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NICHOLAS KAMM/AFP/Getty Images

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Nas guerras do Médio Oriente, o instinto de Trump é dizer adeus. Mas a que custo?

A saída militar da Síria já foi anunciada e o corte de meios no Afeganistão também — mas nada mudou. Especialistas dizem que a realidade no terreno supera "o instinto" do presidente dos EUA.

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Instintos, instintos, instintos. No seu bestseller de 1987, “The Art of the Deal”, Donald Trump refere várias vezes a importância de um homem de negócios cultivar os seus instintos e, sempre que possível, ir de acordo com o que eles dizem.

“Podem pegar no miúdo mais inteligente de Wharton [uma das universidades de gestão mais prestigiadas nos EUA, onde Donald Trump estudou], que tem nota máxima a tudo e tem um QI de 170. Se ele não tiver instinto, então nunca será um empreendedor de sucesso”, lê-se naquele livro. “Além disso, a maior parte das pessoas que têm instintos nunca vão reconhecer que os têm, porque não têm a coragem ou a sorte de descobrirem o seu potencial.”

Três décadas depois de estas linhas terem sido publicadas, Donald Trump entrou na Casa Branca para se sentar na sua principal cadeira. Ali chegado, uma das suas principais missões, no que à política internacional norte-americana dizia respeito, era a retirada dos EUA do Médio Oriente — mais concretamente, do Afeganistão e da Síria, onde tem 14 e 2 mil tropas, respetivamente — assim que possível. Depois de 5,9 biliões de dólares gastos em guerras no Médio Oriente desde 2001, para Trump não havia nenhum caminho naquela região que não fosse dar à porta de saída.

Foi de instintos e de Médio Oriente — mais concretamente do Afeganistão, atualmente a guerra mais longa em que os EUA estão envolvidos, já há quase 18 anos — que o presidente norte-americano falou em agosto de 2017. E, surpreendendo à altura, contrariou o que parecia ser a sua linha orientadora de seguir sempre os seus instintos.

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“O meu primeiro instinto era ir embora. E, historicamente, eu gosto de seguir os meus instintos. Mas toda a minha vida tenho ouvido que as decisões são muito diferentes quando nos sentamos à secretária da Sala Oval.”
Donald Trump, sobre a presença dos EUA no Afeganistão, em agosto de 2017

Ali, o Donald Trump dos instintos parecia ter cedido o lugar ao Donald Trump da cautela.

“O meu primeiro instinto era ir embora. E, historicamente, eu gosto de seguir os meus instintos. Mas toda a minha vida tenho ouvido que as decisões são muito diferentes quando nos sentamos à secretária da Sala Oval”, disse. Por isso, anunciava que as tropas iam ficar até serem preenchidas várias condições de segurança na região.

Pouco mais de um ano depois, porém, o Donald Trump dos instintos voltou em força e puxou o tapete ao Donald Trump da cautela. Em dezembro, e em apenas dois dias, viriam a ser anunciadas duas medidas que, a serem levadas avante, poderiam mudar de forma indelével o equilíbrio geopolítico de duas zonas-chave do Médio Oriente.

O primeiro anúncio foi a 19 de dezembro. Nesse dia, Donald Trump publicou na sua página de Twitter um vídeo onde deixava a legenda: “Depois de vitórias históricas contra o Estado Islâmico, chegou a hora de trazermos os nossos jovens para casa!”. Em causa estavam os cerca de 2 mil militares norte-americanos destacados na Síria, a Este do Rio Eufrates. Essa decisão, soube-se pouco depois, foi o princípio da demissão de James Mattis, secretário da Defesa.

O segundo anúncio foi a 21 de dezembro. Dessa vez, vários media norte-americanos avançaram a notícia de que a administração de Donald Trump preparava a retirada de metade dos 14 mil militares norte-americanos destacados no Afeganistão — decisão essa que viria a ser o último prego no caixão do consulado de James Mattis na administração de Donald Trump.

Mattis caiu, de facto, mas quase quatro meses depois, tudo o resto está praticamente na mesma: até agora, não houve quaisquer movimentações da parte dos EUA que apontem no sentido das declarações de dezembro.

“O problema aqui é que a Casa Branca, de forma isolada, cai demasiadas vezes no erro de anunciar alterações às políticas ou mudanças de posição que muitas vezes emanam do próprio Presidente ou, talvez, de um quadro muito restrito de conselheiros. Os anúncios de dezembro não foram o resultado de uma decisão deliberada, antes pelo contrário. E é difícil entender, ao certo, que vantagens é que se retiram daqui.”
Jason Campbell, ex-responsável pela pasta do Afeganistão na Secretaria de Política para a Defesa do Pentágono

Na Síria, mesmo depois da derrota territorial do Estado Islâmico ter sido atingida, já em março de 2019, as 2 mil tropas norte-americanas continuam ali estacionadas e sem perspetiva de saída a curto-médio prazo. No Afeganistão, a situação está em suspenso, enquanto os EUA e os talibã negoceiam em Doha, no Qatar, os termos para um possível — mas ainda distante — acordo, que leve à retirada total das tropas dos EUA de solo afegão.

Ou seja, depois do Donald Trump dos instintos ter aparecido em dezembro do ano passado, é possível que, desde então, o seu lugar já tenha sido tomado de novo pelo Donald Trump da cautela.

Tanto Rex Tillerson (ex-secretário de Estado, à esquerda) como James Mattis (ex-secretário de Defesa, à direita) saíram da administração em desacordo com Trump (Michael Reynolds-Pool/Getty Images)

Michael Reynolds-Pool/Getty Images

Para Jason Campbell, especialista no Afeganistão na RAND Corporation e, até setembro de 2018, responsável pela pasta do Afeganistão na Secretaria de Política para a Defesa do Pentágono, a dicotomia em jogo vai para lá do confronto entre os dois Trump. Estará, sobretudo, entre as diferentes avaliações do que são os ganhos e as perdas que os EUA podem ter numa das regiões em que o seu poderio geopolítico está mais em jogo.

“O problema aqui é que a Casa Branca, de forma isolada, cai demasiadas vezes no erro de anunciar alterações às políticas ou mudanças de posição que, muitas vezes, emanam do próprio Presidente ou, talvez, de um quadro muito restrito de conselheiros”, diz o especialista, numa entrevista por telefone ao Observador. “Os anúncios de dezembro não foram o resultado de uma decisão deliberada, antes pelo contrário. E é difícil entender, ao certo, que vantagens é que se retiram daqui.”

O vaivém entre o Trump instintivo e o Trump cauteloso tira-lhe pontos no mundo…

Jason Campbell acompanhou este processo de perto e, por isso, sabe as voltas que ele deu — e, importante para o caso, sabe o que custou aos chamados “falcões neoconservadores” da política exterior norte-americana convencer Donald Trump a permanecer no Médio Oriente.

“Em 2017, os EUA reviram a sua estratégia para o sudeste asiático e, no final desse processo, conseguiram montar uma estratégia abrangente, pondo de acordo todo o Departamento de Estado, o Pentágono e os serviços secretos”, recorda. Depois, veio a Casa Branca. “Esse foi o maior desafio, mas foi um desafio ultrapassado, graças a três homens: Mike Pompeo [nomeado por Donald Trump para diretor da CIA e secretário de Estado desde abril de 2018], James Mattis e Rex Tillerson [secretário de Estado de Donald Trump até ter entrado Mike Pompeo].”

“Eles estavam em linha uns com os outros e conseguiram persuadir o Presidente de qual era o melhor caminho”, diz Jason Campbell.

Esse caminho é precisamente aquele que Trump explicou no mesmo discurso onde sublinhou que “as decisões são muito diferentes quando nos sentamos à secretária da Sala Oval” e que, afinal, nem sempre é boa política seguir usar o instinto como GPS para a política internacional.

Os EUA têm neste momento 14 mil soldados destacados no Afeganistão, numa missão da NATO. Portugal tem lá 193 militares (Andrew Renneisen/Getty Images)

Andrew Renneisen/Getty Images

“Uma saída apressada [do Afeganistão] criaria um vácuo que os terroristas, incluindo o Estado Islâmico e a al-Qaeda, preencheriam num instante, tal como aconteceu antes do 11 de setembro”, disse. “Um dos principais pilares da nossa nova estratégia é mudar de uma abordagem focada no tempo para uma abordagem focada em condições. Não vamos falar de números de soldados ou de planos para atividades militares futuras. Serão as condições no terreno, e não prazos arbitrários, que vão guiar a nossa estratégia daqui em diante.”

Em setembro de 2018, Donald Trump nomeou Zalmay Khalilzad (ex-embaixador dos EUA no Afeganistão, no Iraque e nas Nações Unidas) para ser o enviado especial para as negociações de paz com os talibã, em Doha. Desde então, num processo que já teve cinco rondas de conversações e que se prepara para a sexta, já no final de abril.

Da parte dos EUA, há três exigências claras a fazer aos talibã: fim das atividades terroristas; respeito pela Constituição do Afeganistão; reconhecimento do governo afegão e da sua legitimidade, tal como das instituições democráticas daquele país. Da parte dos talibã, há outras três exigências: remoção de personalidades talibãs da lista de sanções internacionais; a autorização para a abertura de um ramo político, através do estabelecimento de um partido; e a retirada das tropas norte-americanas da região.

“A principal exigência e prioridade dos talibã é precisamente a retirada de tropas estrangeiras do Afeganistão. Não faz sentido dar ao adversário metade do que ele quer de mão beijada."
Jason Campbell, ex-responsável pela pasta do Afeganistão na Secretaria de Política para a Defesa do Pentágono

“É difícil ver qualquer linha de pensamento que ligue a nomeação de uma pessoa tão experiente e preparada como o embaixador Khalilzad ao anúncio de que se vai retirar tropas do Afeganistão e cortá-las pela metade”, diz Jason Campbell. “A principal exigência e prioridade dos talibã é precisamente a retirada de tropas estrangeiras do Afeganistão. E não faz sentido arregimentar um embaixador tão experiente nestes temas para, logo a seguir, de forma tão descoordenada, dar ao adversário metade do que ele quer de mão beijada. É muito difícil vislumbrar qualquer sentido estratégico nisto.”

Joshua Landis, professor na University of Oklahoma e um dos mais prestigiados especialistas da guerra na Síria nos EUA, também não identifica uma estratégia da parte de Donald Trump para aquele país.

“Claramente, a administração de Trump e os EUA estão a ser esmagados por duas políticas contraditórias”, diz o académico norte-americano, ao telefone com o Observador. “Uma é a visão original de Trump, que é a de que estamos a gastar demasiado dinheiro no estrangeiro e que os governos de cada país têm mais é que pagar aos EUA ou então temos de sair de lá. A outra é a visão das elites governativas de Washington, que querem continuar a fazer frente ao Irão e à Rússia e que são profundamente pró-Israel.”

A possível saída dos EUA da Síria é uma preocupação para Israel, que vê nesse cenário o risco de expansão do Irão e da Turquia (Alex Wong/Getty Images)

Alex Wong/Getty Images

O envolvimento dos EUA na guerra na Síria não se compara, no que diz respeito ao meios ali empenhados, ao esforço que aquele país já destacou no Iraque e ainda destaca no Afeganistão. No entanto, a Síria é um caso particularmente importante pela complexidade de implicações que acarreta. Ali, há muito que o conflito deixou de ser entre o exército leal a Bashar al-Assad e grupos de rebeldes.

Ao lado de Bashar al-Assad, combatem duas forças de relevo que preocupam os EUA.

A primeira é a Rússia, que ali empenha grande parte do seu atual esforço militar, de forma a garantir o domínio da família Assad no país (que ainda no tempo da União Soviética já era aliada de Moscovo) e assegurar a manutenção de duas importantes bases militares russas em solo sírio. Primeiro, a base aérea de Khmeimim. Depois, e mais importante ainda, a base naval de Tartus, que garante à Rússia o acesso às águas quentes do mar Mediterrâneo.

Depois há o Irão, que ali tenta garantir a manutenção no poder de um governo de maioria xiita (Bashar al-Assad é alauíta, uma fação do xiismo) e procura manter um corredor que o ligue diretamente ao Hezbollah, no Líbano, de forma a colocar uma pressão ainda maior sobre Israel. Para isso, tem de garantir que tem caminho livre no Iraque (país para o qual tem patrocinado milícias xiitas) e também na Síria.

Depois há também a Turquia. Recep Tayyip Erdoğan já foi um grande aliado de Bashar al-Assad, mas, desde a guerra, tem sido fulcral no financiamento de milícias anti-regime. E com o avançar das tropas curdas (algumas das quais patrocinadas pelos EUA), o regime de Erdoğan entrou com as suas próprias tropas no Norte da Síria. Antes disso, de maneira a garantir que podia agir sem arranjar graves problemas, fez as pazes com a Rússia (com a qual teve um momento de alta tensão em 2015, após ter abatido um avião russo sob a desculpa de este ter violado o espaço aéreo turco) e agora até já faz negócios com Moscovo. Além de a Rússia estar a construir a primeira central militar da Turquia, Erdoğan comprou à Rússia o sistema anti-míssil S-400 — tudo isto apesar de a Turquia fazer parte da NATO, aliança militar que tem na Rússia o seu maior adversário.

“Os EUA querem continuar a ter influência na região e, se saírem de lá, a região passa a estar nas mãos do Irão e da Rússia. Mas se mantiver as suas bases aéreas e a influência junto dos curdos, isso não acontece. Não é só junto de Assad, é também com a Turquia e com o Iraque que importa aos EUA ter influência. Isso impede, por exemplo, a Turquia de ir tão facilmente para a órbita da Rússia”
Joshua Landis, professor da University of Oklahoma e um dos maiores especialista da Síria nos EUA

Na Síria, os EUA não têm nenhum interesse direto — mas a contenção de alguns dos seus maiores inimigos é, para muitos, razão que chegue para ali ficar, mesmo depois da derrota territorial do Estado Islâmico.

“Os EUA querem continuar a ter influência na região e, se saírem de lá, a região passa a estar nas mãos do Irão e da Rússia. Mas se mantiver as suas bases aéreas e a influência junto dos curdos, isso não acontece. Não é só junto de Assad, é também com a Turquia e com o Iraque que importa aos EUA ter influência. Isso impede, por exemplo, a Turquia de ir tão facilmente para a órbita da Rússia”, resume Joshua Landis.

Mata e esfola. Agora que tem o ouvido de Trump, o que lhe dirá o falcão John Bolton?

Tudo isto são questões constantemente presentes na cabeça dos “falcões neoconservadores” da administração de Donald Trump, com principal destaque para Mike Pompeo (secretário de Estado) e para John Bolton (conselheiro para a Segurança Nacional).

“O anúncio da retirada da Síria enfureceu as pessoas da segurança nacional, acima de tudo Bolton e Pompeo, que são falcões que, a cada oportunidade, querem espetar o dedo no olho da Rússia e do Irão”, diz Joshua Landis. “Destruir o Estado Islâmico é apenas um objetivo entre vários, numa vasta região geoestratégica. E embora Donald Trump não tenha interesse nenhum em controlar todos os detalhes do progresso nacional da Síria, os seus conselheiros para a segurança nacional têm. E esse desfasamento é um problema.”

… mas dá-lhe pontos em casa

Pode dar-se o caso, porém, de Donald Trump, com a sua estratégia periclitante no que diz respeito ao Médio Oriente, conseguir um pouco de dois mundos, sem se comprometer totalmente com um deles. Tudo isto porque o presidente norte-americano tem anunciado todo o tipo de retiradas militares sem sofrer as suas consequências, já que estas não foram, pelo menos até agora, efetivadas.

Para Joshua Landis, se, por um lado, Donald Trump demonstra, aparentemente, uma fraca capacidade de pensar a geopolítica do Médio Oriente e o papel dos EUA naquela região, por outro dá provas de uma capacidade de absorver o zeitgeist do público norte-americano no que diz respeito às custosas intervenções militares além-fronteiras.

A maior parte dos norte-americanos acredita que os EUA não cumpriram os seus objetivos no Afeganistão. "Donald Trump soube explorar muito bem tudo isso”, diz Joshua Landis (Scott Olson/Getty Images)

Scott Olson/Getty Images

Para já, esta pode ser a maneira de Trump conseguir lidar com um público que, de acordo com Joshua Landis, é “esquizofrénico” no que diz respeito ao que acredita ser o lugar dos EUA na arena internacional. “Os americanos querem ser o número um no mundo, mas depois não querem pagar os preços de tudo isso. E estão a estabelecer uma ligação entre a pobreza que têm em casa e os meios tecnológicos que são utilizados nos compromissos da política externa norte-americana. Donald Trump soube explorar muito bem tudo isso”, sublinha o professor da University of Oklahoma.

Numa sondagem do PewResearchCenter, publicada a outubro de 2018, 49% dos inquiridos respondeu que os EUA “falharam” os seus objetivos no Afeganistão. Apenas 35% disse o contrário. Além disso, a percentagem de pessoas que acredita que ter começado aquela guerra foi a “decisão acertada” — 45% — é a mais baixa desde que esta sondagem começou a ser realizada, em 2006.

Sobre a decisão de sair da Síria, uma sondagem demonstra que uma maioria de 39% dos norte-americanos apoia esse desfecho, ao passo de 35% se opõe. Mais importante para Donald Trump, esta decisão é apoiada por 56% do eleitorado republicano, que é a base que lhe importa manter para se manter na Casa Branca.

“Trump motivou uma forte corrente na opinião popular americana, que está farta destas guerras. E, neste momento, o público está divorciado do establishment da política externa dos EUA”, assegura Joshua Landis. É aí que entra Donald Trump, à procura de uma relação duradoura com o público norte-americano, com vista na renovação de votos nas eleições de 2020. No fundo, é um instinto.

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