Índice
Índice
No primeiro sábado de campanha eleitoral os líderes partidários percorreram o país de norte a sul em apoio aos candidatos locais. Contudo, o tema que dominou o dia foi mesmo o roubo de armas em Tancos, depois de o Expresso ter divulgado um relatório dos serviços de informações militares com críticas à atuação do ministro da Defesa. O tema não escapou em cada intervenção de António Costa, Passos Coelho, Assunção Cristas e Catarina Martins, acabando por ofuscar muitas das ações de campanha locais.
Acompanhamos aqui as notícias sobre a campanha eleitoral em todo o país. Na noite de sábado, António Costa foi a Loulé apoiar o seu antigo colega de Governo Adriano Pimpão, na candidatura à Assembleia Municipal. Em Évora, o PAN organizou uma “Cãominhada” para escutar as preocupações dos donos de animais domésticos e distribuir as suas propostas.
O dia de ontem foi assim pelo país:
Diário do País. Bloco critica contratos “abençoados pelo cartão partidário” em Loures
Passos diz que o seu Governo ajudou autarquias a “pôr as contas na ordem”
O líder do PSD defendeu este domingo medidas do seu Governo que ajudaram as autarquias a pôr “as contas em ordem”, lamentando que essa boa herança “esteja a ser desbaratada” e os serviços públicos a aumentar as dívidas.
“Temos um orgulho muito grande nos nossos autarcas e, sempre que tivemos responsabilidades de governo, procurámos criar condições para que as nossas autarquias pudessem ter mais competências e mais equilíbrio”, defendeu, num almoço de apoio ao candidato do PSD (e também apoiado pelo MPT) à Câmara de Leiria, Fernando Costa.
A este propósito, Passos Coelho recordou duas medidas do Governo PSD/CDS-PP que liderou que considera terem sido essenciais para o processo de desendividamento das autarquias: um programa de apoio especial em 2013 de cerca de mil milhões de euros para os autarcas pagarem as “dívidas mais emergentes” e a lei dos compromissos, saudando que o atual Governo ainda não a tenha revertido.
O líder social-democrata saudou o contributo positivo que os municípios portugueses têm dado para o desendividamento do país e sublinhou que, “quanto melhores contas públicas” existirem nas autarquias e no país, “melhores serviços” poderão ser prestados aos cidadãos.
“Deixámos para o futuro uma boa herança, que pena que esta herança está a ser desbaratada e as dívidas se começam a acumular e as dificuldades dos serviços públicos em prestar bons serviços resultem da dificuldade que o Estado tem de satisfazer, do ponto de vista orçamental, necessidades reais que existem”, lamentou.
Passos aproveitou para contrariar o primeiro-ministro, António Costa, e reiterar que o Governo “está a gastar menos” do que o executivo que liderou na área na saúde, descontados os aumentos dos salários.
Antes, o ex-líder parlamentar do PSD Luís Montenegro, que se juntou este domingo pela segunda vez ao líder na campanha autárquica, acusou PS, PCP e BE de “prometerem tudo a todos” nas vésperas das autárquicas de 01 de outubro.
“O próximo Orçamento do Estado vai ser, de facto, uma maravilha, tal é o leilão e competição em que António Costa, Jerónimo de Sousa e Catarina Martins andam. Cada um dos três é capaz de se levantar e dizer para o espelho: ‘espelho, espelho meu, há na geringonça quem prometa mais do que eu?’”, ironizou.
As intervenções políticas em Marrazes (Leiria) decorreram sob um sol intenso, seguindo-se um almoço de porco no espeto no qual Passos Coelho já não participou, seguindo para a próxima ação de campanha.
Coimbra. Manuel Machado promete transportes, relvados, Internet e praias fluviais
Manuel Machado, presidente da câmara de Coimbra e recandidato à liderança da autarquia pelo PS, prometeu este domingo transportes em todas as freguesias do concelho. Cabe ao município “dar às freguesias periurbanas as mesmas condições do centro da cidade”, defendeu Machado, que visitou este domingo várias freguesias mais afastadas do centro de Coimbra.
A promessa será para implementar em 2018, com “ligações de autocarro de todas as freguesias” ao centro da cidade, aos sábados e aos domingo, disse Manuel Machado em declarações à agência Lusa. “A partir de 2018, todas as freguesias do concelho terão carreira de autocarro para o centro de Coimbra aos sábados e domingos, com a respetiva ligação de regresso”, afirmou.
Mas as promessas não ficaram por aqui. Relvados sintéticos, Internet gratuita, praias fluviais e pontes pedonais. Tudo isto foi prometido às freguesias rurais de Coimbra por Manuel Machado este domingo. Os jovens “têm direito aos mesmos relvados sintéticos para se treinarem”, enquanto os cidadãos em geral devem poder fruir das “mesmas praias fluviais e pontes pedonais”. “Toda a gente tem direito à mesma internet de alta velocidade gratuita”, disse o autarca.
Jaime Ramos, candidato pelo PSD/CDS, também andou em campanha este domingo, visitando o iParque, parque tecnológico e empresarial em Coimbra, que considera ter sido “abandonado” pela autarquia. “Coimbra tem estado a perder importância em termos económicos e políticos”, disse Jaime Ramos em declarações à agência Lusa, depois da visita ao parque, que é maioritariamente detido pelo município.
“É confrangedora a taxa de ocupação do iParque e o reduzido número de postos de trabalho criados”, acusou Jaime Ramos, destacando que o complexo é “um espaço de excelência, desaproveitado, esquecido e que a Câmara Municipal quer deixar falir por inação”. Culpa de “uma câmara incompetente”, atacou Ramos.
Já o candidato da CDU, Francisco Queirós, passou esta manhã por uma série de freguesias do município de Coimbra e prometeu que se for eleito irá alocar 10% do orçamento municipal para as freguesias. “No nosso programa avançamos com uma verba de 10% do orçamento municipal que seja destinado às freguesias, acompanhado também do reforço técnico e de meios técnicos para que as próprias freguesias possam executar depois os diversos projetos”, afirmou Queirós, também em declarações à Lusa.
“Num orçamento municipal que ronda os 100 milhões, destinar 10% às freguesias é uma boa aposta porque é entregar àqueles que estão ali mais próximos dos cidadãos”, defendeu Queirós.
Jorge Gouveia Monteiro, candidato do movimento independente Cidadãos por Coimbra, passou a manhã na freguesia de Ceira, onde alertou para o abandono da linha ferroviária da Lousã e defendeu a adaptação do antigo troço, que liga o centro da cidade de Coimbra a Ceira, como nova linha de transportes coletivos.
À Agência Lusa, Gouveia Monteiro defendeu o aproveitamento do parque de estacionamento adjacente à estação de Ceira e disse que, “pelo menos, oito mil automóveis” poderão ser retirados diariamente do centro de Coimbra, com o local a funcionar como “parque dissuasor”.
Já o candidato do PAN, Vítor Marques, defendeu uma substituição progressiva dos autocarros dos transportes urbanos do concelho por veículos elétricos. O candidato do PAN pretende que os autocarros sejam substituídos “progressivamente por autocarros elétricos”, considerando que essa medida “seria fundamental”.
“São autocarros em que se gasta menos a nível de manutenção, não têm combustível, mas, o mais importante, é que não provocam poluição ambiental nem poluição sonora”, disse à agência Lusa Vítor Marques. O cabeça de lista do PAN à Câmara de Coimbra referiu que seria possível substituir todos os atuais veículos dos Serviços Municipalizados de Transportes Urbanos de Coimbra (SMTUC) por autocarros elétricos num espaço de “quatro ou cinco anos”, sublinhando as “muitas vantagens” que a medida traria “a médio prazo”.
Para Vítor Marques, é necessário “modernizar os transportes públicos” do concelho, apontando para a importância de se criarem “novas rotas” e “horários adequados à procura”. Além disso, os SMTUC deveriam também “facilitar a aquisição de bilhetes”, com o desenvolvimento de uma aplicação que permitisse a compra de viagens através do telemóvel, propôs.
Matosinhos. Narciso Miranda diz que votar em si é votar “na mudança”
Narciso Miranda, candidato independente à câmara de Matosinhos, pediu este domingo aos eleitores para votarem em si porque é o “voto do sucesso, da solidariedade social, da inclusão social, do progresso e do desenvolvimento”. “Ou se vota em mim e na mudança ou se vota na manutenção, que é o PS e Luísa Salgueiro, e no discurso da fantasia, das portagens, dos bloqueamentos de trânsito, do lixo nas ruas, dos jardins abandonados ou dos passeios com buracos”, disse, em declarações à agência Lusa, durante uma arruada em Leça do Balio.
Fazendo uma pausa na arruada, o independente, que entre 1977 e 2005 liderou a câmara pelo PS, foi a um baile de idosos, onde muito solicitado pelas mulheres para dançar, recordou que não faz parte de nenhum partido, advertindo-os que, quando forem votar, têm de colocar a cruz em Narciso Miranda e na anémona (símbolo do seu movimento) e não na “mãozinha” (PS).
O independente vincou que durante os anos que liderou os destinos da câmara fez obras, deixou marcas e fez-se ouvir em Lisboa, sublinhando que, independentemente do partido que estiver no Governo, irá sempre “bater a mão” para fazer ouvir a voz de Matosinhos. “Vale a pena ir votar para acabar com a eleição dos mesmos”, frisou.
Évora. PAN organiza “cãominhada” para divulgar propostas
Em Évora, a campanha do PAN organizou a primeira edição da Cãominhada, uma ação que serviu simultaneamente para conhecer as preocupações dos donos de animais e para divulgar as suas propostas. Cerca de vinte pessoas percorreram quatro quilómetros acompanhadas pelos seus cães de companhia, enquanto os elementos da campanha do partido, com bandeiras em punho, entregavam panfletos pela rua.
A cabeça de lista do partido à Assembleia Municipal de Évora, Ana Carina Dias, que liderou a iniciativa, disse à agência Lusa que a ampliação do canil municipal e a contratação de mais um veterinário para o município são duas das principais propostas do PAN. “Ainda há muitos animais abandonados em Évora e não têm assistência porque o canil está lotado”, afirmou a candidata.
O PAN pretende ainda construir na cidade de Évora um parque canino para que os donos de animais possam levar os seus cães e deixá-los soltos. “Há animais que nunca foram soltos”, destacou a candidata, que também destaca a necessidade de instalar bebedouros para animais junto da ecopista da cidade para evitar “colapsos de animais”, que já têm acontecido, sobretudo no verão, por desidratação.
Leiria. Bloco de Esquerda quer devolver o rio Lis à população
O candidato do Bloco de Esquerda (BE) à Câmara de Leiria, Andrzej Kowalski, alertou este domingo para a poluição no rio Lis e fez saber que quer devolver o rio às pessoas. Numa ação de campanha ambiental, com cartazes junto ao rio Lis a pedir a sua despoluição, Andrzej Kowalski disse à Lusa que pretende “alertar a população para o problema da poluição no rio Lis, que aparentemente todos sabem, mas muitos se esquecem”.
“É um problema muito mais amplo e profundo. Estamos a falar de ordenamento de território, do velho problema da ribeira dos Milagres. Estamos a falar de devolver o rio à cidade e às pessoas. O percurso polis é fantástico, mas não há dúvida nenhuma de que as pessoas não se aproximam do rio”, constatou o candidato independente do BE. Segundo o cabeça de lista, “uma das bandeiras” do BE é precisamente a do ambiente para “devolver ao território todo o potencial natural que o rio tem”.
Considerando que a ribeira dos Milagres é um dos locais “onde a poluição é mais grave e visível”, Andrzej Kowalski afirmou que existem “vários focos de poluição do rio que têm que ser, passo a passos controlados, regularizados e punidos se for preciso”. O candidato entendeu que se trata de uma “questão cultural e civilizacional”, pelo que “uma ação didática e pedagógica é capaz de dar mais um pouco de efeito do que uma multa”.
Defendendo que não se pode ter uma “visão paternalista” de que a Câmara resolve o problema, embora admita o “investimento público, porque o problema é público”, o cabeça de lista afirmou que não se deve “empurrar tudo para cima” dos suinicultores, considerando que “com toda a sociedade e população envolvidas” se encontrará uma solução, “que não é tão complicada quanto isso”. A solução passa pela “construção da famosa estação de tratamento” de efluentes suinícolas e também pela parte “educacional, civilizacional e cultural dos suinicultores”.
“Estamos a falar de um problema que se arrasta há 30 anos. Trata-se de uma geração. Isto quer dizer que alguns suinicultores que faziam parte do problema já se reformaram. Agora continuamos com o mesmo problema, que é um problema cultural e não só legal”, acrescentou. Andrzej Kowalski destacou ainda outras bandeiras do BE, nomeadamente a “requalificação completa da linha do Oeste e a criação de uma política e estratégia cultural, envolvendo todas as forças interessadas”.
Leiria. Candidato do PSD diz que há quem queira derrota do partido para prejudicar Passos
O candidato do PSD/MPT à Câmara de Leiria, Fernando Costa, lamentou hoje que haja quem prefira uma derrota do partido nas eleições autárquicas para ver Pedro Passos Coelho a perder. Durante um almoço de campanha, na freguesia de Marrazes, Leiria, Fernando Costa elogiou o presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, destacando a sua “seriedade” e “verticalidade”.
“Há quem prefira que percamos em Leiria, que se percam autarquias, só para ver se o derrotam a si. Essas pessoas não têm dignidade e não têm ética como dizia Sá Carneiro, porque os interesses pessoais estão em terceira ou quarta posição”, disse o cabeça de lista da coligação do PSD/MPT dirigindo-se a Passos Coelho que esteve presente no almoço.
Referindo que a causa nobre do PSD é “vencer as autárquicas”, Fernando Costa quer “acabar” com a “arrogância do Governo socialista demonstrada em Tancos com o roubo das armas” e com “a arrogância da proteção civil em Pedrógão [Grande]”. “Um político, um primeiro-ministro, um presidente de câmara tem de ser humilde, tem de ouvir em vez de ser ditador como é Raul Castro”, afirmou, dirigindo-se ao candidato do PS e atual presidente da Câmara de Leiria.
O candidato lamentou que não tenha sido possível fazer coligação com o CDS-PP, apesar da aprovação da concelhia e da distrital de Leiria dos partidos.
“Tivemos militantes do CDS a fazer campanha connosco na rua e a fazer o nosso programa e, depois de já estarmos na rua, veio uma ordem de [Assunção] Cristas e de Paulo Portas” a informar que “não pode haver coligação em Leiria, porque está lá um tal Fernando Costa, que disse um dia em público ao dr. Portas que se preocupasse antes com a corrupção dos submarinos e com a corrupção dos sobreiros do que com o caciquismo dos autarcas”, afirmou.
“Bastou isso para, passados dez anos, o dr. Paulo Portas nunca se ter esquecido”, acrescentou, revelando, contudo, que, se vencer as eleições “mesmo com maioria”, vai convidar “pessoas do CDS”, do BE e da CDU, porque “são autarcas muito mais competentes e esclarecidos do que Raul Castro”. Fernando Costa pediu ainda aos presidentes de junta para “não se vergarem ao presidente da câmara”, mas para serem “exigentes, firmes” e “defenderem as populações das freguesias”.
O candidato prometeu ainda que, nas primeiras reuniões enquanto presidente da Câmara de Leiria, irá “baixar o IMI [Imposto Municipal sobre Imóveis] para o mínimo, reduzir as taxas de estacionamento e de quem constrói uma casa”.
Oeiras. PNR admite intervir em bairros sociais para evitar transformação em guetos
O candidato à Câmara de Oeiras do Partido Nacional Renovador (PNR) admitiu este domingo a necessidade de intervir nos bairros sociais para evitar que se transformem em guetos, através de atividades que promovam a sua integração na sociedade. “Os bairros sociais estão a tornar-se em guetos, estão a ficar cada vez mais segregados da sociedade e isso é grave, socialmente tem que ser corrigido, tem de ser combatido através da integração desses bairros na sociedade”, afirmou à agência Lusa Pedro Perestrello.
O cabeça de lista à câmara pelo PNR falava numa ação de campanha na Feira de Rua, da urbanização de Nova Oeiras, onde distribuiu folhetos acompanhado por Alexandre Gama, candidato à assembleia municipal. “O acesso a transportes facilita essa integração, criar serviços de apoio da própria câmara nesses bairros é outro meio, desenvolver atividades de desporto nesses bairros, fomentar as associações que promovem atividades para os jovens nesses bairros são apostas que nós temos que fazer”, acrescentou o economista.
A comitiva do PNR foi brindada com “Venham mais Cinco” e “Grândola, Vila Morena”, de José Afonso, debitadas pelas colunas de som da feira que, entretanto, passou para temas de Gilberto Gil, Gianni Morandi ou Bob Dylan.
Após distribuir os folhetos, algumas vezes recusados com um “não voto aqui”, Pedro Perestrello reconheceu a dificuldade em fazer campanha, para um partido “que nunca recebeu um único euro do Estado”, na primeira vez que concorre ao município de Oeiras. “A recetividade tem vindo a aumentar. As pessoas começam a saber o que é o nacionalismo, começam a perceber que a figura de lobo mau que a comunicação social gosta muito de fazer de nós, de nos chamar extrema-direita, o que não é verdade, não corresponde à realidade”, salientou.
Oeiras. Isaltino espera ter maioria absoluta
Uma caravana com mais de 150 carros saiu este domingo da Serra de Carnaxide, em Oeiras, para apoiar o candidato independente Isaltino Morais que, à Lusa, mostrou-se certo com a vitória e com esperança numa maioria absoluta.
Ainda não eram 15h00 quando os carros, equipados com bandeiras, cartazes e balões, além dos caracterizados, foram formando uma fila em subida à Serra de Carnaxide. Em menos de uma hora, a fila era já quase de dois quilómetros, com mais de 150 carros. Isaltino Morais, o candidato independente do movimento Inovar Oeiras de Volta, seguiu na frente, preparado para acenar às pessoas, com o hino da sua campanha como banda sonora
“O significado da caravana, além da festa, da alegria e animação, traduz a adesão de pessoas que participam na campanha eleitoral. Não é por acaso que eu nem sequer falo nos milhões de investimento, nos projetos que se vão fazer, isso está no programa. Eu falo dos afetos, nas pessoas, no futuro e dos sonhos e as pessoas sabem que aquilo que eu prometo é para cumprir”, acrescentou. Convicto de que vai ganhar no próximo domingo, Isaltino Morais assume que a sua expectativa é outra.
“Aquilo que eu gostaria não é tanto o resultado da eleição, porque isso eu estou confiante, mas, sobretudo, era importante que as pessoas participassem neste ato eleitoral. Se conseguíssemos diminuir a abstenção para a ordem dos 45%, não tenho duvida que conseguiria maioria absoluta”, afirmou. Isaltino Morais, que esteve à frente da Câmara de Oeiras por mais de duas décadas e cujo mandato foi interrompido para cumprir pena de prisão, disse ainda “não ter tido outra escolha” se não a de regressar à política e ao concelho.
“Há algo que paga tudo que é o reconhecimento das pessoas. Para qualquer político, o melhor que pode acontecer é sentir o reconhecimento do seu trabalho e da dedicação a uma causa. Eu liderei o crescimento deste concelho, o perfil sociológico e ordenamento do território. Comigo, Oeiras dá um salto qualitativo novo”, sustentou. Isaltino afirmou-se, assim, “cheio de energia” e preparado para assumir a liderança do município “como se fosse a primeira vez”.
Odivelas. Jerónimo insiste na criação do passe intermodal na área metropolitana de Lisboa
O líder comunista recordou hoje que tanto PS como BE não acompanharam a proposta do PCP no parlamento de criação de um passe intermodal para todos os transportes coletivos da Grande Lisboa. “Dar mais força à CDU é sublinhar essa exigência na acção das autarquias locais. E é dar mais força à proposta que o PCP apresentou na Assembleia da República de criação do Passe Social Intermodal, para todas as carreiras, todos os operadores e para todos os concelhos da Área Metropolitana de Lisboa”, disse Jerónimo de Sousa, num comício autárquico da CDU, que junta PCP, “Os Verdes” e independentes, em Caneças, Odivelas.
O secretário-geral do PCP considerou tratar-se de uma “proposta de largo alcance económico e social, que abrangeria uma população de quase 900 mil pessoas, garantindo maior oferta, com menos custos e teria como consequência o aumento do número de passageiros, reduzindo a utilização do transporte individual”.
“Mas foi chumbada na Assembleia da República porque não foi apoiada nem por PS, nem pelo Bloco de Esquerda”, vincou, dirigindo-se à população das cinco freguesias de Odivelas, que “sabe o que custa o passe para se deslocarem no interior do concelho ou para Lisboa”.
“O problema da mobilidade e do direito ao transporte assume hoje, para centenas de milhares de pessoas da área metropolitana de Lisboa, uma expressão dramática. Falta de meios de transporte, degradação da qualidade, fiabilidade e segurança, aumento dos custos, redução da oferta são o efeito conjugado da privatização de parte significativa dos meios rodoviários de transporte e do abandono pelo Estado do Transporte Público”, descreveu.
Ao mesmo tempo, o secretário-geral do PCP lembrou a “violência da lei das rendas” do anterior Governo PSD/CDS-PP, da responsabilidade direta da atual líder democrata-cristã, defendendo o direito constitucional à habitação condigna.
“Bem podem PSD e CDS andar pelo país a prometer a terra do leite e do mel, que não se livram de terem a sua marca, e particularmente a marca de Assunção Cristas, nessa violência em que se tornou a lei das rendas, como o PCP oportunamente denunciou”, afirmou Jerónimo de Sousa, num.
O líder comunista referia-se às anteriores funções ministeriais desempenhadas pela presidente do CDS-PP e candidata à Câmara Municipal de Lisboa, Assunção Cristas, e à “existência de habitações precárias e degradadas”, considerando tratar-se de “uma realidade chocante no país e particularmente evidente nas áreas metropolitanas”, pois “sucessivos Governos têm lavado as mãos como Pilatos”.
“É necessário romper com a política de direita, que põe em causa o direito à habitação, e assegurar uma outra política, que responda aos direitos e aspirações das populações”, declarou, lembrando as alterações introduzidas à legislação do arrendamento com contribuições do PCP para “impedir os despejos forçados que têm atingido milhares de famílias”.
Segundo Jerónimo de Sousa, “dar mais força à CDU é exigir uma outra lei das rendas que assegure os direitos dos inquilinos e apoie a recuperação, que o PCP conseguiu, de um regime mais favorável de renda apoiada, permitindo, designadamente, às autarquias que tenham regulamentos próprios ainda mais favoráveis, como é o caso das autarquias CDU”.
Loulé. António Costa foi apoiar antigo colega de Governo
António Costa terminou a noite de sábado com um jantar-comício em Almancil, concelho de Loulé, para apoiar o candidato socialista à autarquia local, Vítor Aleixo, e o candidato à junta de freguesia de Almancil, Joaquim Pinto.
Depois de uma volta pelo Algarve, que começou e Portimão e passou por Lagos, Albufeira e Tavira, o secretário-geral do PS acabou a ronda a defender que a economia e as finanças devem estar “ao serviço das pessoas, ou seja, das portuguesas e dos portugueses”.
Costa preferiu passar pelos concelhos algarvios onde o PS espera resultados positivos (evitando, por isso, passar por Faro, a capital do distrito). Em Loulé, o secretário-geral do PS destacou no seu discurso o candidato à Assembleia Municipal, o antigo reitor da Universidade do Algarve, Adriano Pimpão.
“Honra-nos ter na lista um homem muito prestigiado não só em Loulé como em todo o país. Tive o privilégio de ser colega dele no Governo, tive o privilégio de o acompanhar enquanto reitor da Universidade do Algarve, e é sempre com muita atenção que ouvimos todos o professor Adriano Pimpão”, disse Costa. Adriano Pimpão foi secretário de Estado do Desenvolvimento Regional nos governos de António Guterres (em que Costa assumiu as pastas dos Assuntos Parlamentares e da Justiça).
O líder socialista destacou também as qualidades de Vítor Aleixo, o candidato à presidência da câmara. “É um grande orgulho para o Partido Socialista poder contar com autarcas como o Vítor Aleixo. É um homem que sabe combinar a capacidade de sonhar com a competência a gerir. Um autarca tem de ser capaz de imaginar a sua terra no futuro, mobilizar agentes da sua terra e organizar consensos necessários para construir o que é necessário na sua terra. Mas depois também é necessário saber gerir o dia-a-dia.”
Bragança. PDR diz que é “pecaminoso” haver falta de saneamento no concelho
O candidato do Partido Democrático Republicano (PDR) à Câmara de Bragança, Manuel Vitorino, considerou hoje “pecaminoso” haver falta de saneamento no concelho, quando o executivo social-democrata alega ter excedente financeiro. “Não pode haver um presidente de câmara que se vanglorie de ter dinheiro (dez milhões ou oito milhões de euros) quando, de facto, é pecaminoso haver falta de saneamento”, afirmou o candidato, que criticou também a falta de água em algumas aldeias.
Manuel Vitorino apontou que “a água, em grande parte das aldeias, é transportada em autotanques, em condições de salubridade adversas”, quando a barragem de Veiguinhas, construída recentemente para abastecimento público, está “completamente cheia”. “Nem sei como é que as populações não se revoltam contra esta arrogância”, referiu.
No final da primeira semana de campanha eleitoral, Manuel Vitorino, diz que o que forçou a sua candidatura foi “a inércia e o imobilismo” dos últimos anos de liderança do PSD e o que considerou a falta de oposição. “Porque, de facto, não houve oposição com os vereadores do PS. Parece mais um acordo de cavalheiros”, declarou.
O candidato do PDR propõe-se “estabelecer um diálogo permanente com o povo, através de uma caixa de recolha de sugestões”, e, da análise que fez, concluiu que “falta tudo: uma visão estratégica do território, um estudo de vocação regional”. “Falta uma feira regional onde os autarcas se unam para promoção dos nossos produtos, uma feira grande onde possamos dar a conhecer à Europa e ao Mundo os nossos produtos e não andar uns contra os outros, porque uns contra os outros não crescemos”, exemplificou.
A ausência de valências nos hospitais da região é outra das preocupações do candidato que quer dizer “às pessoas que a vida de um nordestino vale tanto como a vida de um portuense ou de um conimbricense ou de um lisboeta”. A mobilidade “é uma vergonha” no concelho de Bragança, na opinião do candidato que enumera a falta de soluções de transportes públicos: “nem para o centro de saúde, nem para o hipermercado, nem para visitar um amigo, as pessoas mais idosas estão forçadas a ficar em casa, é uma autêntica prisão”.
Já o candidato do Bloco de Esquerda, José Freire, defendeu a deslocalização urgente da estação de tratamento de esgotos (ETAR) de Bragança, considerando um erro a construção do equipamento junto ao castelo. “Estamos a dar uma imagem contrária àquilo que nós temos aqui, que é o ex-libris da cidade, é uma das zonas mais bonitas do país, os turistas continuam aqui, mas todos eles com a mão no nariz porque é um cheiro nauseabundo”, afirmou, durante uma ação de campanha.
Para o candidato do Bloco, “não é aceitável” a ETAR (Estação de Tratamentos de Águas Residuais) ter sido construída ao fundo das encostas do castelo de Bragança e, embora não saiba qual o preço, entende que “é necessário e urgente deslocalizar” este equipamento. “Esta zona tem que ser uma zona defendida a todo o custo. Temos aqui um parque de campismo (caravanismo) em cima que hoje, por acaso, está cheio de turistas e a passearem todos eles com os dedos no nariz. Não pode”, enfatizou.
Tecnicamente e monetariamente “é possível” mudar a ETAR de local, na opinião do candidato, que sustenta a convicção afirmando que “a própria Câmara diz que, neste momento, tem superavit (excedente financeiro) de milhões de euros”. “A Câmara forçosamente tem de encontrar uma solução para isto, o mais urgente possível”, reiterou, defendendo que a sua posição não surge apenas como “bandeira de campanha” e que “tem de ser um assunto transversal a todos os partidos e ao executivo municipal”.
A ETAR de Bragança foi construída e está a funcionar há, pelo menos, 15 anos. Para o candidato do BE, “todos constatam que foi um erro” e se há um erro tem de ser reparado. “Todos na vida vamos fazendo alguns erros que, mais tarde ou mais cedo, temos de reparar e este foi um erro, não vamos procurar qual é o responsável da localização aqui. A Câmara de Bragança sem dúvida que é responsável. Vamos encontrar uma solução por todos”, sustentou.
O candidato está confiante de que o Bloco “com toda a certeza” vai eleger “elementos para as estruturas” a que se candidata, sustentando essa expectativa com a “abertura por parte das pessoas”.
Funchal. Falta da CDU “não tem preço para as pessoas”
“No dia 1 de outubro o que vai estar em jogo é o dia 2 porque no dia 2 os problemas vão continuar na casa das pessoas.” As palavras são de Artur Andrade, candidato da CDU à presidência da Câmara Municipal do Funchal, que destaca que, no dia 2 de outubro, “a falta que pode fazer a CDU pode ser uma falta que não tem preço para as pessoas”.
Numa ação de campanha pelas ruas do Funchal, Andrade destacou que o voto que conta “é o na CDU” porque “é o voto que garante que os valores da esquerda estarão presentes na Câmara Municipal do Funchal e que as populações têm sempre alguém que não se cala, que propõe, que intervém e que estará, lado a lado, com as populações na luta pela resolução dos problemas”.
“O que está em jogo nas próximas eleições autárquicas não é se quem vai ganhar é Cafôfo ou Rubina, não é se os poderosos desta terra vão ter mais um ou menos um lugar nesta Câmara, o que está em jogo é se no dia 1 de Outubro, a voz do povo, a voz daqueles que sempre estiveram presentes, que sempre deram a cara, que sempre foram firmes a defender os interesses das populações, vão sair reforçados, se vão ter mais força para continuar esse caminho”, destacava, depois, numa publicação no Facebook referente à ação.
País. 30 câmaras aumentaram a dívida desde 2013
Há 30 câmaras municipais no país que, no último mandato, agravaram a sua dívida num total de 43 milhões de euros, apesar das limitações legislativas e dos programas de regularização implementados nos últimos quatro anos, escreve o Diário de Notícias. De acordo com as contas do jornal, neste último mandato houve 278 autarquias que conseguiram reduzir o passivo. No total, em 2016, as autarquias portuguesas deviam 5,1 mil milhões de euros, menos 1,5 mil milhões do que no final de 2013.
Contudo, houve um conjunto de autarquias que aumentaram o seu endividamento. Lamego foi o município que mais aumentou a sua dívida: aumentando de 29,5 milhões em 2013 para 39,8 milhões em 2016. Em primeiro lugar na lista das mais devedoras está Lamego (presidida por Francisco Lopes, eleito por PSD/CDS), seguida por Matosinhos, Vila do Porto, Vila Real de Santo António, Azambuja, Fafe, São João da Pesqueira, Caldas da Rainha, Caminha e Peso da Régua.
Já no que toca às autarquias que conseguiram reduzir a sua dívida, Lisboa lidera, conseguindo reduzir a dívida em 103,8 milhões de euros em relação a 2013, seguida de Sintra, Porto, Cascais, Funchal, Vila Nova de Gaia, Oeiras, Loulé, Setúbal e Loures.
Viseu. PAN quer criar provedor municipal dos animais
A candidata do partido Pessoas-Animais-Natureza (PAN) à Câmara de Viseu, Carolina Almeida, avançou este domingo que as suas propostas para o concelho incluem a criação de um regulamento e a figura do provedor municipal dos animais. “Temos muitas propostas para esta área, uma delas é a criação de um regulamento municipal que promova o bem-estar e a proteção animal, que regule estas questões, não só relacionadas com os animais de companhia, mas também todas as outras espécies, sejam animais selvagens ou de quinta”, sustentou.
Em declarações à Agência Lusa, a candidata do PAN, que preparou para a tarde de hoje uma ‘cãominhada’, sublinhou que o valor das coimas do não cumprimento desse regulamento reverterá para um fundo municipal, que será depois utilizado para a causa animal. “Queremos promover políticas de adoção, pois isso não existe em Viseu. Pretendemos criar uma plataforma de adoção, em conjunto com um hospital público veterinário, que terá uma valência de centro de recolha temporária, onde os animais fiquem temporariamente e depois sejam adotados”, referiu.
De acordo com Carolina Almeida, o hospital público veterinário será destinado a animais abandonados, mas poderá também servir os animais de pessoas que se encontrem numa situação de vulnerabilidade socioeconómica.
“Temos outras medidas que queremos implementar, uma delas é assegurar a proibição de qualquer espetáculo de entretenimento que inclua animais, estamos a falar de circos ou espetáculos de cariz tauromáquicos. Queremos proibir no concelho todo o tipo de espetáculos que incluam animais tendo como fim o divertimento dos humanos”, apontou. A candidata do PAN informou ainda que pretendem avaliar a necessidade de criar a figura do provedor municipal dos animais, que assegure o cumprimento do regulamento municipal.
“Será uma figura a trabalhar de forma autónoma, apartidária, apolítica, para garantir o bem-estar dos animais. Também gostaríamos de criar parques caninos, que deverão ser construídos em zonas de lazer ou espaços verdes, para os cães socializarem e exercitarem-se”, concluiu.
Líderes passam o dia de campanha de norte a sul do país
A exatamente oito dias das eleições, as campanhas eleitorais por todo o país contam com a presença dos líderes partidários, com o PS no Alentejo, PSD entre centro e norte, CDU e Bloco de Esquerda pela Área Metropolitana de Lisboa e o CDS em Alcobaça. António Costa já tinha prometido que, durante os fins de semana, iria ‘despir o fato’ de primeiro-ministro e dedicar o tempo livre à campanha para as autárquicas.
Na qualidade de secretário-geral do PS, o dia de António Costa fica este domingo marcado por um almoço em Beja, por uma ação durante a tarde em Évora, duas câmaras lideradas pela CDU — Beja desde 1976, Évora desde as últimas eleições (foi uma das grandes derrotas do PS em 2013) –, e por um jantar-comício em Portalegre.
Já Passos Coelho anda pelo distrito de Leiria, tradicionalmente social-democrata, e por Aveiro, começando o dia de campanha na cidade de Leiria para apoiar Fernando Costa (que tenta roubar a câmara ao socialista Raúl Castro) e subindo depois a Espinho para apoiar o recandidato Joaquim Pinto Moreira.
A coordenadora nacional do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, ficou pela zona da Grande de Lisboa: primeiro, para o tradicional almoço de campanha em Lisboa, onde o partido estabeleceu como objetivo nestas eleições eleger um vereador, Ricardo Robles, e depois para um comício em Sacavém (município de Loures).
Assunção Cristas, que acumula as funções de candidata à Câmara de Lisboa com as de líder do CDS, tem saído pouco de Lisboa. Este domingo é uma das poucas exceções, com um almoço em Alcobaça.
Já o secretário-geral do PCP também escolheu a região da Grande Lisboa para fazer campanha, com um almoço na Azambuja, um comício em Caneças (Odivelas) e depois uma passagem por Alverca (Vila Franca de Xira).
Com Agência Lusa