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Deve o dia no escritório acabar mais cedo e a semana ser mais curta?
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Deve o dia no escritório acabar mais cedo e a semana ser mais curta?

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Fim de semana de três dias. Prós e contras de uma utopia

Menos horas de trabalho podem traduzir-se em produtividade, saúde e menos poluição. Deve o dia no escritório acabar mais cedo e a semana ser mais curta? Ou é esta uma conversa de loucos e sonhadores?

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(texto originalmente publicado em setembro de 2016)

Um fim de semana de três dias ou, por outras palavras, uma semana onde apenas se trabalha quatro. A ideia que mais parece uma utopia está a circular na imprensa internacional — do espanhol El País ao britânico The Independent — depois de Alex Williams, professor de sociologia na Universidade de Londres, ter defendido que esta era uma medida capaz de beneficiar o ambiente e, em última análise, todos nós.

Primeira-ministra da Finlândia falou em semana de trabalho de quatro dias. Mas não há planos

Relacionar a redução de carga horária com a diminuição da poluição não é propriamente um assunto novo e prova disso é o facto de Williams recordar um estudo de 2006 assinado por dois economistas norte-americanos, David Rosnick e Mark Weisbrot. À data, a dupla comparou as realidades norte-americanas e europeia para argumentar que se os americanos aplicassem os horários de trabalho em vigor na Europa, poderia haver uma redução de consumo energético na ordem dos 20%, o que se repercutiria ao nível das emissões de gases. A base da teoria assenta no facto de, com menos um dia de trabalho, existirem menos deslocações de casa para o escritório e vice-versa, além de os escritórios reduzirem gastos em luz, ar condicionado e afins.

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Importa realçar que o estudo datado de 2006 olha para os países europeus como um modelo a seguir, tendo em conta as horas de trabalho anuais. Certo que em 2003 a média anual europeia — considerando apenas 15 países; Áustria, Bélgica, Dinamarca, Finlândia, França, Alemanha, Grécia, Irlanda, Itália, Luxemburgo, Holanda, Portugal, Espanha, Suécia e Reino Unido — era de 1.562 horas por colaborador, por oposição às 1.817 horas em solo norte-americano; já então Portugal não ficava muito atrás, ao somar 1.702 horas por trabalhador. Dez anos depois, a realidade altera-se: segundo os dados da OCDE, em 2015 o colaborador norte-americano trabalhou uma média de 1.790 horas, enquanto o português picou o ponto de 1.868 horas.

Dez anos depois de o estudo dos economistas norte-americanos ter sido publicado, os seus autores continuam a defender o mesmo. Ao Observador, David Rosnick diz não argumentar especificamente a favor do fim de semana prolongado e apresenta soluções como dias de trabalho mais curtos ou férias mais longas: “Não tenho preferência por menos horas no dia, por menos dias na semana ou por menos semanas no ano, mas provavelmente é mais eficiente cortar dias ou semanas do que horas. Assim, as pessoas poupam tempo e energia no transporte de e para o trabalho.”

iStockphoto/Pinkypills

Do Utah a Mafra: estudos de casos (bem) reais

Esta é uma discussão que já produziu resultados. O estado norte-americano do Utah, por exemplo, redefiniu a semana de trabalho em 2007 para a função pública — aumentou a carga horária de segunda a quinta de maneira a eliminar de vez a sexta-feira. Nos primeiros dez meses a medida poupou 1,6 milhões de euros em consumo energético e, segundo se estimou, mais de 12 mil toneladas de dióxido de carbono por ano. A medida acabaria por ser abandonada em 2011, depois de a população se queixar de que às sextas-feiras não conseguia aceder aos serviços públicos.

Da Suécia vêm notícias semelhantes, uma vez que o país começou um ensaio com jornadas laborais de seis horas em fevereiro de 2015. Mais recentemente, o britânico The Independent dava conta de algumas empresas suecas estarem a implementar uma carga horária idêntica de modo a aumentar a produtividade e deixar os colaboradores mais felizes. Nem de propósito, a filial da Toyota em Gotemburgo, a segunda maior cidade no país, fez essa mudança há mais de 10 anos, com turnos horários de seis horas, salário completo e períodos de descanso mais curtos. E não tenciona voltar atrás.

“A diminuição do trabalho em si mesmo é uma velha utopia e algo que era possível nos dias de hoje. Mas só seria possível através da redistribuição da riqueza e do trabalho, ao mesmo tempo que se obteria uma menor pressão destrutiva do ambiente."
José Reis, professor catedrático da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra

Mas não é preciso ir tão longe: estava o ano de 2009 a começar quando a Câmara Municipal de Mafra implementou uma medida semelhante, encerrando à sexta-feira todos os serviços a funcionar no edifício dos Paços de Concelho. À data isso significou o alargamento do horário de funcionamento dos departamentos administrativos e do atendimento ao público de segunda a quinta-feira, de maneira a que fossem cumpridas as 35 horas de trabalho semanal (as quais foram interrompidas no Governo de Passos Coelho e repostas com António Costa). A flexibilidade de horário permitiu vantagens económicas e sociais, segundo chegou a relatar o Público, uma vez que era dado um dia útil livre aos funcionários, além de permitir poupanças (não só mas também) ao nível da água e da luz.

Para José Reis, professor catedrático da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, da qual foi diretor entre 2009 e 2016, esta é uma ideia “que arrepia o economista mais tradicional”. E explica porque até poderia funcionar: “A diminuição do trabalho em si mesmo é uma velha utopia e algo que era possível nos dias de hoje. Mas só seria possível através da redistribuição da riqueza e do trabalho, ao mesmo tempo que se obteria uma menor pressão destrutiva do ambiente. Isto é possível e até desejável. O problema do mundo hoje não é a criação de riqueza, tal como não é de capital. É uma questão de justiça social e ambiental. Mas ninguém nos dá esse comando porque há um problema de poder.”

José Reis afirma que o encurtamento da carga horária só faria sentido num quadro em que as principais injustiças sociais estivessem resolvidas. David Rosnick concorda, admitindo que trabalhar menos é uma realidade que anda de mãos dadas com o desenvolvimento económico e social: “Não esperaria que trabalhadores no limiar da pobreza vissem valor na redução de horários a não ser que as suas necessidades pudessem ser satisfeitas de outra forma.” Diz ainda o economista norte-americano que esta deveria ser encarada como uma ideia aspiracional.

iStockphoto/Fastrum

O que dizem os ambientalistas portugueses?

“Partindo do princípio que isso é possível, é provável que haja poupança de energia”, atira João Branco da Quercus, argumentando que ao passar de cinco para quatro dias poderia haver menos transportes públicos (menos carreiras de autocarros, por exemplo) e menos automóveis nos centros urbanos. “Seria uma quantidade brutal a menos de pessoas que se deslocam para o trabalho. A nível nacional é muito vulgar as pessoas trabalharem a 50 quilómetros de onde vivem”, afirma.

No entanto, João Branco salienta que o ganho em questão não é líquido, uma vez que seria pouco provável que as pessoas passassem o dia extra de lazer em casa, sem gastar qualquer energia. Fala, pois, numa transferência de consumo de energia, do local de trabalho para a área de residência, não que isso o demova da ideia inicial: “Estou convencido de que, de qualquer maneira, o saldo seria sempre positivo.” E quando questionado sobre a comparação da realidade norte-americana com a portuguesa, responde que as coisas são proporcionais. “É claro que os EUA são 100 vezes maiores, mas não me parece que a escala do país seja importante.”

Francisco Ferreira, presidente da associação ambientalista Zero, não é da mesma opinião e salienta que no caso de Portugal os benefícios não seriam tão significativos como aqueles anunciados no estudo de 2006 devido, precisamente, à escala do país. “Do ponto de vista ambiental são benefícios curtos [se considerarmos cidades como Lisboa ou Porto] quando comparados com os de Paris ou Los Angeles. Em Portugal acho que os ganhos poderão acontecer num ou outro caso mais específico”, afirma, lembrando que há outras opções em cima da mesa, como trabalhar a partir de casa ou ter escritórios de proximidade que encurtem a distância trabalho-casa.

iStockphoto/Poike

Trabalho a menos, saúde a mais?

No ano passado, por esta altura, o site Science of Us dedicava um artigo aos benefícios de uma semana de trabalho mais curta, puxando da cartola um mega estudo publicado na revista médica The Lancet: à semelhança do que muitos de nós já suspeitavam, longos horários de trabalho aumentam o risco de ataques cardíacos e tromboses.

O certo é que há medida que se foi construindo uma noção de carreira, as horas de trabalho foram-se acumulado, e aos crescentes compromissos financeiros somou-se a necessidade de uma pessoa se afirmar profissionalmente, tal como garante a psicóloga clínica Alexandra Rosa. Mais horas a trabalhar implica descontar tempo à vida pessoal e familiar, o que nem sempre é encarado como uma feliz solução. Aliás, segundo um estudo de 2012, o maior arrependimento dos pais é passar muito tempo a trabalhar nos primeiros anos de vida dos filhos.

"[Pais stressados] são pais que estão zangados, irritados, cujo pensamento circula à volta de situações laborais, que são pouco tolerantes. No fundo, é um pai e uma mãe que espera que nada o chateie, que facilmente grita e perde a paciência, que não está disponível para ouvir a criança."
Alexandra Rosa, psicóloga clínica

O trabalho intenso está muitas vezes associado às questões do stress laboral que, preto no branco, é fácil transportar do escritório para o seio familiar. Com a irritabilidade associada a esta condição, os desentendimentos tornam-se mais fáceis. “O stress não será causa direta de separações, mas poderá contribuir e disso não tenho dúvidas”, refere a psicóloga, lembrando que quando um membro de um casal não está bem criam-se problemas de comunicação. Mas o stress também ataca pais e mães, que por norma ficam menos disponíveis para os filhos. “São pais que estão zangados, irritados, cujo pensamento circula à volta de situações laborais, que são pouco tolerantes. No fundo, é um pai e uma mãe que espera que nada o chateie, que facilmente grita e perde a paciência, que não está disponível para ouvir a criança”, continua.

Stress: sinais de alerta

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Segundo um artigo publicado em 2014 no Observador, os sinais de alerta associados ao stress são muitos e variados:

  • alterações emocionais (ansiedade, cansaço, mau relacionamento com os colegas);
  • problemas cognitivos (dificuldades de concentração e em tomar decisões);
  • mudanças de comportamento (não cumprir horários, desleixo e agressividade);
  • doenças psíquicas e mentais (faltas mais frequentes ao trabalho).

O stress é o segundo problema de saúde relacionado com o trabalho mais notificado na Europa depois dos distúrbios músculo-esqueléticos, garante a Agência Europeia para a Segurança e Saúde no Trabalho. Em Portugal não há muitos estudos sobre o assunto, mas Samuel Antunes, vice-presidente da Ordem dos Psicólogos Portugueses (OPP), assegura que a crise económica e a consequente instabilidade no emprego são fatores potenciadores de stress.

Como já antes se escreveu no Observador, o stress pode ter consequências psicológicas e até físicas: desde irritabilidade e dores musculares a problemas cardíacos ou úlceras, mas também estados depressivos e crises de ansiedade. “Somos dos países da Europa com mais perturbações psiquiátricas, perturbações que estão muito associadas ao presentismo e ao absentismo e, de uma forma global, ao stress laboral”, continua.

Presentismo. Eis o conceito que se aplica cada vez mais nas empresas e organizações cujos chefes e gestores adoram e promovem especialmente os funcionários que passam demasiadas horas no trabalho. De tal maneira os veneram que chegam a dar-lhes prémios que vão de bónus expressivos a promoções impressivas, muitas vezes sem cuidarem de saber se esse mesmo presentismo equivale a mais eficácia, melhores resultados e a um verdadeiro valor acrescentado na organização.

Opinião de Laurinda Alves no Observador

“Muitas vezes um indicador de desmotivação no local de trabalho são os atrasos, mas também o absentismo e presentismo”, explicou recentemente ao Observador a psicóloga Filipa Jardim da Silva. Mas o que se entende, então, por presentismo? “É um fenómeno que nos últimos anos tem feito muitas empresas perder dinheiro. É quando uma pessoa está lá fisicamente, a cumprir mais ou menos o seu horário, mas está distraída, emocionalmente não está bem”, continua. Nem de propósito, em 2014 a OPP divulgou um documento que revelou que o stress no trabalho traduz-se em custos avolumados para empresas e pessoas, salientando que relativamente às empresas portuguesas os gastos andarão na ordem dos 300 milhões de euros, sendo que as áreas mais afetadas são a Saúde e a Educação. Samuel Antunes garante que, volvidos dois anos, os números continuam atuais e teme até que tenham aumentado.

Mas foquemo-nos no presentismo (ou presenteísmo), que está associado a problemas físicos e psicológicos que podem variar muito e não são iguais para todas as pessoas. Falamos de uma maior apatia e irritabilidade, mas também de isolamento, fadiga constante e uma certa ansiedade relacionada com a incapacidade de se fazer bem o trabalho. Pode ainda trazer insónias e mais intolerância no que às relações diz respeito, sejam conjugais, parentais ou apenas entre amigos. E nos casos mais extremos há o risco de suicídio, explica o vice-presidente da OPP, que dá como exemplo a onda de suicídios entre 2008 e 2009 na France Telecom — nesse período de tempo mais de 30 colaboradores perderam a vida e em causa podem ter estado as exigências de trabalho que, entre outros aspetos, incluía performances irrealistas.

“Muitas pessoas que sofrem de presentismo deviam estar de baixa mas não o fazem porque em Portugal isso implica uma redução do salário, então continuam no trabalho mas não conseguem produzir. Neste momento, o sistema de baixas vai gerando reduções no salário à medida que o tempo vai avançando”, diz Samuel Antunes. Ainda segundo o documento divulgado em 2014 pela Ordem dos Psicólogos Portugueses, no âmbito da campanha internacional Healthy Workplaces Manage Stress, os trabalhadores da União Europeia atribuem o stress no local de trabalho a três principais razões: reorganização do trabalho ou precariedade profissional (72%), carga de trabalho excessiva (66%) e comportamentos inaceitáveis como intimidação ou o assédio (59%).

Does your establishment have an action plan to prevent work-related stress? (1) Yes (2) No (9) No answer Question asked to those establishments with 20 employees or more.The European map visualisation illustrates in a map the values of the answers per country.

A solução, diz Samuel Antunes, não passa necessariamente pela redução da carga horária, mas antes pelo nível de satisfação no local de trabalho — equação que depende fortemente das condições de trabalho que devem passar por lideranças saudáveis que promovam saúde e não doença, um maior equilíbrio entre a vida profissional e pessoal, controlo dos níveis de stress e a existência de psicólogos nas empresas, uma vez que a estas compete, tal como nos países nórdicos, avaliar os colaboradores que estão em risco. Em Portugal, apenas 20% das empresas têm planos de ação para prevenirem o stress laboral, um número que ascende aos 52% na realidade sueca.

Mas há mais números: um estudo de 2013 indica que anualmente a Europa tem custos no valor de 617 mil milhões de euros a propósito da depressão resultante do trabalho. O número total tem em conta o custo para os colaboradores que “praticam” absentismo ou presentismo (272 mil milhões de euros), perda de produtividade (242 mil milhões de euros), cuidados de saúde (63 mil milhões de euros) e custos relacionados com assistência social na forma de pensões de invalidez.

“Não tenho preferência por menos horas no dia, por menos dias na semana ou por menos semanas no ano, mas provavelmente é mais eficiente cortar dias ou semanas do que horas. Assim, as pessoas poupam tempo e energia no transporte de e para o trabalho.”
David Rosnick, economista norte-americano

Uma questão de produtividade

Em junho deste ano o Observador conversou com Rolf Schroemgens, fundador da Trivago, que fez uso da palavra para desconstruir a noção de que horas a mais no trabalho é um indicador de produtividade: “Acredito muito na ideia de que o tempo [de trabalho] não é uma medida importante para calcular a produtividade [dos trabalhadores]. E devíamos livrar-nos da ideia de fazer do tempo [de trabalho] um indicador da produtividade. Para mim, isso é um completo absurdo.”

Schroemgens não é o único a pensar assim. É que passar mais horas no trabalho pode ser prejudicial para o colaborador mas também para a empresa, tal como defende este artigo da Harvard Business Review, que cita vários estudos, incluindo um da Universidade de Boston com conclusões interessantes. Acontece que os gestores consultados para o efeito da pesquisa eram incapazes de diferenciar os trabalhadores que realmente trabalhavam 80 horas por semana dos que fingiam trabalhar. E embora penalizassem aqueles que eram mais transparentes quanto ao facto de trabalharem menos, os autores do estudo não conseguiram encontrar qualquer evidência de que os colaboradores que passavam mais tempo no escritório tivessem mais resultados, e vice-versa.

“Acredito muito na ideia de que o tempo [de trabalho] não é uma medida importante para calcular a produtividade [dos trabalhadores]. E devíamos livrar-nos da ideia de fazer do tempo [de trabalho] um indicador da produtividade. Para mim, isso é um completo absurdo.”
Rolf Schroemgens, fundador da Trivago

O tema de debate não é novo e tampouco vai ficar por aqui. Seja disso exemplo o artigo do The Guardian publicado no final de 2015 e que dava conta, também, que uma semana mais curta de trabalho era capaz de melhorar a saúde física e mental, diminuir a poluição ambiental e aumentar a produtividade — “Entre os países mais ricos do mundo, os níveis mais altos de produtividade correlacionam-se com menos horas de trabalho.”

O remate, esse, fica a cargo de David Rosnick: “Será que dois agricultores vão ser mais produtivos em seis horas, com outras 18 para descansar, ou em 12 horas, com apenas 12 para descansar? Os corpos (e as mentes) precisam de tempo para recuperar de dia para dia, de semana para semana e de ano para ano. Saúde e felicidade são importantes para a produção. Quer que a pessoa a pilotar o seu avião esteja mais fisica e mentalmente exausta, talvez até depressiva? Quão produtivo vai ser aquele operário quando acontecer um acidente? A atenção é apenas possível por determinado tempo”.

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