Os gráficos foram incluídos no documento divulgado pelo Governo com o plano para a reabertura faseada de vários setores de atividade — das pequenas lojas aos jogos de futebol. Entre eles está o que mostra a evolução do R, o dado estatístico que mais tem sido usado, em Portugal e no estrangeiro, para planear os momentos de desconfinamento. Na manhã desta quinta-feira, a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, já tinha anunciado que o valor mais recente do número de reprodução do vírus — o número de pessoas que, em média, cada infetado contagia — seria anunciado no mesmo dia. Coube a António Costa dizer que está agora nos 0,92, já abaixo de 1 (a barreira mais importante), mas, ainda assim, com pouca margem para garantir tranquilidade.
Portugal tinha aliás já descido abaixo de 1, mas no período de 15 a 20 de abril acabou por voltar a subir “um bocadinho”, como afirmou a ministra da Saúde, Marta Temido.
“R” volta a subir e ameaça regresso à normalidade. Que número é este e porque é tão importante?
Talvez por isso, o Governo optou também por sublinhar os outros dados, com comportamentos mais positivos. Entre os gráficos, a maioria mostra que as várias curvas estão a descer ou a estagnar. O que confirma a frase de Graça Freitas usou esta quinta-feira, na conferência de imprensa, de que estamos já a começar a fase de descida de planalto.
O número diário de mortes estabilizou, esta quinta-feira baixou mesmo para 16, o número mais baixo deste mês de abril. Mas chegaram a ser 37 em apenas 24 horas, no dia 3 de abril, o dia com maior número de mortes de sempre no nosso país: houve 3 dias com 35 (dias 8, 11 e 23) e um com 34 (dia 12).
Já o número de novos casos está em queda. O pior dia foi a 10 de abril, com 1.516 novos casos, que se nota no gráfico com aquele pico bastante acentuado, e houve apenas um outro dia com mais de mil casos, a 31 de março, com 1035. Mas esta quinta-feira foram apenas 540, numa semana que já levava quatro dias consecutivos bastante abaixo do meio milhar de casos.
Também os internamentos estão a descer — quer dos casos menos graves, que são tratados em enfermaria, quer dos que têm de ser levados para os cuidados intensivos. Ao mesmo tempo que o número de recuperados não pára de aumentar.
Estes são os gráficos que mostram essa evolução.
Será a estes números que o Governo garante que vai estar atento para avaliar o impacto da reabertura de alguns serviços, com uma maior circulação da população. As medidas vão ser avaliadas de duas em duas semanas e podem ser revistas sempre que alguma das curvas aponte para um descontrolo do surto. Isso significa, por exemplo, que, apesar de o Governo prever a reabertura de vários serviços a meio de maio, no dia 18, poderá recuar nessa decisão, caso o desconfinamento provoque uma inversão na evolução positiva da pandemia em Portugal.