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A tiara Spencer é uma das estrelas da exposição “Power & Image: Royal & Aristocratic Tiaras”. A joia popularizada por Diana, a princesa de Gales, e é uma uma herança da sua à família
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A tiara Spencer é uma das estrelas da exposição “Power & Image: Royal & Aristocratic Tiaras”. A joia popularizada por Diana, a princesa de Gales, e é uma uma herança da sua à família

A tiara Spencer é uma das estrelas da exposição “Power & Image: Royal & Aristocratic Tiaras”. A joia popularizada por Diana, a princesa de Gales, e é uma uma herança da sua à família

De Diana à rainha Victoria: a exposição de tiaras que dá um brilho extra à festa do Jubileu de Isabel II

Tiaras que adornaram a cabeça da princesa de Gales, da rainha Victoria ou da imperatriz Joséphine estão agora reunidas nos salões da leiloeira Sotheby's numa exposição que celebra o jubileu da rainha.

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Que melhor peça para celebrar o reinado de uma rainha do que uma tiara? E se em vez de uma forem quase 50? É essa a proposta da Sotheby’s com a exposição “Power & Image: Royal & Aristocratic Tiaras”. A casa leiloeira apanha boleia das celebrações do Jubileu de Platina de Isabel II e presta a sua homenagem ao reinado da monarca com uma exposição de joias em Londres.

Uma exposição com muitas tiaras

No dia 2 de junho arrancam as celebrações dos 70 anos de reinado de Isabel II com um fim de semana cheio de eventos. A Sotheby’s antecipa-se e abre ao público este sábado, 28 de maio, uma exposição que reúne cerca de 50 tiaras que pertenceram (ou pertencem) a membros da realeza e da aristocracia. Até ao dia 15 de junho é possível ver gratuitamente na sede londrina da marca joias únicas e cheias de história, como por exemplo a tiara da família Spencer, que Diana usou no dia do seu casamento, uma tiara da rainha Victoria que foi desenhada pelo marido, o príncipe Alberto, um diadema que pertenceu a Joséphine Bonaparte e ainda tiaras usadas por convidados na coroação de Isabel II em 1953. Segundo a leiloeira britânica, esta é a maior exposição de tiaras em duas décadas no Reino Unido.

Kristian Spofforth, chefe de joalharia na Sotheby’s em Londres, explica, em comunicado, que a celebração do jubileu da rainha é uma ótima oportunidade para expôr uma série de tiaras com proveniência real e nobre que não são vistas em público há muitos anos. E aproveita para chamar também a atenção para a importância do trabalho artesanal britânico no que à joalharia diz respeito, ao longo de vários séculos. Esta exposição está integrada num calendário de eventos que a Sotheby’s preparou para celebrar o reinado de Isabel II, TheJubilee Season (entre 28 de maio e 15 de junho). Uma série de exposições, leilões e eventos juntam-se assim ao ambiente de festa que se prepara em todo o Reino Unido ao longo do próximo mês.

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Tiara Derby, criada em 1893 para Louise, a Duquesa de Devonshire, e usada por Evelyn Emily Mary Cavendish na coroação da rainha Isabel II, em 1953. A tiara Fitzwilliam, que remonta a 1820.

jasper.gough

A tiara até pode não ser uma joia exclusiva da realeza, mas tornou-se, certamente, um símbolo do reinado de Isabel II. A soberana tem uma coleção tão variada como rica. A última vez que a vimos usar uma tiara foi, provavelmente numa receção para o corpo diplomático no Palácio de Buckingham em dezembro de 2019. Contudo, ao longo destes 70 anos de reinado a soberana exibiu tiaras em várias ocasiões e também emprestou estas joias a outros membros da família real. Algumas sabemos serem as suas preferidas e terem valor sentimental enquanto outras são uma forma de prestar homenagens, mas todas têm a sua própria história.

A seleção de joias na referida exposição é também uma mostra da variedade de estilos que atravessa épocas, e explora diferentes designs e materiais, desde o início do século XIX até à atualidade. “Conseguir estas joias tem sido um trabalho de amor e resulta numa exposição que mostra as melhores iterações dentro do registo do estilo tiara, através de algumas das suas mais famosas encarnações — incluindo a muito amada e fotografada Tiara Spencer”, acrescenta a especialista Kristian Spofforth, destacando a joia da família de Diana Spencer com a qual a princesa foi fotografada tantas vezes.

Tiara Cartier de 1904, transforma-se em quatro pregadeiras; tiara bandeau de cerca de 1920; tiara com diamantes e turquesas, Van Cleef & Arpels de 1960's; tiara com diamantes de 1830's.

Jasper "Yogi" Gough

A tiara Spencer que podia ser a tiara Diana

Talvez esta seja a peça mais famosa desta exposição. A tiara Spencer teve o seu primeiro momento de celebridade a 29 de julho de 1981 quando a jovem Diana saiu do coche que a transportava aos pés da Catedral de St Paul, em Londres. O volumoso vestido de noiva criado pela dupla de designers Emanuel com cerca de oito metros de cauda e um véu quase igualmente longo encheram os écrans de televisão e fotografias, contudo na cabeça da noiva brilhava uma das estrelas do seu look, a tiara de família. As noivas da família real britânica usam, tradicionalmente, uma tiara da coleção da rainha Isabel II, mas Diana optou por usar uma joia da sua família no casamento com o príncipe Carlos. A tiara Spencer acompanhou Diana em inúmeros eventos e viagens e brilhou com ela na Austrália, Nova Zelândia, Canadá, Bahrein, Alemanha, Índia, Bulgária, Coreia do Sul. Foi a tiara que a princesa usou em Portugal, no banquete no Palácio da Ajuda oferecido durante a visita oficial dos príncipes de Gales, em fevereiro de 1987.

A joia terá sido criada em 1767 para a família Spencer e desde então tem passado de geração em geração. Contudo, só na década de 1930 chegou ao formato que hoje vemos, pelas mãos dos mestres joalheiros da casa Garrard. É uma joia em ouro e prata com diamantes, ao centro está um coração e à volta círculos e flores compõem a estrutura da tiara. Diana foi quem a usou com mais frequência, mas a peça adornou a cabeça das mulheres Spencer nos seus respetivos casamentos. Há, no entanto, outras tiaras no guarda-joias da família Spencer e a mãe de Diana, por exemplo, no seu casamento escolheu usar a tiara Fermoy.

Tiara Spencer, alterada pela casa R & S Garrard na década de 1930. É uma joia da família Spencer que Diana usou no dia do seu casamento com o príncipe Carlos, em 1981.

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Embora o vestido de noiva de Diana tenha feito parte da exposição “Royal Style in the Making” que durante o verão passado esteve patente no Palácio de Kensington, a mostra não contou com a tiara Spencer. Na verdade, esta vai ser a primeira exposição da joia desde a década de 1960.

Mais uma joia de Alberto para Victoria

Outra das estrelas mais brilhantes desta exposição pertenceu à rainha Victoria. Feita em ouro com diamantes e esmeraldas com diferentes cortes, foi desenhada pelo marido, o príncipe Alberto e concebida pelo joalheiro da coroa na época, Joseph Kitching. Segundo a Sotheby’s terá custado 1150 libras na época (o que, numa conversão direta, daria cerca de 1350 euros). O príncipe Alberto gostava de oferecer joias à sua rainha e esta tiara, um presente de 1845, foi apenas uma entre tantas que o próprio também se dedicava a idealizar.

A rainha Victoria foi retratada com esta tiara em diferentes pinturas e segundo o comunicado da leiloeira, terá também usado a joia em eventos oficiais, como por exemplo uma visita de estado a França 1855. Esta tiara costuma estar exposta no Palácio de Kensington, na Jewel Room (Sala das Joias) onde estão outras joias da monarca que formam conjunto, como um colar, um par de brincos e uma pregadeira, todas com esmeraldas.

Tiara da rainha Victoria com esmeraldas e diamantes, desenhada pelo príncipe Alberto e concretizada por Joseph Kitching, 1845.

Joséphine e o seu amor por camafeus

A primeira imperatriz de Napoleão Bonaparte, a sua amada Joséphine, pôs a tiara novamente na moda. O exemplar que integra esta exposição é uma joia em estilo neoclássico, ou seja, inspirada nos ornamentos de cabeça da antiguidade clássica das civilizações grega e romana. Combina ouro com oito camafeus esculpidos em ágata e jaspe (entre eles, um representando Medusa e outro representando Zeus), é adornada com esmalte azul e foi criada especialmente para Joséphine Bonaparte pelo artista Jacques-Ambroise Oliveras por volta de 1805.

Esta joia brilhou recentemente pelos salões londrinos da Sotheby’s. Depois de 150 numa coleção privada, no passado mês de dezembro, um conjunto composto por duas tiaras que pertenceram a Joséphine, esta e uma outra, foram vendidas por um valor total de quase 680 mil euros. Ambas as joias contam com camafeus, um trabalho de escultura para joalharia que a imperatriz muito apreciava e tinha muitas joias com estas aplicações. Na altura, acreditava-se que os camafeus conferiam à pessoa que os usava as qualidades das figuras mitológicas esculpidas.

Tiara que pertenceu à imperatriz Joséphine Boanparte, da autoria de Jacques-Ambroise Oliveras, criada por volta de 1805.

Tiaras para admirar e também comprar

A maioria das tiaras na exposição “Power & Image: Royal & Aristocratic Tiaras” foram emprestadas pelos seus donos e, quando as luzes se apagarem, estas joias regressam aos cofres das suas casas. Contudo, algumas das tiaras expostas estarão à venda. Entre as peças à procura de um novo dono encontram-se criações de joalheiros britânicos, como Christopher Thompson-Royds e Kiki McDonough. Mas também há joias antigas, dos séculos XIX e início de XX, como por exemplo uma coroa em prata-dourada feita pela casa Garrard para o primeiro duque de Wellington, uma tiara Cartier em formato bandeau, datada da década 1920, com diamantes, ametistas, safiras e ónix ou uma tiara da segunda metade do século XIX com diamantes e motivos florais que também se transforma em colar.

As tiaras estão constantemente a conhecer revivalismos. Os casamentos reais dos últimos anos tiraram dos cofres da realeza, para regalo dos olhos do público e da imprensa, peças únicas e com histórias para contar. Nos écrans, os enredos de época como “Bridgerton” ou “Downton Abbey” coroam as suas protagonistas com belas tiaras. Já na famosa “The Crown” as tiaras foram importantes peças do guarda-roupa da série e recriadas ao pormenor a partir das joias usadas pelos membros da família real britânica.

Tiara bandeau Cartier, da década de 1920; tiara com diamantes que se transforma em colar, da segunda metade do século XIX; coroa de 1838 desenhada pelo 1º duque de Wellington

Na vida real Elizabeth Taylor, com a sua paixão por joias, pode ter sido a primeira diva a mostrar como se usa uma destas joias fora dos palácios quando, por exemplo, levou a tiara que Mike Todd, um dos seus maridos, lhe ofereceu à cerimónia dos óscares de 1957 para o ver subir ao palco e receber uma estatueta. Ainda pelo meio da cultura popular, a mais recente Met Gala (que voltou ao seu esplendor no passado dia 2 de maio) foi palco de uma série de tiaras. Sob o tema Gilded Age, muitas convidadas aproveitaram a passadeira vermelha mais exuberante do ano para elevar os seus looks com tiaras, entre elas a própria Anna Wintour.

Segundo a Sotheby’s, nos últimos anos a procura por tiaras aumentou, assim como os seus valores em leilões. E é na Ásia que está o maior foco de interesse. Foi para este continente que rumou um terço das tiaras leiloadas por esta leiloeira nos últimos cinco anos. Uma delas é a tiara da casa real de Sabóia, leiloada em maio de 2021 por um pouco mais de 1,5 milhões de euros. O recorde de tiara mais cara vendida num leilão continua, contudo, imbatível desde maio de 2011, altura em que a mesma leiloeira vendeu a tiara Henckel von Donnersmarck por 11.282.500 francos suíços (quase 11 milhões de euros).

“Power & Image: Royal & Aristocratic Tiaras” patente na Sotheby’s em Londres, na New Bond Street, entre 28 de maio e 15 de junho. Está aberta ao público gratuitamente aos dias de semana (das 9h00 às 16h30) e fim de semana (das 12h00 às 17h00), apenas fecha o dia 15 de junho.

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