Desde que se soube que tinha sido pai, o padre Luís perdeu tudo quanto tinha. Sobretudo o trabalho como pároco, que era a sua única fonte de rendimento, e a alegria com que vivia por ser padre numa paróquia que gostava dele. Diz que foi “posto de lado” pelo bispo por ter recusado abandonar o seu filho.
“Um filho é um filho e eu tenho de estar presente junto da criança“, diz ao Observador o sacerdote, que está neste momento sem uma paróquia atribuída, mas ainda no exercício do sacerdócio. Sem paróquia, não tem um lugar onde celebrar a missa diária, como a Igreja exige a todos os padres. Por isso, vai pedindo a colegas padres o favor de que o deixem celebrar “aos domingos e dias santos”. Diz ter “imensa pena de não poder celebrar a missa diária”, que é a sua “força, porque é o encontro com Cristo da misericórdia”. Misericórdia que diz não ter recebido da parte da Igreja.
Poucas semanas depois de ser conhecido o caso do padre Giselo Andrade, no Funchal, Luís aceitou encontrar-se com o Observador para contar a sua história sob a condição de manter o anonimato e de serem ocultados detalhes que permitissem a sua identificação. Diz que aceita falar para mostrar que, nestas situações, e apesar de tudo por que passou, quem mais sofre não é o padre. “Isto não afeta em especial o padre. Esquecem-se de que há uma outra pessoa e uma criança envolvidas e são essas pessoas que são mais afetadas neste processo todo”, lamenta, deixando duras críticas à forma como a Igreja lida com estes casos.
“Fui abandonado completamente pela Igreja. Acho que se defende uma certa hipocrisia. Parece que alguns bispos desconhecem o acolhimento e a misericórdia“, refere o padre.
Luís chega ao local combinado com o Observador sem nada que o identifique como sacerdote, mas rapidamente deixa transparecer que aquela é verdadeiramente a sua vocação. Escolhe uma pequena capela como local para a entrevista, conta histórias sobre as igrejas da sua diocese e desabafa: “Esta é a minha vida. Eu sou um padre, quero ser pároco, mas não me deixam. Fui abandonado como Lázaro aos pés do portão e longe fica a mesa do rico“.
“Quando ela engravidou, senti alegria pela vida gerada”
“Ela era uma pessoa conhecida”, começa Luís. O início da história é semelhante ao que tantas vezes imaginamos nestas situações. O padre acompanhava de perto os jovens da paróquia e não era raro que ele próprio, também um sacerdote jovem e “homem frágil”, estivesse presente nos convívios. “Acompanhava os seus problemas, as suas vivências. Foi aí que a conheci melhor”, recorda.
A proximidade estabelecida nessa idade mais jovem viria a refletir-se anos mais tarde, quando os dois se voltaram a encontrar. E foi aí que tudo aconteceu. “Quando ela engravidou, senti alegria pela vida gerada. Não senti remorsos, não senti arrependimento, nem senti que faltei às minhas obrigações”, conta o sacerdote, recorrendo à própria teologia para a sua argumentação: “Deus concedeu ao Homem uma das coisas mais maravilhosas do mundo, que é o dom de gerar vida. Por isso é que quando se fala de tudo o que é contra a vida, como o aborto e a eutanásia, a posição da Igreja é tão assertiva“.
O nascimento da criança não impediu que Luís continuasse como padre. “Não senti que tivesse falhado com as minhas obrigações. Obviamente, continuavam reunidas as condições para continuar no sacerdócio“, explica.
Pode parecer confuso, mas Luís apressa-se a esclarecer. O sacerdote diz que nunca atentou contra o celibato. “Há que distinguir entre celibato e castidade. O celibato é uma disciplina da Igreja para o clero, que tem como objetivo garantir que os padres e bispos não casam, não constituem uma família, para que tenham disponibilidade para a entrega ao serviço da Igreja. A castidade é para todos os cristãos. Até um homem e uma mulher casados estão obrigados à castidade. Se um deles cometer adultério, é um atentado contra a castidade do casal“, argumenta o sacerdote.
“Por exemplo, agora saiu esta notícia do padre Giselo. Mas ele não faltou ao celibato. Não intentou um casamento civil com ninguém”, aponta Luís. Apenas faltou à castidade, argumenta. “Cristo perdoou tudo, mas a disciplina da Igreja, feita pelos homens, parece não perdoar, pelo menos no meu caso. Defendemos com mais afinco a legislação humana do que a de Cristo. A disciplina do celibato é para maior disponibilidade, entrega e configuração com Cristo. E onde estamos configurados com Cristo naquilo que foi a palavra dele?”, questiona. Durante a conversa, são frequentes as referências à doutrina, que Luís diz seguir e promover. “Cristo ensinou uma doutrina simples, nós é que complicamos tudo“.
Inicialmente, Luís não contou a situação ao seu bispo. “Não é que quisesse mentir, mas os nossos bispos dizem que são muito compreensivos, mas não são. Se lhe tivesse contado, ele teria feito o que acabou por fazer depois, que foi pôr-me de lado”, recorda.
Preferiu jogar pelo seguro, até porque “a pressão social que deriva do celibato é enorme” e foi necessário garantir “a proteção da criança e da mãe”. Começou por fazer todos os possíveis para afastar daquela comunidade a mulher e o bebé. “Se um padre fizer tudo o que se espera dele, é sempre bem acolhido. Aos padres só não se perdoam duas coisas: a forretice e a falta de educação. De resto, tudo se perdoa. À outra pessoa é que não se perdoa nada“, lamenta. Era, por isso, fundamental retirar dali as pessoas em causa.
Durante bastante tempo, Luís cruzou duas vidas: o sacerdócio na paróquia e a educação do filho, longe dali. “Foi difícil, mas foi tudo uma questão de conciliar na agenda as obrigações pastorais. Nunca falhei, nem com o meu filho nem com a paróquia“, garante hoje. Tudo fazia parte dos seus esforços para proteger a criança e garantir que não lhe faltaria nada.
Contudo, o caso não se manteve sempre em segredo. Algum tempo depois, soube-se tudo o que tinha acontecido e não tardou que o telefone tocasse. Perante o conhecimento generalizado do caso, o bispo indicou-lhe que se deveria afastar da criança e da mãe, decisão que Luís considerou “não ser a mais correta”. “Eu precisava de estar com o meu filho, estar presente na sua educação”, explica o sacerdote.
“Estaríamos a materializar a criança se considerássemos que bastava apoiar financeiramente“, nota Luís, sublinhando que “mesmo não sendo uma família normal, um filho é um filho”.
Na semana passada, o cardeal-patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente, que preside à Conferência Episcopal Portuguesa, pronunciou-se publicamente sobre situações deste género, a propósito do caso do padre Giselo. O cardeal reconheceu que o sacerdote poderia retomar o ministério caso tivesse disponibilidade para retomar o celibato, sem esquecer as “responsabilidades que tem de assumir em relação à criança que nasceu”.
Questionada sobre a aparente contradição entre as palavras do cardeal-patriarca e a atitude deste bispo, fonte oficial da Conferência Episcopal disse não poder pronunciar-se sem conhecer o caso. Contudo, “se houver casos, a resposta terá que ser dada da parte da diocese”, sendo que “é sempre no âmbito diocesano que o processo de discernimento deve acontecer, tendo em conta o bem da criança e da mãe“, esclareceu a mesma fonte.
D. Manuel Clemente: padre Giselo pode continuar, se tiver “disponibilidade para o celibato”
Recusando abandonar a criança, mas retirado do serviço da paróquia, Luís ficou numa espécie de impasse. Diz-se “completamente abandonado, num estado de desespero, de frustração”. A mãe do bebé seria despedida na sequência do escândalo e os dois ficaram sem fonte de rendimento que lhes permitisse cuidar de uma criança recém-nascida.
“Fomos deixados ao abandono”, lamenta. Restava-lhe o apoio da sua comunidade local, que ainda lutou pela sua permanência. Mas até isso lhe foi tirado e hoje evita o contacto com a antiga paróquia. A Igreja manda-o arrepender-se, mas Luís diz não entender porquê, e argumenta que qualquer alternativa seria ainda mais contrária à doutrina, como um aborto ou o abandono da criança.
Se a mãe da criança já conseguiu estabilizar a sua vida profissional, a verdade é que Luís continua sem nada. Depende de colegas padres para cumprir as suas obrigações sacerdotais de celebrar missa e acompanha quase diariamente o crescimento do filho. Mas não esconde a esperança de que um dia possa retomar o ministério. “É essa a minha vida”, insiste, repetindo que não tem qualquer vontade de casar ou de constituir uma família.
A notícia recente sobre o padre Giselo voltou a colocar na ordem do dia a questão do celibato dos padres, com o cardeal-patriarca de Lisboa a negar, na semana passada, qualquer alteração à prática atual. “Na Igreja Católica Latina, que é aquela em que nós estamos, os sacerdotes são escolhidos entre as pessoas que manifestam um carisma celibatário. Não se destinam a constituir família, para que tenham disponibilidade para ser familiares de todos, até daqueles que não têm família”, disse.
“Eu concordo com isso e assim quero viver, mas assumindo as minhas responsabilidades para com um ser frágil necessitado de mim”, refere Luís.
Para este sacerdote, a questão não é a preto e branco. “O celibato tem aspetos positivos no clero, a começar pela maior disponibilidade para o serviço pastoral, maior liberdade de ação, pela entrega total sem responsabilidade familiar”, destaca. “Contudo, também traz muitos aspetos negativos. Há muitos padres que estão abandonados, sem ninguém com quem conversar, com quem desabafar, com quem estar. Estão sempre sozinhos, comem sozinhos, vivem sozinhos, não falam com ninguém, não têm ninguém que os ajude com os problemas deles.”
Este abandono a que muitos dos sacerdotes católicos são votados pode levá-los a, por vezes, quebrar a castidade, argumenta o sacerdote. “Isto deve pôr a Igreja a pensar, sobretudo os senhores bispos. Mas os senhores bispos têm tudo, nada lhes falta”, acusa.
Hoje, a criança vive com a mãe e Luís está presente quase em permanência. “Dou todo o apoio necessário e quando ela não consegue estar estou eu“, explica o padre. No sacerdócio, vai celebrando aqui e ali, sempre na esperança de conseguir, um dia, retomar o ministério e ser acolhido como um irmão entre irmãos”. “Olhe, sou um freelancer.”
O irlandês filho de um padre que pôs o Vaticano a pensar sobre o assunto
O filho do padre Luís não vai de certeza passar pelo processo que passou Vincent Doyle e tantas crianças a quem é negada a verdade sobre os seus progenitores.
Vincent Doyle tinha 28 anos quando descobriu que o seu pai era o padre J.J, “um padre muito bom e muito respeitado” que tinha chegado dos EUA à Irlanda em 1983, precisamente o ano em que Doyle viria a nascer. Conhecia-o como “padrinho”, mas já desde criança desconfiava de que a sua relação com o sacerdote era muito mais do que uma mera amizade de família. “Sempre soube que uma parte de mim estava ali, mas nunca a tinha entendido. Por exemplo, eu cheguei a entrar no seminário durante um curto período, mas não conhecia nenhum padre a não ser o padre J.J., que já tinha morrido há alguns anos”, conta Doyle ao Observador, recordando que apenas conviveu com o sacerdote em criança.
Quando soube a verdade, sentiu-se “completo”, garante. “Eu estava a ler uns poemas antigos, escritos pelo padre J.J., o meu pai biológico. Os temas eram muito parecidos com os meus, que também escrevia poesia como hobby. Ao ler um poema antigo que ele tinha escrito, um sentimento apoderou-se de mim. Uma série de suspeitas que eu tinha tido ao longo dos anos começaram a juntar-se e perguntei à minha mãe: ‘Ele era o meu pai, não era?’. Quando eu lhe disse estas palavras, ela começou a chorar, e foi nesse momento que eu soube”, lembra o irlandês.
“Por isso é que é importante dizer a uma criança se o seu pai é um padre. Não lhe estamos a dar um padre, estamos a dar-lhe parte da sua própria identidade. É injusto não dizer a verdade”, destaca Doyle, que diz ter passado a sua infância e juventude “em busca de sentido”, inclusivamente no interior da Igreja Católica. “Eu tinha passado muito tempo com o meu pai, e, depois da morte dele, inconscientemente associei a intimidade e proximidade que tinha com ele à Igreja. Sempre senti um chamamento para o sacerdócio, penso que uma parte de mim procurava inconscientemente o meu pai no sacerdócio”, destaca Doyle.
Conhecer finalmente quem era o seu verdadeiro pai foi “como respirar ar puro”, diz Vincent Doyle: “Sempre senti que faltava alguma coisa, que havia mais alguma coisa na minha história de vida do que aquilo que eu sabia, algo ‘escondido atrás das cortinas’.” Por isso, sempre questionou os motivos para o segredo que a sua mãe guardava. “Eu e a minha mãe sempre tivemos um grande relacionamento, e continuamos a ter. Admiro-a por ter tentado aguentar com este segredo”, garante o irlandês, sublinhando sempre ter sentido que havia na sua história “algo que ia além” da sua mãe.
Tudo isto aconteceu em 2011. Na altura, a notícia foi “um grande choque”, mas não havia ninguém disponível para ajudar Doyle. “A reação imediata de algumas pessoas nestes casos é a de silenciar, a de dizer ‘fica calado e quieto, não digas nem uma palavra sobre isso, não contes a ninguém’. Fui silenciado por algumas pessoas, disseram-me que iam enterrar o assunto, e eu não percebia estas reações. O meu pai biológico era um homem bom. Quando me pediram para ficar em silêncio, percebi a necessidade de abertura e transparência”, recorda.
Foi desta necessidade que nasceu a Coping International, uma ferramenta destinada a “eliminar o estigma contra os filhos dos padres católicos”, desenhada “para informar tanto as mães e as crianças como a sociedade em geral”. “Se o significado de pró-vida é respeitar a vida em todas as suas fases, então certamente não é pró-vida estigmatizar, negligenciar emocionalmente, abusar psicologicamente ou abusar de pessoas com base em quem são os seus pais”, destaca Doyle.
Regras sobre responsabilidades parentais já afetam 200 mil padres em todo o mundo
A página da Coping International foi colocada online em 2014, mas sem publicidade. “Mas não dissemos nada a ninguém. Queríamos saber quantas pessoas em todo o mundo iriam pesquisar online, nos motores de busca, informação relacionada com a ajuda aos filhos dos padres católicos”, recorda o irlandês que fundou a plataforma. A Coping International foi publicitada pela primeira vez em agosto deste ano, com a publicação de duas reportagens sobre o assunto no The Boston Globe, feitas pela equipa Spotlight. Uma delas foi precisamente sobre a história de Vincent Doyle.
Antes da publicação das reportagens, o site foi visitado mais de 400 mil vezes, por 13.500 pessoas em 175 países. “Ao longo de trinta meses, vimos as pessoas a contactarem com o site, a descarregarem informação e a voltar uma e outra vez”, lembra Doyle, para quem há uma questão verdadeiramente importante: “Porque é que tivemos estas pessoas todas a pesquisar informações sobre filhos de membros do clero?” A resposta é simples. “Existem filhos de padres” e é preciso ajudar estas famílias.
“Queremos concertar-nos com a Igreja e provocar uma resposta, disponibilizando publicamente toda esta informação, teologia, filosofia, direitos humanos, respostas da Santa Sé”, explica o responsável. Atualmente, o site é visitado por cerca de 20 mil pessoas com frequência em “quase todos os países do mundo”. Segundo Doyle, o site já foi visitado mais de 3.500 vezes a partir de Portugal desde o lançamento, e a plataforma apoia “vários casos” no nosso país.
A influência da plataforma Coping International obrigou já a uma tomada de posição da Igreja. A mais célebre foi o documento publicado em agosto pelos bispos irlandeses, que resultou de um pedido da Coping em 2016. “Escrevi aos bispos católicos irlandeses para lhes pedir que preparassem um documento que formasse a base da doutrina da Igreja sobre este assunto”, lembra. O documento seria aprovado em maio deste ano e oficialmente publicado em agosto, pouco depois da publicação das reportagens do Boston Globe.
A posição dos bispos irlandeses foi inédita e teve repercussões imediatas em todo o mundo católico. Ao determinar que os padres que tenham tido filhos sejam obrigados a colocar em primeiro lugar o interesse da criança, enfrentando as suas responsabilidades “como qualquer outro pai”, a Conferência Episcopal Irlandesa carimbou a primeira posição oficial da Igreja sobre o assunto. “Os bispos da Irlanda estão a ter uma atitude proactiva, ao contrário da que é tida na maior parte do mundo, incluindo em Portugal, que é uma atitude reativa”, comenta com o Observador um membro influente da Igreja portuguesa.
A norma emitida pelos bispos irlandeses fez eco. “A USG, a União dos Superiores Gerais, em Roma, que representa as ordens religiosas católicas em todo o mundo, adotou estas recomendações como suas, confirmando-as aos seus membros como uma boa forma de responder se um filho de um padre ou uma mãe se apresentarem na ordem. Isto significa que mais de 200 mil padres em todo o mundo estão hoje a operar segundo estas recomendações”, destaca o criador da plataforma.
“Também a Comissão Pontifícia para a Proteção dos Menores concordou em criar medidas de salvaguarda dos menores em conjunto com a Coping International”, tendo em conta o documento dos bispos da Irlanda. Esta comissão confirmou também ao Observador estar “a ter em conta” a norma da Conferência Episcopal Irlandesa na elaboração de normas de conduta sobre este assunto, tarefa atribuída pelo Papa Francisco à comissão.
Do Vaticano, porém, ainda não há uma posição oficial sobre o assunto. Em setembro deste ano expirava o prazo de três anos dado pelo Comité das Nações Unidas para os Direitos das Crianças ao Vaticano para identificar todas as situações de padres com filhos e para tomar medidas que garantissem o bem estar das crianças envolvidas. Mas o relatório ainda não chegou. Contactada pelo Observador, a representação do Vaticano junto das Nações Unidas confirmou que o relatório está a ser feito, mas não adiantou se será entregue em breve ou não nem comentou o conteúdo do documento, justificando que se trata de “um assunto delicado”.
Mas, para Vincent Doyle, os números não são o mais importante. “Muita gente pergunta ‘quantos filhos de padres existem?’. A questão é ilógica, é impossível saber”, considera Doyle. Mais: “É uma moeda de duas faces”. “Aqueles que querem o silêncio sobre isto dizem que são muito poucos, que o número é muito baixo. Os que estão no lado oposto dizem que os números são enormes. O que é que podemos dizer? Podemos dizer que os filhos de padres existem, isto é um facto. Focar-se em números, apesar de eles serem importantes, é falhar um aspeto importante, que é o sofrimento daqueles que existem”, lamenta Doyle.
“Pela minha parte, sei que os filhos de padres existem e quero fazer do mundo um lugar melhor para eles”, resume o irlandês, que quer ver o Papa Francisco ser mais ativo na forma como lida com esta questão. “Tem feito muito nos bastidores e agradeço-lhe por isso”, garante Doyle. Mas é tempo de agir publicamente e o irlandês quer ouvir da boca do Papa as palavras “filho de um padre”. “Enquanto se mantiver em silêncio sobre este assunto, por cada dia que não mencionar este assunto, é mais um dia em que a Igreja pode fazer o mesmo.”