A maior revolução de 2016 passou na televisão — mas foi no Twitter que ela aconteceu. Donald Trump, o improvável vencedor das eleições presidenciais dos EUA, soube usar a televisão a seu favor como poucos políticos norte-americanos o fizeram até hoje. Porém, foi no Twitter que o milionário nova-iorquino mais se destacou.

O Twitter foi o verdadeiro Speakers’ Corner de Donald Trump — e houve muitos que foram até lá só para ouvi-lo. Quando anunciou a sua candidatura à presidência dos EUA em junho de 2015, tinha quase 3 milhões de seguidores. Em novembro de 2016, quando venceu as eleições, a conta já passava dos 13 milhões. À data de publicação deste especial, já são mais de 17 milhões as pessoas que ali vão para saber o que pensa este homem sobre o mundo e o que pretende fazer com ele.

Têm razões para isso: praticamente todas as decisões importantes de Trump são primeiro anunciadas pelo próprio na sua conta de Twitter.

Para revisitar a caminhada de Donald Trump até à Casa Branca, o Observador — que o elegeu Figura do Ano na área internacional — foi ler a sua longa lista de tweets desde o anúncio da candidatura até à vitória eleitoral e fez uma seleção dos principais momentos da campanha. Ao todo, são 67 mensagens de insultos, ataques, defesas, e, de vez em quando, alguma política. É a antologia do homem que, a partir de 20 de janeiro de 2017, vai ser o 45.º Presidente dos EUA.

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“Sou oficialmente candidato a Presidente dos Estados Unidos”

É assim que Donald Trump, o famoso milionário nova-iorquino e estrela de reality-shows, anuncia a sua candidatura ao mais alto cargo da política norte-americana. Tudo isto já era mais do que esperado — depois de andar a ponderar esta jogada desde os anos 1980, Donald Trump não falava de outra coisa nas redes sociais nas últimas semanas, onde fez alarde do anúncio que tinha para fazer a 16 de junho de 2015.

Fá-lo na Trump Tower, a sua morada oficial em Nova Iorque, depois de descer juntamente com a sua mulher, Melania, as escadas rolantes daquele prédio ao som da música “Rockin’ In The Free World”, de Neil Young.

Discursa durante cerca de 40 minutos. Mas basta apenas um minuto para começar a falar da China, do Japão e do México. Sobre este último, refere os imigrantes que dali saem para irem para os EUA, dizendo que aquele país da América Central está “a trazer drogas, estão a trazer crime, estão a trazer violadores”. Logo a seguir, diz: “E alguns, presumo eu, são boas pessoas”. Mas poucos ouviram esta segunda parte — a primeira é a que verdadeiramente fica para a História, moldando a partir daí uma campanha à qual muito poucos dão o merecido valor nesta altura.

“A Hillary Clinton atingiu um novo baixo”

Poucos dias de anunciar a sua candidatura, um atirador mata nove pessoas numa igreja em Charleston, na Carolina do Sul, frequentada quase exclusivamente por afro-americanos. O homicida, soube-se mais tarde, queria matar negros. Reagindo à tragédia, a então já candidata às primárias do Partido Democrata Hillary Clinton diz que é preciso falar sobre racismo e acusa os seus adversários de não o fazerem. E, mesmo sem pronunciar o seu nome, falou de Donald Trump. “Como, por exemplo, um candidato que recentemente entrou na campanha presidencial republicana e disse coisas muito inflamadas sobre mexicanos”, disse a ex-Secretária de Estado. “Toda a gente devia erguer-se e dizer que isso não é aceitável.”

Donald Trump repudia estas palavras, que diz serem “um novo baixo” de Hillary Clinton.

“Parem de dizer que eu fui à falência. Eu nunca fui à falência, mas como tantos grandes empresários usei as leis para ter vantagens empresariais — inteligente!”

Entre outras coisas, o nome de Donald Trump sempre foi associado a riqueza e a luxo. Porém, o seu percurso empresarial não se fez sem sobressaltos nem solavancos — e para contar essa história estão as várias ocasiões em que declarou falência nalgumas das suas empresas.

O sucesso e a riqueza de Donald Trump são agora questionados diariamente à medida que a sua campanha avança e ele se gaba o seu sucesso no mundo dos negócios.

“Drogados, traficantes de drogas, violadores e assassinos estão a entrar pela nossa fronteira a Sul. Quando é que os EUA vão ser inteligentes e parar este embuste?”

A 20 de junho, apenas cinco dias após o seu discurso de candidatura, Donald Trump torna a referir-se à fronteira e à imigração e diz que o país está a deixar entrar vários tipos de criminosos. É a prova de que a segurança e a imigração são temas que não só não vai retirar do seu leque de argumentos como serão as suas maiores armas.

“FELIZ 4 DE JULHO A TODOS! VAMOS TORNAR A AMÉRICA GRANDIOSA DE NOVO”

Donald Trump festeja o primeiro 4 de julho (dia em que, no ano de 1776, foi declarada a independência dos EUA do Reino Unido) da sua campanha.

“O irmão do Jeb, George, insistiu num pagamento de 100 mil dólares e de um avião privado de 20 mil dólares para falar num evento de caridade para veteranos de guerra gravemente feridos. Não é bonito!”

Começam os ataques a Jeb Bush, o ex-governador da Florida e o elemento mais desconhecido de uma linhagem política bem célebre: a dos Bush. No início da campanha, Jeb Bush é uma das principais apostas dos financiadores de campanhas mais conservadores, que investiram fortemente nele.

Donald Trump escolhe-o como alvo prioritário logo desde cedo — e assim que se sabe que George W. Bush, o irmão de Jeb, cobrara 100 mil dólares para discursar perante um grupo de veteranos (um organizador do evento diz na altura que o preço é “ótimo” porque habitualmente ele cobra 250 mil dólares), o nova-iorquino não deixa escapar a oportunidade para o atacar.

“Acabem com as zonas de armas proibidas. Os quatro ótimos fuzileiros que foram alvejados nunca tiveram hipóteses. Eles eram altamente treinados mas incapazes sem armas”

Ao saber do tiroteio em que Mohammad Youssuf Abdulazeez matou quatro fuzileiros em Chattanooga, no Tennessee, Donald Trump pega num dos temas mais caros ao Partido Republicano: o direito às armas e a abolição de zonas onde o uso e porte de armas de fogo é vedado.

“A palhaça liberal Arianna Huffington disse aos seus lacaios no perdedor de dinheiro Huffington Post para me cobrirem como entretenimento. Eu estou em primeiro na sondagem do Huffington Post”

Outra pedra do establishment que Donald Trump procura empurrar pela ravina abaixo são os media. Depois de o Huffington Post ter anunciado que todas as notícias sobre Donald Trump passariam a figurar na secção de Entretenimento e não de Política daquele jornal, o candidato republicano diz que este jornal é um “perdedor de dinheiro” e que a sua fundadora, Ariana Huffington, é uma “palhaça liberal”.

“Uau, a Megyn Kelly foi péssima hoje à noite. As pessoas estão a passar-se no Twitter. É engraçado de ver”

Já dá para perceber que uma das imagens de marca de Donald Trump durante a campanha é a sua postura nos debates. Um dos momentos mais tensos dá-se quando a moderadora Megyn Kelly confronta Donald Trump com alguns dos seus tweets dirigidos a mulheres em que disse serem “porcas” ou “desleixadas”. Ao ser confrontado com isto, o candidato às primárias republicanas responde com um piada: “Só [chamei isso] à Rosie O’Donnel”.

Dias depois, à CNN, Donald Trump insinua que Megyn Kelly lhe fez aquela pergunta porque estava menstruada. “Ela tinha sangue a sair dos olhos, tinha sangue a sair da sua não-sei-quê”, diz.

“O meu chapéu oficial Make America Great Again está disponível online”

Afinal, este é um homem com olho para o negócio. Por isso, depois de repetir várias vezes o seu slogan de campanha, estampa-o em bonés brancos ou vermelhos e começa a vendê-los como merchandising.

“Na capa da revista TIME — que honra!”

Donald Trump é capa da revista Time — a primeira de três até às eleições presidenciais de 8 de novembro do ano seguinte. Desta vez, a sua fotografia é acompanhada pelo título: “Deal with it”. Algo como “lidem com isso” ou, mais esticado, “aguentem-se à bronca”.

“150 emails de Clinton ainda têm informação classificada. É ainda mais delicado por ela ter sido Secretária de Estado. Isto é enorme”

Uma das armas de arremesso de Donald Trump — e não só — contra Hillary Clinton é o seu uso de uma conta de email privada em vez de uma oficial durante os anos em que foi Secretária de Estado, podendo ter colocado informação secreta em perigo. Para Donald Trump, “isto é enorme”.

“Hillary Clinton fez um discurso hoje usando o maior teleponto que eu alguma vez vi. Na verdade, nem sequer era vidro transparente, era preto”

Desde cedo Donald Trump orgulhou-se de raramente usar um teleponto para fazer os seus discursos — o que, repetidas vezes, causou o desespero da sua equipa de campanha de cada vez que a ausência do texto o levava a derivar e a cometer gaffes. Ainda assim, o facto de falar sem um teleponto ajudou a criar a ideia de ele ser um homem honesto e genuíno. “Ele diz as coisas como são”, diziam repetidamente os seus apoiantes.

“Estou tão feliz pelo anúncio da minha filha Ivanka Trump, que vai ter um bebé na primavera. Parabéns!”

Ivanka Trump, a filha mais velha de Donald Trump, engravida. O seu marido, Jared Kushner, e os dois irmãos mais velhos — Donald Trump Jr. e Eric Trump — já são nesta altura figuras de destaque na campanha do candidato às primárias do Partido Republicano.

“Putin não está nem nervoso nem assustado”

Assim comenta Donald Trump o debate entre os candidatos às eleições primárias do Partido Democrata: Hillary Clinton, Bernie Sanders e Martin O’Malley.

“O jovem estagiário que acidentalmente fez um Retweet pede desculpa”

Nesta altura, Donald Trump não está à frente nas sondagens no Iowa, o primeiro estado a votar nas eleições primárias, através do sistema de caucus. No Twitter, um apoiante de Donald Trump sugere se isso não se deve a “problemas no cérebro” dos cidadãos do Iowa, apontando o consumo excessivo milho — que ali é cultivado em abundância — transgénico como causa.

Pouco depois, a mensagem é apagada e é escrito um pedido de desculpas.

“As minhas orações estão com as vítimas e reféns nos horríveis ataques de Paris. Que Deus esteja convosco”

Poucas horas depois das primeiras notícias dos atentados de Paris de 13 de novembro — com 130 mortos, são dos mais mortíferos de sempre na Europa —, Donald Trump expressa as suas condolências.

“O Presidente Obama disse que o ‘Estado Islâmico continua a diminuir’ numa entrevista horas apenas antes do terrível ataque em Paris. Ele é tão mau! MUDANÇA”

A seguir aos atentados, parte para o ataque — e contra Barack Obama. Na manhã que antecedeu os atentados, o Presidente dos EUA falava do Estado Islâmico numa entrevista à ABC. “Desde o início o nossso objetivo tem sido conter [o Estado Islâmico] e nós conseguimos contê-los”, disse, referindo-se naquela altura à região do Médio Oriente.

“Refugiados da Síria estão a entrar pelo nosso grande país adentro. Quem é que sabe quem eles são? Alguns podem ser do Estado Islâmico. Será o nosso Presidente louco?”

Donald Trump nunca foi a favor da entrada de refugiados nos EUA — e muitas vezes quis passar a imagem de que estes estavam a entrar em grande quantidade no país. O facto é que, em agosto de 2016, apenas 10 mil refugiados sírios estavam registados em solo norte-americano.

Seja como for, esta é uma ideia na qual ele insiste com maior fervor após os ataques de Paris, depois de surgirem suspeitas de os bombistas de 13 de novembro terem chegado à Europa através da Síria.

“Acabei de fazer um discurso com uma medida muito importante sobre o extraordinário fluxo de ódio e perigo a entrar no nosso país. Temos de estar atentos!”

Depois de a 2 de dezembro um casal que dizia ter jurado fidelidade ao Estado Islâmico ter matado 14 pessoas a tiro num centro comercial em San Bernardino, na Califórnia, Donald Trump faz um discurso onde marca uma posição polémica: “Donald J. Trump apela a um encerramento total e completo de muçulmanos a entrarem nos Estados Unidos até que os governantes do nosso país possam percebem que raio se está a passar”.

“Ted Cruz disse que ‘não sabia’ que era um cidadão do Canadá. Ele também se ESQUECEU de declarar os papéis dos seus milhões de dólares de empréstimos do Goldman Sachs. Não é credível”

Em janeiro, com as primárias do Iowa na calha, Donald Trump olha para as sondagens e vê que Ted Cruz — com o qual tinha até então uma espécie de pacto de não-agressão — vai bem colocado nas sondagens e reage. Uma das coisas que lhe atira à cara é o facto de ter nascido no Canadá e só depois ter tido nacionalidade norte-americana. Outra, é a ligação à banca — a sua mulher, Heidi Cruz, trabalhava para o Goldman Sachs.

Além de Marco Rubio e Jeb Bush, o senador texano passa agora a ser um dos principais alvos do magnata nova-iorquino.

“Começa tudo hoje — VAMOS FINALMENTE TER O NOSSO PAÍS DE VOLTA E TORNAR A AMÉRICA GRANDIOSA OUTRA VEZ!”

Dia 1 de fevereiro marca o início oficial das eleições primárias do Partido Republicano (e do Partido Democrata, também), com a abertura do caucus no Iowa.

“Porque me disseram que eu não me ia dar bem no Iowa, gastei muito pouco dinheiro lá — uma fração do que gastaram Cruz e Rubio. Acabei num segundo sólido lugar. Grande honra”

Depois de ter todas as luzes viradas para si, Donald Trump acaba em segundo lugar no Iowa, com 24,3%. Em primeiro lugar fica Ted Cruz, com 27,7%. O “segundo sólido lugar” que refere é um exagero de Donald Trump, já que Marco Rubio teve 23,1% e o mesmo número de delegados — sete.

“Obrigado, New Hampshire! De saída com a minha família incrível!”

À segunda é de vez e em grande escala: Donald Trump vence as primárias do New Hampshire, conquistando 35,3% dos votos e 11 delegados — mais do que todos os seus adversários juntos. Começa aqui a caminhada triunfal de Donald Trump, por mais sobressaltos que esta venha a ter.

“Questiono-me se o Presidente Obama teria ido ao funeral do juíz [do Supremo Tribunal] Scalia se ele tivesse sido numa mesquita. Muito triste ele não ter ido!”

Em fevereiro, a política norte-americana fica marcada pela morte do juiz Antonin Scalia, provavelmente o membro mais conservador do Supremo Tribunal. A morte do homem que fora nomeado para o cargo por Ronald Reagan em 1986 abre uma vaga no mais importante tribunal dos EUA — e a sua substituição passa a ser um tema central de campanha nos dois partidos.

Apesar de ter estado presente numa cerimónia no Supremo Tribunal em honra de Antonin Scalia, Barack Obama não vai ao seu funeral. Depois disto, o Congresso cortar-lhe-ia todos os caminhos para nomear o próximo juiz do Supremo Tribunal — uma decisão que poderia ter eliminado o desequilíbrio pró-conservador que aquele órgão tinha até então.

“O peso leve Marco Rubio parece um rapazinho no palco. Não chega para ser Presidente!”

Já com as primárias em andamento, os debates entre republicanos são frequentes e, acima de tudo, agressivos. Donald Trump é quem mais se destaca no tom alargadamente hostil — e Marco Rubio torna-se numa das suas maiores vítimas. O senador da Flórida acaba por morder o isco, entrando numa disputa juvenil em que discute o tamanho das mãos — e a influência que isso pode ter no tamanho do pénis — de Donald Trump.

“Porque é que o Mitt Romney IMPLOROU pelo meu apoio há quatro anos?”

Dois dias depois de Donald Trump ter sido o grande vencedor da Super Tuesday — o dia em que 15 estados têm primárias — e de se ter tornado o favorito para conseguir a nomeação do Partido Republicano, um dos barões do partido assume uma posição pública. Mitt Romney, candidato republicano derrotado nas presidenciais por Barack Obama em 2012, faz um discurso marcadamente crítico de Donald Trump, a quem chamou de “aldrabão, falso e fraude”.

“Foi a gente de Clinton e de Sanders que interrompeu o meu comício em Chicago — e agora dizem que eu tenho de falar com a minha gente. Políticos falsos!”

A 11 de março, Donald Trump é obrigado a cancelar um comício depois de ter havido confrontos no exterior da Universidade de Chicago entre alguns dos seus apoiantes e manifestantes anti-Trump.

“Obrigado, Flórida!”

Donald Trump vence, a par de outros estados, a importante Flórida. Marco Rubio, que além de ter nascido e sido criado naquele estado também é seu senador, desiste da corrida.

“Obama soa ridículo a fazer o discurso sobre Cuba com o que se está a passar em Bruxelas. Está a ser muito maltratado!”

Em março, Barack Obama faz uma visita história a Cuba, depois de terem sido reatadas as relações diplomáticas entre Washington e Havana. Do lado norte-americano, a posição é tomada por ordem executiva de Barack Obama — e Donald Trump diz que o “negócio” é mau e que ele seria capaz de melhor.

Enquanto Barack Obama está em Havana, as atenções do mundo viram-se para Bruxelas, palco de novo atentado terrorista reivindicado pelo Estado Islâmico. Donald Trump exige-lhe que volte imediatamente os EUA.

“O Mentiroso Ted Cruz agora está a tentar convencer as pessoas que os seus problemas com a National Enquirer foram causados por mim. Eu não tive NADA a ver com o artigo!”

Agora que Jeb Bush e Marco Rubio já saíram do caminho, Donald Trump tem mais tempo para se concentrar em atacar Ted Cruz. Em março, a revista de mexericos National Enquirer publica um artigo onde estabelece uma ligação entre o pai de Ted Cruz — uma presença assídua nos comícios do filho — e Lee Harvey Oswald, o homem que matou John F. Kennedy.

No Twitter, Donald Trump diz que não tem nada a ver com o artigo. Ainda assim, na Fox News, levanta esse assunto. “O pai dele esteve com o Lee Harvey Oswald antes de ele ser abatido”, disse numa entrevista por telefone. “Isto é tudo ridículo.”

“Acabei de ter um encontro muito agradável com Reince Priebus e com o Partido Republicano. Estou desejoso de poder unir o partido — e isso vai acontecer!”

À medida que Donald Trump se aproxima da vitória nas primárias, o establishment do Partido Republicano tenta estender-lhe a mão. O gesto é feito diretamente pelo então líder do Comité Nacional Republicano, que na prática é o presidente do partido. (Spoiler alert: Já depois de vencer as eleições presidenciais, Donald Trump convida-o para ser seu chefe de gabinete).

“Obrigado, Nova Iorque, nunca vou esquecer!”

Donald Trump vence as primárias no seu estado-natal com facilidade. A ocasião é festejada na Trump Tower, onde o candidato discursa, fazendo lembrar o discurso com que inaugurou a sua campanha há mais de 10 meses.

“Ted cruz está matematicamente impossibilitado de ganhar a corrida. Agora só consegue estragar tudo, o que nunca é uma coisa bonita para se fazer. Eu vou derrotar a Hillary!”

Além de mais uma subida no número de delegados para Donald Trump, a vitória em Nova Iorque significa ainda uma outra coisa: Ted Cruz já não consegue chegar aos 1.237 delegados. Assim, se quiser derrotar Donald Trump, terá de conseguir atrair delegados de outros candidatos na Convenção do Partido Republicano, agendada para julho.

“Bernie Sanders tem sido terrivelmente tratado pelos democratas — com os delegados e não só. Ele devia mostrar-lhes como é e candidatar-se como independente!”

Apesar de ter a língua afiada para Hillary Clinton, Donald Trump adota uma postura bastante mais diplomática em relação a Bernie Sanders. Só de vez em quando foge a essa regra e dá-lhe a alcunha “maluco”.

“Agora já temos 1001 delegados. Vamos ganhar à primeira votação e não vamos gastar tempo e esforços noutras votações porque o sistema está manipulado!”

Donald Trump está cada vez mais perto dos 1.237 delegados necessários para ser indiscutivelmente o nomeado do Partido Republicano. Aquém dessa barreira, discute-se um pouco por todo o Partido Republicano as possibilidades de uma convenção disputada. Este barulho de fundo leva-o a dizer que “o sistema está manipulado”. Uma afirmação que virá a repetir várias vezes nos meses que se seguem.

“A Hillary Trapaceira simplesmente não consegue chegar a um acordo com o Bernie. Vai ser o mesmo com o Estado Islâmico, com a China no comércio e com o México na fronteira. MAU!”

Enquanto no Partido Republicano se fala de uma convenção disputada em julho, no Partido Democrata Bernie Sanders continua a resistir apesar do progresso gradual mas irreversível de Hillary Clinton na contagem de delegados e superdelegados. Ainda assim, o senador do Vermont não dá a mão à sua adversária. Donald Trump aproveita para dizer que, ao contrário da sua adversária, é um homem de negócios que sabe chegar a acordos.

“Ótima reunião com Mitch McConnell e líderes republicanos em D.C.”

O milionário nova-iorquino reúne-se de novo com figuras importantes do estalishment do Partido Republicano — desta vez com Mitch McConnell, líder republicano no Senado, que foi várias vezes uma voz crítica em relação a Donald Trump. Seja como for, tentam passar uma imagem de coesão partidária.

“Pronto, já está. Bem feito, Megyn — e foram felizes para sempre! Agora vamos ver como é que ‘O MOVIMENTO’ se dá em Oregon hoje à noite!”

Donald Trump é entrevistado por Megyn Kelly, a jornalista da Fox News com quem teve uma série de disputas até então, começando num debate em agosto.

“Hoje, todos juntos, ganhámos a nomeação republicana para Presidente!”

A 26 de maio, Donald Trump consegue finalmente aquilo que tanto queria: os 1.237 delegados. É este o número mágico para ir à Convenção do Partido Republicano sem problemas e desafios à vista, uma vez que é mais de metade dos delegados.

“A Hillary Trapaceira é uma fraude que colocou as pessoas e o país em risco por causa do seu uso ilegal e muito estúpido de emails. Há muitos em falta!”

Agora que tem o caminho livre no Partido Republicano, Donald Trump aposta mais do que nunca na condenação pública de Hillary Clinton e do seu uso de um email alojado num servidor pessoal enquanto foi Secretária de Estado. Ainda não se sabe se Hillary Clinton vai ser condenada por isso — e Donald Trump não perde a esperança.

“Bernie Sanders não deve gostar mesmo nada da Hillary Trapaceira depois da maneira como ela o enganhou. Muitos dos seus apoiantes, por causa do comércio, virão para o meu lado”

Nesta altura, Bernie Sanders já não tem esperanças de ganhar a nomeação. À medida que no Partido Democrata se amontoam dúvidas em relação ao processo eleitoral — sobretudo por causa da questão dos superdelegados, que ao contrário dos delegados não são eleitos pelo povo e têm liberdade de voto — nas eleições primárias, Donald Trump começa a piscar o olho aos seus apoiantes, maioritariamente jovens mas também alguns de classe trabalhadora.

“Obama acabou de apoiar a Hillary Trapaceira. Ele quer mais quatro anos de Obama — mas mais ninguém quer!”

Cumprindo a sua promessa de apenas apoiar um candidato do Partido Democrata quando as primárias já estivessem decididas, Barack Obama declara agora o seu apoio à sua ex-Secretária de Estado. Donald Trump cola-os um ao outro, sublinhando que Hillary Clinton são “mais quatro anos de Obama”, algo que “ninguém” quer.

“Incidente horroroso na Flórida. Estou a rezar pelas vítimas e pelas suas famílias. Quando é que isto vai parar? Quando é que vamos ser duros, inteligentes e vigilantes?”

A 12 de junho, um atirador islamista que jurou fidelidade ao Estado Islâmico irrompe na discoteca gay Pulse, em Orlando, na Flórida, e mata 49 pessoas. É o maior tiroteio de sempre nos EUA e Donald Trump insiste que este seja tratado como um “terrorismo do islamismo radical”. E critica Barack Obama por não usar essa expressão.

“Muitas pessoas estão a equiparar o BREXIT, e o que se passou no Reino Unido, com o que se está a passar nos EUA. As pessoas querem o seu país de volta!”

Donald Trump vai à Escócia inaugurar um campo de golfe — mas a data não é inocente. Quando lá chega, vota-se para o referendo que acabou por decidir o Brexit. Perante a vitória do “Sair”, Donald Trump — que é bastante próximo de Nigel Farage, do UKIP, com quem partilha várias opiniões —regojiza-se com o resultado.

“Acabou de ser anunciado — por fontes — que não vai haver condenações contra Hillary Trapaceira. Como eu disse, o sistema está totalmente manipulado!”

Após recomendação do diretor do FBI, James Comey, a procuradora-geral dos EUA Loretta Lynch anuncia que a justiça norte-americana não vai apresentar nenhum processo contra Hillary Clinton por esta ter usado uma conta de email privada para tratar de assuntos relacionados com as suas funções de Secretária de Estado.

Cinco dias antes desta decisão, Bill Clinton teve um encontro de cerca de trinta minutos com Loretta Lynch num aeroporto em Phoenix. A reunião, que os dois disseram ter sido acidental e durante a qual alegaram não terem falado sobre o caso dos emails, manchou a decisão de Loretta Lynch e mereceu as críticas de vários setores do Partido Republicano.

“Obrigado, Speaker!”

Após algumas falsas partidas, e apenas com a mediação do presidente do Comité Nacional Republicano, Donald Trump e Paul Ryan, speaker dos republicanos no Congresso, sentaram-se à mesma mesa. A 11 dias do primeiro dia da Convenção do Partido Republicano, Paul Ryan falou de um “ótimo encontro” com Donald Trump.

“Mais um ataque horroroso, desta vez em Nice, França. Há muitos mortos e feridos. Quando é que vamos aprender? Só está a piorar”

Donald Trump reage ao atentado terrorista de Nice, onde morreram 86 pessoas e ficaram feridas mais de 400, depois de um homem que jurou fidelidade ao Estado Islâmico ter conduzido um camião contra uma multidão.

“Tenho o prazer de anunciar que escolhi o governador Mike Pence como meu candidato a vice-Presidente”

Donald Trump escolhe o governador do Indiana como seu parceiro para concorrer à Casa Branca. A escolha cai bem dentro do Partido Republicano: Mike Pence, que apoiara Ted Cruz nas primárias, é um conservador sólido e tem um estilo calmo e nada exuberante, ao contrário de Donald Trump.

“Os media estão a gastar mais tempo a fazer uma análise forense ao discurso da Melania do que o FBI gastou nos emails da Hillary”

Começa a Convenção do Partido Republicano e o primeiro dia fica marcado pelo discurso de Melania Trump, mulher do candidato republicano. O discurso é bem recebido durante algumas horas, mas depois alguém descobre que existem várias semelhanças entre o discurso de Melania Trump e outro que a atual primeira-dama, Michelle Obama, fez em 2008 na Convenção do Partido Democrata.

O caso é encerrado quando a pessoa da equipa de Donald Trump responsável por escrever o discurso assume o erro — Melania Trump terá pedido para ela se inspirar em Michelle Obama — e diz ter copiado sem intenção o discurso da mulher de Barack Obama.

Enquanto isso, a Convenção do Partido Republicano é marcada pela ausência de figuras de proa do partido (de todos os candidatos presidenciais e ex-Presidentes republicanos que ainda estão vivos, só Bob Dole esteve presente) e pelos discursos acesamente hostis a Hillary Clinton. “Prendam-na!” é o slogan que mais vezes foi repetido naqueles quatro dias.

“Obrigado, Cleveland. Amo-vos e estarei de volta muitas vezes!”

Termina a Convenção do Partido Republicano. Donald Trump promete voltar — uma promessa que irá certamente cumprir, uma vez que o Ohio (estado onde fica Cleveland) é, a par da Flórida, um dos mais importantes em eleições presidenciais nos EUA.

“É engraçado como o decadente New York Times está a tentar avançar a narrativa de a Rússia trabalhar comigo porque Putin disse ‘Trump é um génio’. A América em primeiro lugar!”

Está a decorrer a Convenção do Partido Democrata e um dos maiores factos a emergir daquele evento de quatro dias em Filadélfia é a demissão de Debbie Wasserman Schulz, a presidente do Comité Nacional Democrata, que abandonou o cargo depois de terem sido divulgados emails onde foi apanhada a favorecer a campanha de Hillary Clinton durante as primárias, em detrimento de Bernie Sanders.

A divulgação desses emails foi investigada e, nesta altura, as suspeitas de que a Rússia quereria influenciar as eleições a favor de Donald Trump aumentam. O The New York Times, entre outros media, escreveu um artigo que lançava algumas dúvidas sobre esse processo.

Nesse mesmo dia, Donald Trump diz algo numa conferência de imprensa que foi interpretado como um sinal de encorajamento ao Kremlin para infiltrar as contas do Partido Democrata, sobretudo de Hillary Clinton. “Eles provavelmente têm os 33 mil emails que ela perdeu. Rússia, se estão a ouvir, eu espero que conseguiam encontrar os 33 mil emails que estão desaparecidos. Acho que provavelmente serão imensamente recompensados pela nossa imprensa”, disse.

“Fui violentamente atacado pelo senhor Khan na Convenção Democrata. Não tenho o direito de lhe responder? Hillary votou a favor da guerra no Iraque, eu não!”

Entre os discursos da Convenção do Partido Democrata, nenhum atingiu tanto Donald Trump como aquele que foi feito por Khizr Khan, um imigrante cujo filho, um muçulmano, morreu em combate no exército dos EUA no Iraque. “Alguma vez leu a Constituição dos EUA?”, perguntou o advogado a Donald Trump, segurando uma versão de bolso da lei fundamental norte-americana.

Donald Trump teve várias reações ao momento, que saíram a conta-gotas. Numa delas, referiu o facto de a mulher de Khizr Khan ter estado ao lado do marido durante todo o discurso sem dizer nada .”Se olharmos para a mulher dele, ela estava ali, sem dizer nada. Provavelmente… Talvez não lhe tenham deixado dizer nada”, comenta.

Segue-se uma troca de palavras entre Donald Trump e a família Khan que prejudica os números do candidato republicano, que chega a ficar a 14 pontos percentuais de Hillary Clinton nas sondagens.

“Os media estão desesperados a distrair as pessoas da posição anti-2ª emenda de Clinton. Eu disse que os cidadãos a favor da 2ª emenda se devem organizar e votar para salvar a nossa Constituição”

Num discurso feito de improviso, Donald Trump diz que “talvez haja maneira” de impedir Hillary Clinton, caso ganhe as eleições, de nomear juízes que acabem com a Segunda Emenda, que fala no direito às armas. A declaração é interpretada por muitos como um convite a um assassinato da candidata democrata a partir do momento em que esta chegasse à Casa Branca.

“Hillary Clinton acaba de ter o seu momento dos 47%. Que coisa terrível para se dizer sobre tantos americanos excelentes”

Tal como Mitt Romney fez em 2012 — quando, num discurso num evento privado, disse que 47% da população iria votar sempre em Obama porque acham que são “vítimas” e “têm direito a tratamentos de saúde, a comida, a habitação e a seja lá o que for” —, Hillary Clinton caiu no erro de chamar “deploráveis” a metade dos apoiantes de Donald Trump.

“Podemos pôr metade dos apoiantes de Trump naquilo que chamo de ‘cesto dos deploráveis'”, disse. “São racistas, sexistas, homofóbicos, xenófobos, islamofóbicos, isso tudo, e infelizmente há pessoas assim e ele levantou-as, ele deu-lhes voz.”

Em resposta, muitos apoiantes de Donald Trump mudam os seus nomes nas redes sociais para “Deplorável”. Hillary Clinton viria a pedir desculpa por estas palavras mais tarde.

“Nada sobre os emails. Nada sobre a corrupção na Fundação Clinton. E nada sobre Benghazi”

Depois do primeiro debate a sós contra Hillary Clinton, Donald Trump queixa-se do trabalhado do moderador, o jornalista da NBC Lester Holt. A verdade é que o encontro não correu bem a Donald Trump, que demonstrou um grau de preparação inferior e provou ser facilmente irritável — sobretudo quando Hillary falou de Alicia Machado, uma ex-Miss Universo venezuelana a quem Donald Trump terá chamado de “porca gorda” depois de esta ter ganhado peso.

“Será que a Hillary Trapaceira ajudou a nojenta (vejam a gravação de sexo e o passado) Alicia Machado a tornar-se uma cidadã dos EUA para poder usá-la no debate?”

No meio de um turbilhão de má imprensa, com as gaffes de Donald Trump a serem tema de discussão constante, o candidato republicano escreve um tweet às 3h30 da manhã a insultar Alicia Machado.

“Aqui está o meu comunicado”

É o pior momento da campanha de Donald Trump. A um mês das eleições, e a dois dias do próximo debate contra Hillary Clinton, surge uma gravação de 2005 onde Donald Trump se gabava de “agarrar” as mulheres pelos genitais sem lhes pedir autorização. “Quando és famoso, elas deixam-te fazer tudo”, diz em conversa nessa gravação.

Segue-se uma avalanche de críticas de cidadãos e personalidades a criticarem aquelas palavras — inclusive pessoas próximas de Donald Trump. Alguns dirigentes do Partido Republicano dizem que não o apoiam mais. Paul Ryan, speaker do Congresso e o republicano com o cargo elegível mais alto de todos, diz que não vai voltar a apoiar Donald Trump ou a fazer campanha a favor dele.

“Nunca houve ninguém tão abusivo para mulheres na política do que Bill Clinton. As minhas palavras foram infelizes — mas as ações dos Clinton foram bem piores”

Depois de ter referido que as suas palavras não passaram disso — palavras, apenas —, Donald Trump acusa Bill Clinton de ser um violador em série. Menos de hora antes de debater com Hillary Clinton, faz uma conferência de imprensa surpresa com três mulheres que acusam Bill Clinton de violação e que dizem que Hillary ajudou a esconder as suas agressões. Além disso, também deu palavra a uma mulher que foi violada por um homem que Hillary defendeu em tribunal.

“A história falsa escrita no decadente The New York Times é uma MENTIRA TOTAL. Foi escrito pelas mesmas pessoas que fizeram a última história sobre mulheres que foi desmentida. VEJAM!”

No segundo debate presidencial, depois de uma notória insistência do moderador Anderson Cooper, Donald Trump garantiu que nunca tinha feito as coisas de que se gabava naquele vídeo. Em reação, duas mulheres contactaram o The New York Times e disseram que ele as tinha assediado sexualmente.

Donald Trump negou qualquer acusação.

“A WikiLeaks prova que até a equipa de campanha de Clinton que a Trapaceira não lidou corretamente com informação classificada, mas ninguém é arguido? MANIPULADO!”

A recuperação de Donald Trump já está em curso. A 7 de outubro, o site WikiLeaks, de Julian Assange, publica uma lista de milhares de emails que pertenciam à conta de John Podesta, antigo chefe de gabinete de Bill Clinton e diretor de campanha de Hillary. Muitos são inofensivos, mas outros são comprometedores. Assim que o escândalo da gravação de 2005 de Donald Trump começa a acalmar, as notícias relacionadas com esta fuga de informação com a chancela da WikiLeaks começam a ganhar relevância.

Nesta fase, Donald Trump é claro em dizer que Hillary Clinton “devia ir para a prisão”.

“Isto foi muito entusiasmante. Disse tudo o que queria. VAMOS TORNAR A AMÉRICA GRANDE DE NOVO!”

Depois do terceiro debate frente a Hillary Clinton, Donald Trump demonstra-se satisfeito. Ainda assim, as sondagens voltam a dizer que a democrata foi a vencedora do último encontro entre candidatos — mas com uma margem de vitória menor do que nos outros dois embates.

“Hillary e os democratas adoraram e veneraram o diretor do FBI Comey até há alguns dias. As provas iniciais era demasiadas, [o processo] não se devia ter adiado!”

Alguns dirão que é a partir daqui que Hillary Clinton perde as eleições presidenciais. A 28 de outubro, o diretor do FBI, James Comey, envia uma nota interna para informar que a investigação em torno dos emails de Hillary Clinton foi reaberta depois de terem sido encontradas pistas no computador de Anthony Weiner — congressista democrata investigado por pedofilia e que até há pouco tempo era casado com Huma Abedin, uma das pessoas mais próximas de Hillary Clinton em toda a sua equipa.

Do lado de Donald Trump, há cada vez menos problemas em dizer que Hillary Clinton devia ir presa. Além dos seus apoiantes e seguidores, o seu círculo mais próximo (Rudy Giuliani, Newt Gingrich, Chris Christie) di-lo diariamente em programas de televisão.

“A nossa recuperação americana começa a 8 de novembro de 2016, vamos TORNAR A AMÉRICA SEGURA E GRANDIOSA de novo para todos!”

Está quase. Falta um dia para as eleições e Donald Trump está próximo de Hillary Clinton nos números nacionais. E, ao contrário do que acontecia há pouco tempo, várias sondagens colocam-no à frente na Pensilvânia e na Flórida.

No último dia de campanha, Donald Trump faz discursos em cinco estados — Flórida, Carolina do Norte, Pensilvânia, New Hampshire e Michigan. O último acaba já de madrugada.

“HOJE TORNAMOS A AMÉRICA GRANDIOSA DE NOVO!”

É dia de eleições. Donald Trump, cuja conta de Twitter é já controlada exclusivamente pela sua equipa de campanha há alguns dias, mantém-se discreto naquela rede social, onde se limita a apelar ao voto.

“A assistir aos resultados às 21h45”

As urnas já fecharam e agora contam-se votos. Estados como o Texas, Arkansas, Carolina do Sul e Louisiana vão para Donald Trump. Quanto ao resto, é preciso esperar.

“Que noite linda e importante! O homem e a mulher esquecidos nunca mais voltarão a sê-lo. Nós vamos unir-nos como nunca o fizemos”

Donald Trump mantém-se em silêncio até que, numa das maiores reviravoltas políticas de que há memória nos EUA, vence as eleições presidenciais norte-americanas e é o escolhido para suceder a Barack Obama na Casa Branca.