação” dos dois países na área da Defesa, “em particular respondendo a parte do interesse angolano de modernização militar”. Ou seja: os Estados Unidos podem bem estar a preparar-se para oferecer a Angola um acordo de fornecimento de armamento e formação militar que, para além de agradar ao MPLA de Lourenço, possa diminuir a influência da Rússia no país — Moscovo é, atualmente, o maior aliado militar de Angola, com vários acordos renovados ao longo dos anos.
“As nossas relações de cooperação a nível militar com a URSS têm muitos anos, são históricas. Grande parte do equipamento militar que existe atualmente em Angola é de origem soviética”, resume Calundungo. “Mas acho que, hoje em dia, não se pode dizer que terá de ser sempre assim. Está tudo em aberto.”
Não por acaso, no início de 2023 o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, visitou Angola. Ali quis passar uma mensagem: avisou que o Ocidente “pode trair os aliados” de um momento para o outro, invocando exemplos do passado. Uma estratégia que vários especialistas em Relações Internacionais dizem ser recorrente no caso russo: o recurso a uma “diplomacia da memória”, invocando o apoio soviético às lutas anti-coloniais como prova de apoio incondicional no presente. Vladimir Putin convidou até João Lourenço a ir visitar Moscovo para participar na próxima parada do Dia da Vitória, onde se assinala a vitória soviética contra a Alemanha nazi.
Se a estratégia está ou não a funcionar é mais difícil saber, já que Lourenço mantém-se ambíguo. Uma posição evidente nas votações de Angola nas Nações Unidas relativamente à guerra da Ucrânia, ora abstendo-se em condenar inicialmente a invasão, ora depois condenando a anexação formal de territórios ucranianos pela Rússia.
Certo é que o governo de Luanda tem noção de que precisa de apoio na área da Defesa, venha ele da Rússia, da China (que é também dos maiores fornecedores de armamento a Angola) ou dos EUA. Paula Cristina Roque resume essa necessidade com a posição geográfica do país: sem Angola, diz a especialista, não há “estabilidade na região da República Centro-Africana, da RDC, do Congo-Brazzaville [República do Congo]”. “São zonas que Angola contém, com um aparato de segurança militar forte que é chave para estabilizar ou ajudar a estabilizar aquela região toda”, resume. Angola fá-lo também por interesse próprio, explica a investigadora, porque quer evitar qualquer situação que possa redundar numa crise de refugiados ou alastramento de milícias dos países vizinhos. “Especialmente porque iriam entrar na zona das lundas, as zonas diamantíferas, e outras zonas também mais complicadas e de difícil acesso para se salvaguardar a soberania angolana.”
Do lado norte-americano, pode bem haver disponibilidade para reforçar esse apoio de segurança. Não só por consciência da necessidade de estabilidade na região, mas porque, uma vez mais… existe a China. O país tem atualmente uma base militar em África, no Djibuti, e há muito que os rumores em África dizem que Pequim estaria a tentar estabelecer outra em Angola.
Em 2022, o mais alto comandante dos EUA em África lançou uma outra hipótese: a de que a China poderia estar a negociar o estabelecimento de uma base desse tipo na Guiné-Equatorial (outro país membro da CPLP), mas que os chineses continuavam a tentar fazer o mesmo noutros países africanos — potencialmente Angola.
Paula Cristina Roque acrescenta que existe também “já há muito tempo” o rumor de que os Estados Unidos poderiam estar a tentar contrariar isso montando a sua própria base militar em Angola. “Isto é contra a Constituição Angolana, mas também não é por aí, porque pode mudar-se a Constituição…”, afirma. “Mas também nós sabemos que o Quénia é o maior parceiro de Defesa dos Estados Unidos no continente africano e eles vão começar a construir uma base em Turkana, que no norte do Quénia. Claro que do outro lado do continente daria muito jeito haver outra base. Não sabemos se poderá ser a base em Angola, se poderá ser a base na Guiné… Não sei.” Como resume Calundungo, sobre este e outro tipo de colaboração, uma vez mais, está “tudo em aberto”.
Angola aposta em “manter a neutralidade”, mas retirar o melhor de cada potência
Certo é que, perante a chegada de Joe Biden a território angolano, o regime de Luanda procurará retirar os maiores dividendos possíveis da atenção norte-americana, numa altura em que vários países prestam atenção a Angola. “O regime angolano está muito nervoso, está especialmente nervoso com o que se passa em Moçambique. E estará atento”, avisa Roque.
“Se isto é suficiente para manter Angola mais perto dos EUA? Tudo depende dos benefícios que Luanda vier a tirar deste Corredor [do Lobito]”, acrescenta a especialista. “Julgo, todavia, que Luanda tem interesse em se manter equidistante da China e dos EUA e manter boas relações com ambos. Não creio que Luanda vá escolher, dado o seu valor estratégico para ambos. Está em posição de manter a neutralidade.”
Uma avaliação com que Sérgio Calundungo — que afirma estarmos perante uma nova corrida das grandes potências por influência em África — partilha, apostando na equidistância. “Como disse Henry Kissinger, ‘Não há amigos permanentes, há interesses’. Aqui há interesses de geopolítica e também há uma corrida clara aos recursos naturais”, diz o analista.
Apesar disso, o diretor do Observatório Político Social de Angola não tem dúvidas de que a visita de Biden representa uma transformação profunda das relações entre os dois países: “As pessoas da minha geração, os angolanos que hoje têm 50 anos ou mais, lembram-se do tempo em que os anúncios na nossa televisão diziam ‘Reagan, tira a mão de Angola’. Eram uma clara alusão de como estavam as relações da Angola com os Estados Unidos da América”, recorda.
Décadas depois do fim da guerra civil que opôs MPLA (e FNLA) à UNITA — e, por arrasto, a URSS aos EUA —, o governo angolano de João Lourenço está pronto para ouvir o que tem Joe Biden para lhe oferecer, sem alienar totalmente a China, nem desprezar a Rússia. O difícil, afirma Calundungo, é como “manter uma agenda de equilíbrio sem comprometer soberania”. “Sem voltarmos àquela lógica em que somos um país co-governado, ou seja, um país que vai a reboque dos interesses de outrem. Este é o desafio que Angola tem pela frente.”
Em 2019, a revista The Economist tinha feito uma previsão relacionada com a disputa geopolítica de várias potências pelo continente africano: “Se África gerir bem a nova competição, os principais vencedores podem vir a ser os próprios africanos.” Angola pode ser o primeiro lugar onde essa premissa vai ser testada.