Mudam-se os verões, mudam-se os cartazes dos festivais e reinventam-se novos jogos para nos entreter na praia, numa casa de férias ou mesmo à entrada de uma tenda.
Certo e sabido é que longe vão os tempos em que jogar ao “Peixinho” fazia parte dos planos de uma tarde sem fim, e com mais ou menos regras, já todos tivemos (ou deveríamos ter tido) uma noite de verão a jogar “Preferias”, “Eu Nunca” ou “Felizmente, Infelizmente”. Da mesma forma que todos temos aquele amigo que acaba a ver o regulamento do jogo no Wikihow só para poder dizer que ele é que tem razão.
“Eu nunca fiz batota” dirão os mais púdicos. Contudo, o mais importante é não esquecer o objetivo final de todos estes jogos: estar entre amigos e divertirmo-nos a refrescar as tardes quentes com garrafas fresquinhas de Fanta Laranja e playlists de música a rolar na coluna bluetooth de alguém.
Mas vamos à pergunta central: quando a aldeia está toda acordada, qual é o teu “Preferias” preferido: “Eu Nunca”? “Ring of Fire”? Ou é mais um “Time’s up” misturado com um “Quem Sou Eu?” e um “Felizmente, Infelizmente”?
Para ajudar a escolher o jogo perfeito para cada ocasião deste verão, criámos o G.F.J.V. – Guia FANTÁstico de Jogos de Verão – acompanhado por uma Fanta Laranja com gelo para refrescar as ideias.
1 - A ALDEIA ADORMECE
A “Aldeia Adormece” é um jogo de mistério perfeito para jogar entre amigos ou família e que dá para 8 a 25 pessoas, desde que se tenha um baralho de cartas.
No início, distribuem-se várias cartas, em que cada uma representa um tipo de personagem: podemos ser um Lobo, Aldeão ou Vidente. (Ou até inventar outras personagens).
Se me calhou a carta do Lobo, o meu objetivo é eliminar os restantes jogadores antes que a minha identidade seja revelada. Os Aldeões têm de descobrir quem é o Lobo escondido entre si, e desvendá-lo antes que seja tarde demais. No meio, existe o Narrador, que vê tudo o que se passa e vai “orientando” a aldeia no jogo, narrando quando é que a aldeia adormece para permitir ao Lobo “matar” e à Vidente ver a carta de alguém, uma vez por ronda.
Sempre que a aldeia acorda, o Narrador inventa uma história contando o que se passou: “A Aldeia adormece, e além de ter desaparecido uma garrafa de Fanta Laranja do frigorífico, o João foi comido por um Lobo, por isso já não está entre nós.”
Ao longo das várias rondas, é sempre surpreendente explorar o poder de argumentação das personagens que discutem quem é que é Lobo, Aldeão ou Vidente, etc.
Nota Importante: se estiverem com sono, não joguem este jogo sob o risco de adormecerem mesmo a aldeia.
2 – TIME’S UP
Para começar, todas as pessoas devem escrever 2 ou 3 papéis com nomes de personalidades ou personagens conhecidas e colocar tudo num saco ou num chapéu sem verem.
Depois, o jogo divide-se em 3 fases, sempre com o mesmo objetivo: descobrir os nomes que estão nesses papéis.
Para preparar o jogo, devem criar-se 2 equipas com 2 a 6 pessoas para competirem entre si, e baralhar os papéis no saco.
O jogo começa com uma das equipas a tentar adivinhar, em que um dos elementos é o “locutor” e os restantes têm de interpretar acertadamente para dar pontos à equipa, em rondas de 30 segundos até o “time’s up”.
Na primeira fase, podemos descrever a personagem sem dizer o nome da personagem diretamente. Por exemplo, se o nome da personagem fosse Fanta Laranja, poderia dizer “irresistível”, “inacreditável”, “refrescante”, ou simplesmente “o nosso refrigerante”.
Nas fases seguintes, repete-se tudo, mas com regras diferentes:
Na segunda fase, podemos usar apenas uma palavra.
Na terceira fase, só podemos recorrer à mímica.
Há quem às vezes jogue com uma quarta fase em que só se pode jogar com sons.
3 – FELIZMENTE, INFELIZMENTE
Uma das coisas mais irresistíveis no “Felizmente, Infelizmente” é que pode ser jogado em qualquer lugar com o número de pessoas que quisermos sem ter grande preparação. No fundo, é um jogo de improvisação verbal em que cada jogador acrescenta a parte improvisada de uma história que ora começa por Felizmente ou por Infelizmente.
O primeiro jogador começa a história com uma frase que começa com “Felizmente” e diz algo feliz. Por exemplo, “Felizmente, há Fanta no frigorífico”.
O próximo jogador começa por Infelizmente: “Infelizmente, um de nós já a bebeu toda.”
E continua até quererem: “Felizmente, havia outra escondida mais ao fundo.”
4 – PREFERIAS
Uma das coisas mais incríveis deste jogo é a entoação especial que muitas vezes se dá ao dizer a palavra “preferias” no início da pergunta.
Os mais fanáticos deste jogo provavelmente vão lembrar-se de um famoso podcast criado em 2015 e protagonizado por Bruno Nogueira, Nuno Markl, Felipe Melo e um convidado, habitualmente.
Jogar ao “Preferias” tem um sabor especial quando temos amigos com uma mente criativa e com um sentido de humor bastante apurado.
O jogador que inicia faz uma pergunta que começa com “Preferias”, com duas opções.
Por exemplo, “Preferias ter uma garrafa de Fanta Laranja só para ti mas os dois braços engessados ao ponto de teres de esperar sempre 10 minutos por alguém para te abrir a garrafa ou… teres uma garrafa de Fanta Laranja fresquinha mas que tens obrigatoriamente de partilhar com 6 amigos?”
Cada jogador, incluindo quem propuser o desafio deve escolher uma das opções e explicar a escolha.
Quando se terminar essa ronda, passa para o próximo jogador e é feita uma nova pergunta.
5 – EU NUNCA
Provavelmente um dos jogos mais fáceis de jogar, especialmente porque é acompanhado de copos fresquinhos do que quisermos (Fanta Laranja será uma excelente escolha, não acham?)
No fundo, há um jogador que começa a ronda e diz uma frase começada por “Eu Nunca”, como por exemplo: “Eu nunca bebi a Fanta de um amigo sem ele estar a ver.”
Quem já tiver feito essa ação, tem de beber. Quem estiver de acordo com a frase, não bebe. E o jogo avança desafiando os diferentes “Eu nunca” de cada um.
6 – QUEM SOU EU?
Este jogo é tão famoso que até os atores da série portuguesa “Rabo de Peixe” jogaram numa entrevista.
No fundo, “Quem sou eu?” é aquele famoso jogo em que se escreve num post-it o nome de uma celebridade, personagem real ou fictícia, e passa-se para o lado para o nosso amigo colocar na testa.
A partir daí, o objetivo é cada um acertar na personagem que tem na testa com perguntas em que a resposta é exclusivamente Sim ou Não.
É fácil de jogar? Sim. Dá para jogar em casa? Sim. Usa Post-Its? Sim.
7 – RING OF FIRE
O nome até pode parecer assustador, mas o resultado é sempre divertido.
Para jogar “Ring of Fire” é preciso uma Fanta Laranja no meio da mesa e um baralho de cartas viradas para baixo, à volta da garrafa.
Cada carta tem uma regra associada. Essas regras podem ser inventadas pelo grupo de amigos ou podem pesquisar regras já existentes.
O primeiro jogador vira uma carta e segue uma regra associada a ela, como “todos os jogadores bebem um copo de Fanta com o dedo no nariz”. O jogo continua no sentido do relógio e cada jogador vira uma carta para seguir a regra.
O jogo continua até que todas as cartas tenham sido viradas.
Seja qual for a escolha, o que é garantido é que estes jogos têm vindo a atravessar gerações sem fim, renascendo e revivendo como todas as modas e tendências, mas mantendo sempre o mesmo ADN tão fresco como um copo cheio de gelo e Fanta Laranja num anúncio de televisão.
E agora que já dominam estes 7 jogos do Guia FANTÁstico de Jogos de Verão, está na altura de dominarem também algumas batotas e truques especiais para fazerem a vossa magia renascer como uma fénix e beberem toda a Fanta que quiserem.