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A escritora Luísa Costa Gomes, bem conhecida contista, romancista, dramaturga e cronista, em entrevista ao Observador na sua própria casa, pouco tempo depois de ter revelado a sua faceta de pintora na exposição “Atrás da Mão”, em Lisboa. 3 de Dezembro de 2021, Costa da Caparica TOMÁS SILVA/OBSERVADOR
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"Os sinais são contraditórios. Vejo mulheres muito trabalhadoras, muito independentes e fortes, mas com os mesmos sonhos das mulheres dos anos 50. Com os sonhos de amor romântico, com o sonhos de terem filhos maravilhosos, os sonhos de terem tudo, o marido e o amante e o amigo"

TOMÁS SILVA/OBSERVADOR

"Os sinais são contraditórios. Vejo mulheres muito trabalhadoras, muito independentes e fortes, mas com os mesmos sonhos das mulheres dos anos 50. Com os sonhos de amor romântico, com o sonhos de terem filhos maravilhosos, os sonhos de terem tudo, o marido e o amante e o amigo"

TOMÁS SILVA/OBSERVADOR

Luísa Costa Gomes. "A ideia de que cada um tem os seus sentimentos e pode escrever umas coisas é venenosa"

Cumpre 40 anos de vida literária, ao mesmo tempo que expõe pintura pela primeira vez. Em entrevista, Luísa Costa Gomes fala de preconceitos, preguiça intelectual, educação e os caminhos do feminismo.

Assina contos e romances, dramaturgias, peças de teatro e traduções. É editora e é pintora. Descobriu a mão para as artes visuais ainda miúda, tal como descobriu a mão para a escrita. Porém, deixou que a pintura lhe chamasse profissional só agora que a pandemia lhe deu espaço e isolamento suficientes. Luísa Costa Gomes assiná-la 40 anos de vida literária ao mesmo tempo que expõe pela primeira vez. A exposição é na Fábrica de Braço de Prata e pode ser vista até dia 31. Os livros estão por aí a “Afastar-se” em qualquer livraria.

Qual é o papel da arte hoje, num mundo tão acelerado?
A arte tem imensos papéis. Tem um papel importante de construção da identidade. Depois, há o mundo da arte industrial, em que as coisas valem e os bancos compram. Esse eu não sei como funciona. Falo do que é a arte na comunidade humana. É partilha de experiências. O conhecimento, a representação e a recriação da beleza do mundo, uma atividade da qual nos esquecemos, quando estamos nessa condição. É uma forma de contemplação. Pintar é uma forma de pensar, de meditar, uma coisa até bastante religiosa, do ponto de vista da experiência e do processo de criação.

Tem um processo criativo semelhante ao da escrita, ou não?
Considerando que as especificidades são as especificidades de cada uma das atividades, o processo é capaz de ter muitas semelhanças. Este é o processo de criação, em que as coisas se revelam, e se revelam a mim, mas não quer dizer que seja eu que as programe. Não vou fazer um quadro, ponho as cores e ele vai surgindo. Isso é um processo absolutamente fascinante. A maneira como, no quadro, a mão vai procurando um sentido, uma figuração. Há um traço que constrói a figura e um traço que a destrói. Um traço que procura fazer com que a figura sobressaia do fundo e outro traço que a confunde.

Funciona um pouco como no seu processo de escrita, a mudança, a metamorfose.
Sim. Tem os diferentes ambientes. Considero que nos livros existem diversos ecossistemas, que têm o seu tempo, a sua maneira de viver, e ou dão lugar a outros, evoluem. Na pintura há muito, como na minha escrita, o culto do fragmento, não necessariamente com fios condutores ou algum sentido muito dominante.

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"Afastar-se", o mais recente livro de Luísa Costa Gomes, publicado pela Dom Quixote

A pintura também fala. É uma linguagem com as suas regras?
Tem as suas regras, sim. É isso o mais interessante no processo, descobrir quais são essas regras. Sabemos que há o constrangimento do meio que estamos a usar, neste caso é o pastel de óleo, o do formato que estamos a utilizar, mas depois a liberdade até da evolução daquilo que vai surgindo é sempre misteriosa.

Já dominava a técnica da pintura?
Não domino técnica nenhuma. Acho que é muito mais a técnica que me domina a mim do que o contrário. Sempre pintei desde muito miúda. Fiz uma pequena mostra para amigos no ano 2000. Tenho episódios em que estou um ano a pintar. Tinha um grande problema com o amadorismo. Acho que atingia muito rapidamente o meu nível de incompetência, o que era desesperante para mim. Sempre tive um problema terrível com o que é amadorístico, ou seja, com aquilo que não é profissional ou que não é feito com a total disponibilidade de espírito que qualquer arte em particular merece. Pintar e depois escrever e vice versa parecia-me uma coisa de uma ligeireza que nada tinha a ver com a minha maneira de me ligar ao trabalho. Só que, desta vez, o trabalho da pintura apareceu, e aparecendo esse trabalho a questão do amadorismo já não se me põe, porque o meu empenhamento é total.

Isto acontece nos 40 anos da sua vida literária. Foi uma comemoração pessoal?
Não. Eu não comemoro. Tem a ver com o facto de, durante a pandemia, eu ter feito uma paragem e ter feito uma editora minha, para editar as coisas que não tinham interesse comercial para as outras editoras.

A editora O Único e a sua Propriedade.
Exatamente. Ela edita o teatro, as dramaturgias, os versos, as traduções, etc. E reparei que havia muita coisa que pode ser útil para as outras pessoas. No caso do teatro, por exemplo, para as companhias de teatro que não estão todas em Lisboa e no Porto e podem ter acesso às peças porque elas estão em print-on-demand e estão em e-book também. Fazendo isso, fazia de cada edição uma edição pequena de dez exemplares e era eu quem pintava as capas. E, a partir desse ímpeto de pintar coisas muito particulares, não sei porquê, nem como, a coisa foi-se espraiando, foi-se enquistando e foi-se tornando mais importante para mim.

"O que imaginávamos que era literatura hoje já não é bem a mesma coisa. Aquilo que, geracionalmente, para nós era a literatura e que foi a nossa formação literária e à qual voltamos recorrentemente é o modelo, mas quando à questão "qual é o seu escritor preferido" nos respondem Dan Brown, percebemos que alguma coisa mudou."

Uma importância a par dessa necessidade de pôr cá fora e editar?
Sim. Era dar acesso, por um lado, e fazer arquivo, por outro. Normalmente, trabalho tanto que não me lembro já do que fiz o ano passado e fico sempre muito espantada quando percebo que fiz cinco dramaturgias e não sei quantas traduções, que são, às vezes, importantes para as pessoas que querem fazer as peças. As coisas da [Gertrude] Stein estão editadas e vão ser editadas por quem de direito, mas há outras dramaturgias que fiz, por exemplo, no Teatro do Bairro, que podem ter algum interesse para quem quiser lê-las e estudá-las. Para mim, era também importante fazer o ponto da situação, fazer um elenco das coisas que estavam para trás.

Como é que se define? Pintora, escritora, dramaturga, tradutora, professora…
Professora não, só fui professora para resolver problemas alimentares.

Mas deu vários cursos de escrita criativa. Como é que se ensina a escrever?
Não se ensina a escrever, aprende-se a escrever. Quando dei formação nessa área, eu própria queria parar e aprender alguma coisa. O que foi interessante foi estar com pessoas que queriam praticar a mesma arte do que eu e que vinham ter comigo como se eu soubesse mais do que elas. Eu tinha só mais experiência, mais quilometragem. Foi interessante durante um tempo, mas a minha insegurança fundamental acabou por se impor. Em cada oficina de escrita ficava completamente possuída por aqueles textos. Não pensava, não escrevia, não trabalhava, não fazia mais nada. Foi como quando fiz a “Ficções”, estive dez anos ao serviço da revista, fazia tudo, só não a distribuía para as livrarias.

Portugal é um país de escritores e não de poetas?
Não. Percebi, e não deixa de ser paradoxal, é que nós não lemos. Não gostamos, de facto, de ler. As pessoas agora gostam muito de escrever, mas não leem. Achamos que um escritor começa por ser um leitor, começa a imitar, a fazer paródias, mas não é assim. A ideia de que cada um tem os seus sentimentos e pode escrever umas coisas é venenosa e é o que está presente.

Mas essa não é a ideia de escritor: ter sentimentos e fazer umas coisas?
O que imaginávamos que era literatura hoje já não é bem a mesma coisa. Aquilo que, geracionalmente, para nós era a literatura e que foi a nossa formação literária e à qual voltamos recorrentemente é o modelo, mas quando à questão “qual é o seu escritor preferido” nos respondem Dan Brown, percebemos que alguma coisa mudou.

"Vejo mulheres muito trabalhadoras, muito independentes e fortes, mas com os mesmos sonhos das mulheres dos anos 50. Com os sonhos de amor romântico, com o sonhos de terem filhos maravilhosos, os sonhos de terem tudo, o marido e o amante e o amigo. Acho extenuante a vida das raparigas hoje. E já não estou a falar das operações estéticas, das unhas, mãos, pés, cabelos, o ideal de beleza "Barbie" incorporado naquelas mentalidades."

A pintura traduz mais os sentimentos do que a escrita?
Nesta fase ainda muito incipiente em que estou, é muito interessante e motivante o seu caráter expressionista, a capacidade de expressão que tem. Apesar disso, acho que no meu último livro, Afastar-se, há um paralelo, uma espécie de dádiva expressionista. É talvez o livro em que a autobiografia aparece mais inocente, mais cândida.

A escrita continua para si a ser um campo de experimentação?
Sim. Estou a começar agora um romance que curiosamente tem algumas pontes com a pintura. É um romance de ficção científica, em que vou procurar descrever o universo dos desenhos animados, em que a referência fundamental é a da animação, que é, no fundo, a referência desta exposição.

Interessa-se por tudo o que vem, o que é novo…
Como dizia o Pedro Tamen, sou uma velha gadgeteira. Gosto de tudo o que é novo, tudo o que me facilita a vida. Adorava ser carpinteira, tirar um curso de vidro. Não há tempo para tudo.

Agora tem um podcast.
Sim, e, de facto, tem a ver com a intimidade da rádio que adoro há muito tempo. Esta experiência do podcast foi muito interessante. Como é feita em casa e não sabemos de todo quem está a ouvir, é muito descontraída. Não preparamos a conversa, ela é exatamente aquilo que é. Gosto muito de conversar e a conversa é um dos assuntos em que tenho pensado muito. No podcast, cada conversa é completamente diferente das outras. Uma conversa é um ecossistema, é um ambiente que se estabelece, em que há dádiva de parte a parte, partilha. É um princípio de amizade para mim muito interessante.

[ouça o podcast “Utópicos” através do Spotify:]

Sei que pensa que o livro em papel já acabou. É uma defensora da era digital?
É difícil não ser defensora da era digital porque, objetivamente, temos hoje ao nosso dispor recursos inimagináveis. No meu Kindle tenho três mil livros, vou à casa mãe do Kindle e tenho cinco milhões. É verdade que a quantidade é inimiga da qualidade. Temo que para os miúdos, um mundo excessivamente estimulante seja quase patológico. Tive a sorte de já ter nascido há muito tempo e ter uma formação clássica, em filosofia, de ter lido muito, ter escrito, ter aprendido línguas, sei muita coisa que está no disco rígido, portanto tenho arcaboiço para aguentar estas novidades. A ideia de estar em comunicação com qualquer pessoa em qualquer ponto do mundo, para mim, é uma ideia quase ecuménica.

Isto seria uma utopia há uns anos?
É uma utopia, vivemos em plena utopia. A pandemia deu-nos a medida do que é viver em utopia planetária. É uma doença que não conhecemos, para a qual ao fim de seis meses há uma vacina. Algo completamente impensável antes e que nós achamos normal. Chama-se “entitlement” em americano, toda a gente tem direito a tudo. Eu, como nasci já há muito tempo, e as coisas eram bastante difíceis, continuo a achar estas facilidades absolutamente miraculosas.

Não tem saudades da máquina de escrever?
Nenhumas. Fui dos primeiros escritores a ter computador. Lembro-me que era eu e o Graça Moura e lembro-me de olhar para o computador e pensar que aquilo ia alterar completamente a minha maneira de escrever. Estava ligada à mão, escrevia numas folhas compridas, com uma caneta de tinta permanente, tinha todas as manias dos escritores. Durou um mês a transição. Se eu tivesse escrito, por exemplo, A Vida de Ramon à mão, ainda hoje estava a escrever. A vantagem da escrita que não deixa rasto é que é um processo de incorporação permanente. Começamos um capítulo, no dia seguinte começamos outra vez. A versão que lá está é, até ver, a versão definitiva.

A escritora Luísa Costa Gomes, bem conhecida contista, romancista, dramaturga e cronista, em entrevista ao Observador na sua própria casa, pouco tempo depois de ter revelado a sua faceta de pintora na exposição “Atrás da Mão”, em Lisboa. 3 de Dezembro de 2021, Costa da Caparica TOMÁS SILVA/OBSERVADOR

"Pintar e depois escrever e vice versa parecia-me uma coisa de uma ligeireza que nada tinha a ver comigo. Só que, desta vez, o trabalho da pintura apareceu e o meu empenhamento é total"

TOMÁS SILVA/OBSERVADOR

Como olha para o mercado editorial neste momento?
Com total indiferença. Já andei por aí, fui às feiras do livro, etc. E gostei imenso. Aprende-se muita coisa, conhece-se gente ótima.

Começou a escrever muito cedo. Aos dez anos escreveu um livro de sonetos em homenagem ao seu avô. Os livros são homenagens?
A maior parte deles sim. Os livros são mesmo escritos ou em homenagem a alguém, ou para os amigos. Eles estão sempre lá, as pessoas de quem gostamos e que gostam de nós.

Ouvia-a dizer numa entrevista que não gostava de teatro. Porém, grande parte da sua vida não se dissocia do teatro. Faz dramaturgia, escreve teatro…
É terrível. Mas fui aprendendo, partilhando aquele mundo, conhecendo aquelas pessoas que são de uma dedicação absolutamente extraordinária. Mas é difícil gostar de uma peça. Ou Shakespeare ou nada. O Shakespeare estragou os outros autores.

Nem um Beckett, nem um Brecht?
Sim, claro, são consensuais.

"Desconfiamos do espírito, desconfiamos dos intelectuais, achamos que são arrogantes, que há ali uma certa soberba, o que é que eles sabem que nós não sabemos, aquela complacência que os portugueses têm para com os ladrões ricos é a mesma desconfiança que têm em relação a tudo o que não é comezinho, trivial."

As mulheres continuam a ter mais dificuldade em se afirmarem, ou chegámos a um tempo de maior igualdade entre os géneros?
Os sinais são contraditórios. Vejo mulheres muito trabalhadoras, muito independentes e fortes, mas com os mesmos sonhos das mulheres dos anos 50. Com os sonhos de amor romântico, com o sonhos de terem filhos maravilhosos, os sonhos de terem tudo, o marido e o amante e o amigo. Acho extenuante a vida das raparigas hoje. E já não estou a falar das operações estéticas, das unhas, mãos, pés, cabelos, o ideal de beleza “Barbie” incorporado naquelas mentalidades.

Há, no entanto, uma autonomia e uma independência que não se comparam com o que era antigamente.
Absolutamente. Mas ao mesmo tempo, a pressão social da beleza, da sexualidade exibida, não me parece que permita um trabalho no sentido da verdadeira independência de espírito, que para mim é a mais importante.

O seu trabalho espelha muito isso. É também uma das vozes mais independentes da literatura portuguesa. Nunca cedeu a um mercado, a um sistema.
Eu até gostava, mas não sei fazer. Não me importava nada de fazer coisas que vendessem muito, mas não sei. E isto também não é verdade, aquela peça que fiz para a Maria Rueff e o Joaquim Monchique levou milhares de pessoas ao teatro [“Lar, Doce Lar”, a partir do texto “O Que Importa é Que Sejam Felizes”].

O riso é uma coisa fácil de provocar?
É fácil de provocar, o difícil é fazer comédia boa.

"A revolução é uma questão de educação. E a educação é feita por uma classe média letrada, culta, que vai para os sítios, que vai ao teatro, ao museu. Isso em Portugal nunca se conseguiu."

O que é que se passa na sociedade portuguesa para que haja tanta dificuldade em que a cultura vingue?
Somos, na nossa raiz, anti intelectualistas. Não é por acaso que a Inquisição ficou em Portugal até vir a mulher da fava rica. E quando finalmente a inquisição foi dissolvida, houve motins na rua. Isto diz qualquer coisa. Desconfiamos do espírito, desconfiamos dos intelectuais, achamos que são arrogantes, que há ali uma certa soberba, o que é que eles sabem que nós não sabemos, aquela complacência que os portugueses têm para com os ladrões ricos é a mesma desconfiança que têm em relação a tudo o que não é comezinho, trivial. Isso é uma coisa muito antiga que tem a ver com o facto de não ter havido em Portugal uma classe letrada quando já existia em toda a Europa. Precisamente por causa da inquisição, o que tínhamos era o êxodo de cérebros, o êxodo de artistas, de génios…

Que é o que estamos a assistir hoje em dia.
Exatamente. O êxodo de todas as categorias e classes. E uma fidalguia totalmente alarve, que correspondia em Itália, por exemplo, aos mecenas das artes. Durante todo o século XVIII vimos Portugal a perder o comboio da história, a perder o pé dessa burguesia iluminada que depois fez o que fez em França, por exemplo.

Não soubemos fazer a revolução.
É que a revolução é uma questão de educação. E a educação é feita por uma classe média letrada, culta, que vai para os sítios, que vai ao teatro, ao museu. Isso em Portugal nunca se conseguiu.

A investigação também faz parte do seu trabalho.
Gosto muito. Não sou uma investigadora muito minuciosa, rigorosa e profunda. Investigo uma coisa até perceber. Percebo e passo a outra coisa. O eixo é sempre o trabalho literário. É sempre aquilo que me interessa para o que estou a escrever. A escrita é aquilo que organiza todos os meus outros interesses. Tudo em mim gira à volta da escrita.

 
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